Oferta pública de ações: qual a diferença entre IPO e follow-on?

Tempo de leitura: 4 minutos

Investidor avaliando uma oferta pública de ações
Investidor avaliando uma oferta pública de ações

A oferta pública de ações é uma das formas que as empresas têm de captar recursos quando precisam investir em novos projetos, ou mesmo para fortalecer o seu caixa. Na bolsa de valores, é possível fazer isso por meio de um IPO ou de um follow-on, dependendo da situação da companhia.

Neste conteúdo, falaremos sobre como acontece cada um desses processos, e quais as diferenças entre eles. E você entenderá por que é importante para o investidor conhecer o tipo de oferta pública que a companhia está fazendo. Continue a leitura e confira a seguir!

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Tipos de oferta pública de ações: entenda o IPO e follow-on

Basicamente, a diferença entre os dois tipos de oferta pública está no estágio de negociação na bolsa no qual a empresa se encontra. Acompanhe.

O que é IPO

Traduzida do inglês Initial Public Offering, a sigla significa oferta pública inicial. Ou seja, o IPO marca a estreia da empresa na bolsa, pois é o momento em que ela começa a vender as suas ações ao público.

Nesse sentido, são vários os motivos que levam as empresas a abrirem o seu capital no mercado. Por exemplo, pode ser que haja um plano de investimento, ou de expansão para outros mercados. Ou pode ser que a companhia precise pagar um sócio que está se retirando do corpo societário. Ou ainda, a captação de recursos pode ser simplesmente para quitar dívidas ou fortalecer o caixa.

Embora a lógica da oferta pública de ações seja simples de entender, esse processo é bastante complexo. Isso porque as empresas precisam cumprir diversos requisitos para que possam oferecer as suas ações a novos investidores.

Em relação às finanças, a companhia padronizar e auditar as suas demonstrações contábeis. Além disso, deve atender a critérios de governança corporativa, como transparência, profissionalização da gestão, respeito a normas ambientais, entre outras. Outro ponto importante é o seu histórico de resultados ou potencial de crescimento, fatores atrativos para os novos investidores.

Depois de atendidas essas exigências, há também regras estabelecidas pela B3 e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para que a empresa possa fazer a sua oferta pública de ações. Tudo isso requer um alto grau de profissionalismo e, por isso, há equipes dentro das empresas dedicadas exclusivamente a esse processo.

Oferta primária e oferta secundária de ações

O IPO pode ser primário ou secundário, e o tipo dependerá do destino dado aos recursos captados.

Quando a empresa abre o capital emitindo novas ações, esse processo é chamado de oferta primária (ou IPO primário). Ou seja, as ações que ela venderá na estreia na bolsa nunca pertenceram a nenhum outro sócio. Nesse caso, o dinheiro da negociação vai todo para o caixa da companhia.

Já na oferta secundária, os recursos captados servirão para ressarcir um ou mais sócios que desejam se retirar da empresa. Essa é uma importante informação para o investidor que deseja participar de um IPO. Isso porque pode ser que os sócios estejam deixando a companhia por não se identificarem mais com o negócio, ou por projetos pessoais, por exemplo. Mas pode ser também por causa de conflitos ou problemas na operação.

Por isso, normalmente o mercado vê com cautela as ofertas secundárias. Nesse sentido, não significa, necessariamente, que haja algum problema. Mas, para quem investe em ações ou as avalia, é sempre importante entender os motivos que levaram a empresa a fazer esse tipo de oferta.

Por fim, é possível que, em um mesmo IPO, ocorra oferta primária e secundária de ações. De qualquer forma, o prospecto da operação deve detalhar todos os aspectos da oferta pública de ações.

O que é follow-on

Assim como a oferta inicial de ações, o follow-on também visa ser uma fonte de captação de recursos para a empresa. No entanto, a diferença é ele é feito depois do IPO. Ou seja, quem faz um follow-on é uma empresa que já abriu anteriormente o seu capital.

É por isso que esse processo é conhecido também como oferta subsequente de ações. Nesse caso, a companhia já não é mais uma estreante na bolsa.

No follow-on, a oferta pode ser primária ou secundária. No primeiro caso, a empresa aumenta a sua base acionária com a emissão de novos títulos. No segundo, são vendidas ações já existentes para novos investidores.

Mas há uma peculiaridade no caso do follow-on, que diz respeito ao público para o qual serão oferecidas as ações. Nesse sentido, a empresa pode optar por uma oferta pública ou restrita.

Como o próprio nome diz, a oferta pública é aberta para qualquer pessoa que deseja investir na bolsa. Por isso, ela precisa seguir as mesmas regras de um IPO no que diz respeito a trâmites burocráticos e à validação por parte da CVM, cujas regras estão contidas na Instrução CVM 400. Entre outros aspectos, essa instrução determina que o público tenha acesso ao tipo e preço das ações, aos bancos envolvidos e a várias outras informações sobre o processo

Já na oferta restrita, somente investidores profissionais e qualificados têm acesso às ações disponibilizadas pela empresa. Isso significa que só podem participar desse tipo de oferta determinados fundos de investimentos e investidores com de R$ 1 milhão aplicados no mercado.

De acordo com a Instrução CVM 476, a oferta restrita é limitada a 50 investidores. Além disso, esse tipo de oferta é mais simples e menos burocrática do que a pública.

Afinal, vale a pena participar de uma oferta pública de ações?

Além de entender os motivos pelos quais a empresa está captando dinheiro, é importante também analisar seus fundamentos, mercado de atuação, condições macroeconômicas e diversos fatores que poderão influir no investimento. E isso vale tanto para os casos de IPOs quanto os de follow-nos.

Em algumas ocasiões, dependendo do sucesso da oferta pública de ações, os títulos podem se valorizar bastante nos dias posteriores. Ou mesmo os preços podem cair, logo que passa a euforia inicial do mercado. Inclusive, alguns especialistas acham que, do ponto de vista de preços, o IPO pode não trazer vantagens para o investidor. Isso porque as ações podem estar sobrevalorizadas em um momento de tanto destaque no mercado.

Seja como for, para tomar uma boa decisão de investimento, o importante é ter um bom conhecimento sobre o negócio. Além disso, é preciso saber se a ação faz sentido para a sua carteira e para os seus objetivos de investimento.

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