Na primeira reunião de 2024, Copom deve manter ritmo de cortes da Selic

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Cortes da Selic
Cortes da Selic

Nesta quarta-feira (31), teremos o resultado da primeira reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de 2024. Como o próprio colegiado já havia sinalizado na última deliberação sobre os juros, a expectativa é de que seja mantido o ritmo de cortes da Selic em 0,5 ponto percentual, com os juros passando de 11,75% para 11,25% ao ano.

Segundo Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, as expectativas do mercado agora se concentram na comunicação do BC sobre qual deverá ser a trajetória assumida pelos juros básicos no futuro próximo.

“O cenário externo tem orientado os movimentos das curvas para baixo, tendo em vista as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) inicie o ciclo de corte de juros. Em grande parte, isso se deve ao discurso de Jerome Powell, presidente da instituição, ao final do ano passado, no qual sinalizou com uma postura mais branda em relação à política monetária vigente”, explica Novaes.

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Diante de incertezas externas, Copom deverá se manter cauteloso

A partir do discurso de Powell em dezembro, o mercado passou a precificar o primeiro corte para a taxa básica dos juros americanos em março. Segundo Novaes, isso representa um período de estabilidade dos juros de seis meses, compatível com a média de outros momentos em que a autoridade monetária adotou uma postura contracionista.

“No entanto, essa é uma visão que ainda é questionada por alguns economistas e dirigentes, sob a avaliação de que seria muito cedo para esperar uma decisão nesse sentido”, alerta o analista.

Por isso, o Copom deve reagir com parcimônia à perspectiva que se criou no hemisfério norte, que apesar de não estar consolidada, têm influenciado muito as curvas de juros ao redor de todo o mundo. Também é preciso considerar o atual momento geopolítico global e seus efeitos sobre a inflação e, consequentemente, o peso que isso teria sobre as decisões futuras do colegiado.

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Equilíbrio fiscal é outro ponto de alerta

Outro risco que deve ser novamente destacado pelo Copom é a estabilidade fiscal para os próximos anos e seus impactos sobre as expectativas de inflação futura. Conforme observa Novaes, ao longo das últimas decisões, o colegiado vem destacando que as expectativas seguem parcialmente desancoradas. Isso possivelmente está acontecendo pela falta de visibilidade sobre o fiscal e sobre a gestão do BC após o fim do mandato do atual presidente Roberto Campos Neto.

“O mercado já conta com o corte da Selic em 0,5 ponto percentual e com a manutenção dos juros americanos. O que se quer saber agora é se os bancos centrais irão sinalizar para juros menores (principalmente por parte do Fed). A decisão de hoje do Copom já está precificada nos ativos; a incerteza do mercado é daqui para frente”, conclui o analista.

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