Magazine Luiza (MGLU3): saiba mais sobre uma das grandes varejistas da bolsa

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra loja do Magazine Luiza
Imagem mostra loja do Magazine Luiza

Quem acompanha o mercado acionário, sabe que altos e baixos marcam a história do Magazine Luiza (MGLU3) desde que a empresa estreou na bolsa, em maio de 2011.

A companhia, destaque no varejo brasileiro, é um grande exemplo de transformação digital no segmento. Nesse sentido, o sucesso da integração de suas lojas físicas com o e-commerce fez com que chegasse a ser chamada de “Amazon Brasileira”. Por muito tempo queridinha da bolsa, a MGLU3 viu seus papéis de valorizarem mais de 90.000% em pouco mais de quatro anos, indo de R$ 0,03 no início de 2016 a R$ 27,37 em novembro de 2020.

No entanto, a retração do consumo ocasionada pela pandemia atingiu em cheio não somente a Magalu, mas também outras varejistas. Com a queda da atividade e a mudança nos hábitos de consumo, essas empresas ainda correm atrás do prejuízo. Atualmente, um dos grandes desafios é criar diferenciais que as permitam retomar a performance em um cenário cada vez mais competitivo.

E nesse contexto, como anda o Magazine Luiza? Para saber mais sobre o histórico e perspectivas para a companhia, continue a leitura e acompanhe a análise da equipe da Terra Investimentos!

Quem é o Magazine Luiza (MGLU3)?

Em 1957, Luiza Trajano Donato e Pelegrino José Donato adquiriram um pequeno comércio de presentes em Franca, São Paulo. O nome da loja foi uma homenagem à proprietária, boa vendedora e bastante popular na cidade.

Com o passar do tempo, a loja foi crescendo e, em 1974, já tinha se transformado em loja de departamentos com diversas unidades em todo o estado. Em 1991, tem início um novo ciclo de gestão, quando Luiza helena Trajano, sobrinha dos fundadores, assume a liderança da empresa. Desde então, os próximos passos focaram a consolidação no varejo brasileiro, por meio de aquisições de redes e transformação digital.

Em 2011, a empresa realizou o seu IPO (oferta pública de ações) na bolsa brasileira. Na ocasião, foram captados R$ 926 milhões, a segunda maior oferta pública inicial do ano até então.

Canais digitais e diversificação do portfólio

Desde 2019, a Magalu vem fortalecendo sua posição como um amplo ecossistema de varejo. Nesse sentido, uma das ações do ano foi a aquisição da Netshoes, rede varejista de itens esportivos, calçados e roupas. Além disso, a companhia é dona de um dos maiores marketplaces nacionais, que disponibiliza eletrodomésticos, eletroeletrônicos, brinquedos, móveis, presentes, entre outros itens.

Em 2020, o Magazine Luiza adquiriu o marketplace de livros Estante Virtual. No mesmo ano, também passaram a fazer parte do ecossistema marcas e empresas como Canaltech, Hub Fintech, Hub Sales, Sinclog, Inloco Media, entre outras. A tendência de crescimento do comércio online permaneceu forte, sendo que, em 2021, uma das aquisições de destaque foi a KaBuM!, referência nos games. 

Outro importante segmento do negócio são produtos e serviços financeiros, como seguros, consórcios e crédito ao consumidor oferecidos pela empresa. Ao todo, o Magazine Luiza possui atualmente cerca de 45 milhões de clientes, mais de 20 mil funcionários e, aproximadamente, 1470 lojas físicas distribuídas em todo o Brasil.

Análise da Terra Investimentos

Em relação ao mercado, Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, observa que as empresas do setor ainda não se recuperaram dos impactos da pandemia. Isso porque todos os países se viram em uma situação de grande desaceleração econômica.

“Ao longo de 2022, mesmo a recuperação integral de alguns setores, outros ainda demonstram fragilidade. Nesse sentido, podemos destacar o varejo como uma amostra disso, e as razões para que o setor ainda enfrente dificuldades são, indiscutivelmente, efeitos da desaceleração econômica dos últimos anos”, pontua Novaes.

De acordo com o analista, o aumento do endividamento das empresas do setor, a inflação crescente e os juros em alta são os principais fatores que impedem a recuperação do setor. Inclusive, são facilmente notados na divulgação de resultados dos varejistas.

“Nessas condições, o Magazine Luiza apresentou apenas crescimento moderado nas receitas. Isso indica que, apesad da desaceleração recente, a inflação ainda impacta o consumo das famílias”, avalia. 

Por outro lado, as margens operacionais da Magalu registraram uma melhora no trimestre, apoiadas na desaceleração da inflação e maior controle de custos. No entanto, as despesas financeiras líquidas seguem crescendo em relação aos últimos anos, demonstrando o peso da alavancagem sobre os negócios da companhia. Como ponto positivo, o analista destaca a geração de caixa da empresa, apesar de menor quando comparada ao segundo trimestre de 2022.

“Assim como aconteceu com os bancos, a escalada dos juros impactou negativamente os índices de inadimplência do varejo. Dessa forma, o que vimos foi uma tendência de deterioração da qualidade dos ativos. Todos esses fatores levaram o Magazine Luiza a apresentar um prejuízo maior do que o mercado esperava”, explica Novaes.

Perspectivas para o varejo

Nas últimas semanas, as incertezas sobre a estabilidade fiscal do país nos próximos meses aumentaram significativamente. Como resposta, os investidores passam a requerer um rendimento maior sobre os títulos da economia brasileira, consequentemente, elevando o custo do crédito no país. 

Para Novaes, isso é negativo para as empresas do varejo, que possuem baixa lucratividade e alta alavancagem. “Os resultados financeiros devem continuam penalizando os resultados líquidos. Por outro lado, as receitas não devem apresentar um crescimento significativo. Isso porque juros maiores pressionam as rendas das famílias e desestimulam compras a crédito, algo muito comum no varejo brasileiro”, avalia o analista.

Quanto ao varejo, espera-se que siga evoluindo, o que é natural, considerando a retração ocorrida em razão da pandemia. Com isso, a empresa deverá apresentar pontos de melhora operacional. “No entanto, a recuperação integral do setor e do Magazine Luiza e o início de um movimento de expansão dependem de fatores macroeconômicos aparentemente distantes nesse momento”, conclui Novaes.

Pontos fortes do Magazine Luiza

  • – A empresa é uma das maiores varejistas do Brasil.
  • – Possui portfólio complementar ao varejo, que abrange serviços financeiros, seguros e tecnologia.
  • – Seus produtos e serviços atendem a todas as classes sociais.
  • – Sua multicanalidade permite escalar e rentabilizar mais o negócio.
  • – Conseguiu apresentar evolução nos prazos de entrega, o que é um grande diferencial para o varejo atualmente.

Pontos fracos do Magazine Luiza

  • – O segmento é exposto aos principais riscos macroeconômicos.
  • – A concorrência no varejo vem aumentando cada vez mais. Nesse sentido, além dos tradicionais marketplaces, como Amazon e Mercado Livre, temos hoje também novos entrantes como Shopee, AliExpress, entre outros.
  • – O atual cenário de inflação e juros altos desestimulam o crédito e o consumo, o que atinge em cheio a performance das empresas de varejo.

Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email
Blog Terra Investimentos

Posts Relacionados