A exemplo dos últimos encontros, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cortou novamente a Selic em 0,5 ponto percentual na última reunião do ano. Esse foi o quarto corte consecutivo dos juros, que começaram a cair em agosto deste ano.
Com isso, a taxa básica de juros encerra 2023 em 11,75% ao ano, em linha com o que já era esperado pelo mercado.
No comunicado, divulgado no início da noite desta quarta-feira (13), o colegiado sinalizou que, nas próximas reuniões, ocorrerão cortes da Selic na mesma magnitude, porém não definiu até onde irá a queda dos juros. Segundo o Copom, a principal justificativa para a Selic em queda é o recuo consistente da inflação nos últimos meses. Porém, observa que é preciso cautela, já que o processo desinflacionário tende a ser mais lento.
“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, disse o Copom em seu comunicado.
A próxima reunião do grupo acontecerá em 30 e 31 de janeiro.
Leia também:
Reuniões do Copom em 2024: confira o calendário
Como escolher um título de renda fixa? Saiba o que avaliar
Selic cai a 11,75% ao ano: confira as últimas projeções para 2024
PIB
De acordo com o Boletim Focus divulgado na última segunda-feira (11), o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deverá crescer 2,92% em 2023, um pouco acima dos 2,84% previstos no relatório anterior. Já para 2024, espera-se que o indicador apresente um crescimento de 1,51%. Por fim, em 2025 e 2026, especialistas acreditam que o PIB deverá ter um impulso maior, crescendo 2% em cada ano.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira cresceu 0,1% no terceiro trimestre deste ano. O resultado veio acima da estimativa de cerca de 70 bancos e consultorias ouvidos pelo Valor Econômico, cuja projeção média apontava para recuo de 0,2%.
Inflação e juros
O mesmo Boletim Focus projeta IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,51% em 2023, contra a estimativa anterior de 4,54%. Para 2024, a inflação projetada fico em 3,93%, e para 2025 e 2026, espera-se que o IPCA fique em 3,5% nos dois anos.
Segundo a equipe de macroeconomia da Terra Investimentos, a Selic deve continuar em queda até atingir a taxa terminal de 10,25% em maio de 2024. Isso porque a inflação continua em patamar elevado, e ainda existem incertezas fiscais que poderão afetar a economia nos próximos anos.
A taxa Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central no controle da inflação. Ao definir o rumo dos juros, o governo calibra o custo do dinheiro, para mais ou para menos, e consegue regular a economia, impulsionando ou arrefecendo a atividade conforme o cenário atual.
Leia também:
Hawkish e dovish: entenda as duas formas de política monetária
