Você sabia que existem diferentes tipos de Tesouro Direto, e que cada um deles serve melhor para objetivos específicos de investimento?
O Tesouro Direto é considerado o investimento mais seguro do mercado, pois quem o garante é o governo federal, emitente dos títulos. Por isso, costumamos associar esse ativo normalmente a perfis mais conservadores.
Porém, isso não é uma verdade absoluta, pois todas as carteiras podem ter algum título do programa. E, para fazer a escolha certa, é preciso levar em conta aspectos como prazo, objetivos financeiros e momento da economia. Dependendo do cenário e de cada realidade financeira, um ou outro título será mais adequado em cada circunstância.
Se você ainda não conhece o Tesouro Direto, ou se já investe e gostaria de avaliar outras opções desses títulos para sua carteira, continue a leitura a seguir e saiba mais sobre o assunto!
Quais são os tipos de Tesouro Direto?
Atualmente, o programa Tesouro Direto conta com cinco títulos diferentes, que se diferenciam basicamente pelo prazo e pelas formas de remuneração e de resgate.
Veja a seguir as características de cada um deles.
Tesouro Selic
Entre os títulos públicos federais, o Tesouro Selic é o único título pós-fixado, que acompanha a variação da taxa básica de juros da economia brasileira. Dessa forma, você só saberá qual será o seu rendimento no momento em que resgatar a aplicação.
A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne para deliberar sobre os rumos da Selic. Nessas ocasiões, decide-se pela alta, queda ou manutenção dos juros, e isso se refletirá diretamente na rentabilidade do Tesouro Selic.
Entre todos os tipos de Tesouro Direto, o Selic é o único que possui liquidez diária. Ou seja, o rendimento do título é somado ao montante aplicado todos os dias, e o investidor pode resgatá-lo a qualquer momento, mesmo antes do vencimento, sem prejuízo da remuneração. Por isso, ele é uma das opções normalmente utilizadas para compor a reserva de emergência.
Tesouro Prefixado
Já no Tesouro Prefixado, a taxa é fixa e expressa ao ano, o que dá mais previsibilidade aos rendimentos.
Esse título é indicado para prazos mais longos, a partir de três anos. Isso não significa que, no caso de uma emergência, você não possa resgatá-lo antes do vencimento. No entanto, se fizer isso, poderá não conseguir o rendimento acordado no início da operação, pois esse tipo de título sofre marcação a mercado.
Diariamente, o seu preço é ajustado, de forma a representar o quanto vale caso o investidor queira vendê-lo no dia. E esse ajuste pode ser positivo ou negativo, dependendo do momento do mercado.
Por exemplo, imagine que você tenha um título prefixado que paga 12% ao ano, com vencimento para três anos. Digamos que, para esse prazo, a previsão é de que os juros estejam mais altos. Se isso acontecer, novos títulos serão lançados com juros mais altos do que o seu. Isso fará com que o seu papel se torne atrativo do que os novos lançados, e, consequentemente, o seu preço será ajustado para baixo.
Lembrando que o oposto também pode acontecer. Se os juros caírem e você tiver um prefixado, a marcação a mercado irá valorizar o seu investimento. De qualquer forma, o melhor é não arriscar, pois não tem como prever para onde vão os juros. Logo, o melhor é investir no Tesouro Prefixado se tiver certeza de que não precisará do dinheiro antecipadamente.
Outra característica desse título é a possibilidade de receber os juros junto com o principal no vencimento ou semestralmente. A segunda opção pode ser interessante para quem busca uma renda passiva com investimentos, pois gera uma entrada de caixa de seis em seis meses.
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Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+, que é híbrido justamente por que sua remuneração é formada parte por uma taxa fixa e parte pelo desempenho do IPCA, principal índice de inflação do Brasil.
Em tempos de inflação alta, esse título é um dos mais procurados pelos investidores. Como ele acompanha a evolução do IPCA e paga também uma taxa fixa, isso garante um rendimento acima da inflação durante o período da aplicação.
Da mesma forma que o prefixado, o Tesouro IPCA+ também sofre marcação a mercado. Por isso, é indicado para o longo prazo, sendo que o resgate antecipado pode prejudicar o seu rendimento, conforme vimos anteriormente.
E também é possível escolher a forma de receber os rendimentos desse título – se no final ou a cada semestre – assim como no prefixado.
Tesouro RendA+
O Tesouro RendA+ também é um título híbrido, que rende IPCA mais uma taxa fixa anual, e foi criado com o objetivo de complementar a renda no futuro.
O seu funcionamento lembra o da previdência privada, pois ele prevê duas fases: a de acumulação, que são os aportes periódicos, e a de conversão, que é quando começam os resgates a partir do vencimento.
Atualmente, o RendA+ oferece oito datas de conversão, que vão de 2030 a 2065. O resgate do investimento ocorre em 240 parcelas mensais (ou 20 anos), exatamente como um complemento de renda.
Tesouro Educa+
A lógica do Tesouro Educa+, título mais novo do Tesouro Direto, é a mesma do RendA+, pois ele também se destina à formação de uma renda futura. A diferença é que, nesse caso, os recursos acumulados visam custear a educação no futuro.
A exemplo do RendA+, o Educa+ também é corrigido pelo IPCA e paga uma taxa fixa ao ano. A partir do período de conversão, o resgate de todo o montante capitalizado ocorre em 60 parcelas mensais (5 anos).
Esse título conta atualmente com 17 datas de conversão todos os anos, de 2026 a 2042. E também oferece a possibilidade de financiamento coletivo, pois várias pessoas podem simultaneamente investir em nome do mesmo beneficiário. É como a tradicional “vaquinha”, só que para o pagamento da educação de crianças e jovens no futuro.