A cada ano, é cada vez maior o número de pessoas que procuram por planos de previdência, e não somente para garantir uma renda no futuro, mas também como forma de planejamento financeiro em ocasiões diversas. No entanto, para fazer uma boa escolha, e importante que o investidor conheça os riscos da previdência privada.
Assim como qualquer outro investimento, os planos de previdência têm seus prós e contras. Por isso, antes de optar por alguma modalidade, é preciso entender algumas peculiaridades, a fim de evitar prejuízos e dores de cabeça no futuro.
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Riscos da previdência privada
É natural que, mesmo quem já possui algum plano de previdência privada, tenha dúvidas ou não conheça bem os riscos desse tipo de investimento. Se esse é o seu caso, confira a seguir alguns dos principais pontos nos quais é preciso prestar atenção.
Má escolha do plano de previdência
Um dos principais aspectos para avaliar na hora de contratar uma previdência privada é a modalidade mais adequada para o seu perfil. Isso porque uma má escolha pode resultar em prejuízos, comprometendo o resultado do investimento.
No mercado, existem dois tipos de previdência privada: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Na prática, a diferença para o investidor está na forma de tributação de cada um deles.
Para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda, o PGBL é a modalidade mais indicada. Nesse sentido, ele permite deduzir até 12% das contribuições do rendimento bruto tributável do ano. Ou seja, se você tem despesas dedutíveis (como educação, saúde ou dependentes) e utiliza a declaração completa, o PGBL pode lhe dar esse benefício fiscal. Nesse caso, o IR incidirá somente no resgate do plano, sobre o principal acrescido dos juros.
Por outro lado, o VGBL é ideal para quem utiliza o modelo simplificado para declarar o IR. Nesse caso, não há dedução das contribuições, mas o tributo incidirá somente sobre os rendimentos da aplicação.
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Não conhecer as formas de tributação da previdência privada
Desconhecer a forma de tributação do investimento é mais um dos riscos da previdência privada, pois isso também pode comprometer os seus ganhos.
Nos planos de previdência, existem duas tabelas de tributação: a progressiva e a regressiva. A tabela progressiva é a mesma aplicada aos salários. Ou seja, quanto maior for a renda declarada no IR (incluindo o valor resgatado da previdência), maior será o valor do tributo.
Atualmente, temos as seguintes faixas de renda e alíquotas na tabela progressiva:
Renda mensal | Alíquota IR |
Até R$ 1.903,98 | Isento |
De R$ 1.909,98 a R$ 2.826,65 | 7,5% |
De R$ 2.826,66 a R$ 3.751, 05 | 15% |
De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 | 22,5% |
Acima de R$ 4.664,68 | 27,5% |
Já na tabela regressiva, as alíquotas iniciam em 35% para as contribuições feitas em até dois anos. Depois disso, reduzem cinco pontos percentuais a cada dois anos, até chegar à menor alíquota de 10%:
Prazo da aplicação | Alíquota IR |
Até 2 anos | 35% |
De 2 a 4 anos | 30% |
De 4 a 6 anos | 25% |
De 6 a 8 anos | 20% |
De 8 a 10 anos | 15% |
Acima de 10 anos | 10% |
Para escolher a tabela regressiva, é importante ter certeza de que os recursos poderão ficar aplicados por um prazo mais longo. Caso contrário, você perderá dinheiro ao pagar alíquotas mais altas de IR. Em outras palavras: na dúvida, é melhor optar pela tabela progressiva.
Falência da instituição financeira
Ao contrário do que acontece com os ativos mais tradicionais de renda fixa, os fundos de previdência não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Isso significa que, no caso de falência da instituição financeira que gerencia o plano, o investidor perderá todo o valor da aplicação.
Porém, o fato de não possuir cobertura do FGC não quer dizer que a previdência privada não tenha regulamentação. Ao contrário, quem controla e fiscaliza esses planos é a Superintendência de Seguros Privados (Susep), e as seguradoras possuem montantes significativos lastreados com a entidade. Outro ponto que atenua os riscos da previdência privada é o fato de, atualmente, a grande maioria dos planos estarem na mão de grandes bancos e de corretoras e seguradoras confiáveis.
Riscos inerentes ao investimento
Aqui, estamos falando especificamente da performance dos ativos que formam o fundo de previdência privada.
Por exemplo, quando os juros estão em alta, isso favorece os títulos de renda fixa atrelados ao CDI ou à Selic. Por outro lado, em momentos de juros baixos, a renda fixa perde rentabilidade e os investimentos em renda variável ficam mais atrativos. Por isso, uma gestão ativa dos fundos de previdência acaba sendo mais interessante para o investidor, justamente pelo acompanhamento mais frequente do mercado.