No mercado financeiro, existem diferentes ambientes nos quais podemos fazer investimentos. Um deles é o mercado de balcão, que, ao lado da bolsa de valores, concentra grande parte das operações realizadas diariamente.
Ambos os ambientes têm o objetivo de reunir investidores e facilitar as transações entre eles. No entanto, cada um deles possui características próprias e funcionam de formas diferentes. Neste conteúdo, você entenderá o que é e quais as características do mercado de balcão e se vale a pena operar nesse ambiente. Portanto, se você está em busca de mais informações para investir melhor, continue a leitura a seguir!
O que é mercado de balcão?
O mercado de balcão é o ambiente no qual ocorrem negociações que não estão registradas na bolsa de valores. No inglês, o termo é conhecido como Over-The-Counter (OTC), algo como “venda no balcão”, e faz referência ao tempo em que se negociavam títulos diretamente nos balcões de vendas das corretoras de valores.
Embora as negociações não tenham registro na bolsa, isso não significa que não haja regulamentação sobre elas. Nesse sentido, todo mercado organizado – seja ele de balcão ou de bolsa – submete-se à fiscalização de entidades administradoras que atuam com a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Um exemplo de entidade fiscalizadora é a própria bolsa de valores brasileira.
No mercado de balcão, não existe um espaço físico para a negociação dos ativos financeiros. Ou seja, tudo é feito de forma remota, sendo possível operar por telefone ou pela internet. Além disso, esse ambiente possui regras de funcionamento mais flexíveis do que as da bolsa de valores. Por isso, acaba atraindo também negociações de empresas menores, principalmente aquelas que não têm acesso ao mercado de capitais.
Como funciona esse mercado?
Como vimos, esse mercado contempla negociações de títulos e valores mobiliários que não estão na bolsa de valores. Nesse sentido, são as corretoras e os bancos de investimentos que fazem a conexão entre quem deseja comprar e vender esses ativos. Por sua vez, para que possam participar do OTC, essas instituições precisam cumprir regras da CVM, do Banco Central e da B3, que é a entidade administradora.
Em relação aos registros dessas transações, há entidades que atuam especificamente com esse objetivo. Nesse sentido, a primeira criada para atender às exigências do mercado de balcão no Brasil foi a SOMA (Sociedade Operadora de Mercados Ativos. Essa entidade surgiu em 1996, nos moldes do mercado de balcão organizado dos Estados Unidos. Foi a partir de sua criação que as negociações de títulos fora da bolsa, ou seja, no balcão não organizado, começaram a ter os seus registros. Dessa forma, surgiu o mercado de balcão organizado brasileiro.
Anos depois, em 2002, a B3 (na ocasião ainda se chamava BM&F Bovespa) adquiriu a SOMA e mudou a sua marca para SOMA FIX.
Mercado de balcão não organizado
Um ponto importante a entender sobre o mercado de balcão é que, mesmo com a criação da SOMA, nem todas as transações nesse ambiente têm registro. Nesse caso, estamos falando do mercado de balcão não organizado.
Esse ambiente tem chamado atenção de muitos investidores, justamente por oferecer boas chances de rentabilidade. No entanto, o risco também é maior, já que não há exigência de registro das transações feitas. Em outras palavras, no mercado de balcão não organizado não existe supervisão de uma instituição reguladora. Por isso, há menos transparência em relação às negociações, o que pode vir a ser desfavorável principalmente para investidores menos experientes.
Qual a diferença entre bolsa de valores e mercado de balcão?
Na bolsa de valores, há uma rigidez muito maior em relação às regras de funcionamento. Nesse sentido, alguns dos requisitos que as empresas precisam cumprir para operar na bolsa são auditar suas demonstrações financeiras e ter práticas de governança corporativa.
Além disso, há mais rigidez nos procedimentos da bolsa em relação às operações. Por exemplo, a publicação de todas as informações referentes às transações (preços, horários, quantidades, entre outras) deve ocorrer em até 15 minutos de sua efetivação.
Por outro lado, o mercado de balcão organizado possui regras mais flexíveis. Como vimos, também é preciso registrar as operações, mas dá para transmitir as informações até o final do pregão.
Tipos de operações no mercado de balcão
Nesse ambiente de negociação, é possível realizar diferentes tipos de operações. Nesse sentido, as mais usuais são as seguintes:
Ordem administrada
Esse tipo de ordem reúne um número menor de informações, ou seja, somente as principais características do ativo objeto da negociação. Nesse caso, a execução da ordem fica a critério da instituição que estiver intermediando a compra ou venda do ativo em questão.
Ordem a mercado
Da mesma forma que a ordem administrada, a ordem a mercado traz um número menor de informações sobre o ativo objeto da compra ou da venda. No entanto, a diferença entre ambas está justamente na execução. Ou seja, no caso da ordem a mercado, assim que recebida pela instituição intermediária, a operação precisa ser efetivada.
Ordem limitada
Como o próprio nome sugere, esse tipo de ordem prevê um valor limite para a sua execução. Nesse sentido, envia-se a ordem ao OTC e a sua execução só acontece se o mercado conseguir oferecer preço igual ou superior ao que foi previamente limitado pelo cliente.
Ordem casada
Nesse tipo de operação existe uma ordem de compra de um ativo e uma ordem de venda de outro. Nesse sentido, ambas só podem ser executadas simultaneamente. Ou seja, é condição essencial para a operação que uma ordem esteja condicionada a outra.
Ordem on-stop
A lógica da ordem on-stop se assemelha à da ordem limitada. Porém, a diferença é que não há definição de um preço limite, mas sim um valor único que funcionará como gatilho para a execução da ordem. Ou seja, quando o ativo chegar em determinado valor, a instituição que intermedia a operação deverá executar a ordem de compra ou venda.
Quais ativos são negociados no mercado de balcão? Vale a pena operar nesse ambiente?
Nesse mercado é possível negociar uma grande variedade de ativos, como ações, debêntures, fundos de investimentos, fundos imobiliários (FIIs), BDRs, ETFs e diversos outros autorizados pela CVM.
Como vimos, ele dispensa algumas formalidades que a bolsa de valores exige. Dessa forma, ele se torna mais acessível para empresas menores e, consequentemente, isso aumenta a diversidade das opções nesse ambiente. Portanto, para o investidor com maior tolerância ao risco, pode ser interessante destinar parte de seus recursos ao mercado de balcão.
Lembrando que, para operar no OTC, você precisa ter conta em uma corretora de investimentos. Se você está pensando em diversificar seu patrimônio e se interessou pelo mercado de balcão, abra já uma conta na Terra Investimentos e conte com a orientação de uma das equipes mais especializadas e experientes do mercado!