Investir em ouro vale a pena? Como fazer?

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra homem decidindo investir em ouro
Imagem mostra homem decidindo investir em ouro

Possivelmente, investir em ouro seja a forma mais antiga de proteger o patrimônio, pois desde a antiguidade o metal é usado como reserva de valor. Mesmo com a evolução dos tempos e com diversas alternativas sofisticadas de investimentos, o fato é que, em momentos de crises e instabilidades na economia, a procura pelo ouro aumenta historicamente.

Prova disso é a valorização do metal no primeiro ano da pandemia, cuja cotação atingiu a marca histórica em agosto de 2020. Na ocasião, chegou a US$ 2.021 a onça-troy (unidade de peso que equivale a cerca de 31 gramas), acumulando uma valorização de 56% no ano. Tempos depois, a cotação gradualmente começou a cair, até que novamente ganhou força com a guerra entre Rússia e Ucrânia, novamente superando a marca dos US$ 2.000 no início de março de 2022.

Nos últimos tempos, investir em ouro tem se tornado mais acessível, o que torna mais fácil diversificar e proteger os investimentos. Mas afinal, vale a pena investir em ouro? E de que forma isso pode ser feito? Para saber as respostas a essas e outras perguntas, continue a leitura a seguir.

Investir em ouro é um bom negócio?

O ouro possui algumas características que o tornam um dos ativos mais procurados quando o assunto é proteger o patrimônio. Uma delas é o fato de a sua cotação não estar relacionada diretamente a fatores que mexem com o mercado financeiro de um país.

Por exemplo, em determinados momentos, é possível que se perceba alta volatilidade nas ações, fundos imobiliários ou outros ativos de renda variável sem que o mesmo aconteça com o preço do ouro. Por isso, costuma-se dizer que a sua correlação com a bolsa de valores é relativamente baixa.

Outro aspecto ligado ao ouro diz respeito às suas reservas internacionais. Oficialmente, o padrão-ouro (lastro das moedas fiduciárias) foi abandonado logo após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, muitos países ainda mantém reservas altas do metal, como forma de proteção financeira contra a inflação.

Em épocas de turbulências na economia, normalmente a procura pelo metal aumenta, justamente pela segurança que ele oferece nesses momentos. Dessa forma, o seu preço acaba subindo, para recuar novamente quando o cenário econômico começa a voltar ao normal.

Resumindo: pode ser sim um bom negócio investir em ouro. Porém, para que se possa aproveitar as suas vantagens, é preciso avaliar o momento mais propício para fazer isso. Nesse sentido, alguns especialistas observam que o metal perde atratividade quando os juros estão mais altos, pois, nesse caso, há outros investimentos que proporcionam mais ganhos.

No caso da renda fixa, juros em alta favorecem títulos prefixados. Já na renda variável, há ações que também se beneficiam da alta dos juros, como bancos e seguradoras, por exemplo.

Desvantagens do investimento

Por outro lado, há também pontos que merecem atenção quando se fala em investir em ouro, e um deles é a sua volatilidade. Como vimos, em tempos de baixa procura pelo metal, o seu preço tende a cair, assim como ocorre com qualquer outro ativo que tenha a sua demanda reduzida.

Dependendo do cenário econômico, isso pode vir a representar perdas no curto ou longo prazo. Por isso, o ideal é contar com o ouro sempre para a carteira de longo prazo.

Outro aspecto a avaliar é o fato de o ouro não proporcionar entradas periódicas de caixa, como outros tipos de ativos. Portanto, ele não é uma alternativa adequada para quem tem uma estratégia de renda passiva com investimentos.

Como investir em ouro?

Além do ouro físico, existem outras formas de investir no metal, conforme veremos a seguir.

Ouro físico

Embora essa seja a forma mais conhecida de investir em ouro, não é nada prático e seguro adquirir barras do metal para mantê-las guardadas. Em primeiro lugar, trata-se de um processo burocrático, pois a compra precisa ser autorizada mediante o preenchimento de um cadastro. Além disso, somente instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central podem comercializar o metal.

Feita a compra, é hora de encontrar um banco para fazer a custódia do ouro, e isso também envolve custos. Por fim, o ouro físico não é tão fácil de ser vendido a qualquer momento, o que afeta a liquidez do investimento.

ETF de ouro

Os Exchange Traded Funds (ETFs) são uma boa alternativa de diversificação da carteira. Basicamente, o objetivo de um ETF é replicar determinado índice ou ativo financeiro, e dá para investir em ouro por meio desses fundos.

Na bolsa brasileira, você pode encontrar o ETF de ouro GOLD11. Criado em dezembro de 2020, o Trend ETF LBMA Ouro Fundo de Investimento de Índice – Investimento no Exterior (nome completo do fundo), segue o ETF iShares Gold Trust, da Blackrock, listado na bolsa de Nova Iorque (NYSE). O seu objetivo é refletir a cotação do ouro em barra. 

BDR de ETF de ouro

A B3 também disponibiliza BDRs de ETFs, ativos que também oferecem bom potencial de diversificação.

Os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) são títulos emitidos no Brasil que podem ser lastreados por ações de companhias estrangeiras ou por ETFs. No caso do ouro, uma das alternativas é o BIAU39, que replica a performance do ETF americano iShares Gold Trust (IAU), que reflete as variações de preços do metal.

Com o BIAU11, além de investir em ouro, os seus recursos ficam dolarizados. Dessa forma, além das variações do valor da cota, você também estará exposto à variação cambial do ativo.

BRD de empresas que atuam no setor

Na bolsa brasileira, temos o BDR da Aura Minerals (AURA33), companhia canadense que atua na mineração de metais como ouro e cobre, principalmente nas Américas.

Ou seja, ao investir do AURA33, você está indiretamente participando dos resultados da companhia, uma vez que esse BDR tem lastro nas suas ações. É diferente do BIAU 39, cujo objetivo é acompanhar um ETF que, por sua vez, replica a cotação do metal.

Fundos de ouro

A lógica dos fundos de ouro é a mesma de outros fundos de investimento, ou seja, envolve a captação de recursos para formar o patrimônio comum e distribuí-lo em cotas. Porém, nesse caso, o gestor aloca os recursos em ouro ou ativos que representem o metal.

Dependendo do regulamento e da política desses fundos, eles podem ou não ter proteção cambial, assim como há variações nos valores mínimos de entrada e movimentação.

Contratos futuros de ouro

Os contratos futuros, negociados na B3, também são uma possibilidade de investir no metal. Basicamente, essa operação contempla a negociação de determinado volume de ouro com vencimento para uma data futura e por um preço já determinado.

Quem utiliza os contratos futuros tem o objetivo de lucras com as variações de preços do ativo ou simplesmente se proteger de uma possível desvalorização. Outra peculiaridade é que, nessas operações, normalmente a liquidação é somente financeira. Em outras palavras, não há entrega ou recebimento do metal, apenas um crédito ou débito na conta conforma as oscilações do preço do ouro.

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