Criptomoedas, tokens e ativos digitais de forma geral têm se tornado cada vez mais populares e acessíveis, inclusive no mundo dos investimentos. Além do ETF de bitcoin, quem busca diversificação para a carteira nesse universo já pode contar com o contrato futuro de bitcoin (BIT), que passou a ser negociado na B3 em abril de 2024.
Os contratos futuros são um tipo de derivativo que servem para negociar um ativo para liquidação futura por um preço previamente definido e sem precisar possuir o ativo físico. No caso do BIT, o referencial é índice Nasdaq Bitcoin Referente Price (NQBTC), que possibilita ao investidor acessar a volatilidade da criptomoeda dentro de um ambiente regulamentado.
A seguir, entenda como funciona e como investir nesse instrumento financeiro.
O que é o contrato futuro de bitcoin?
O contrato futuro de bitcoin é um instrumento que permite ao investidor negociar a expectativa de preço futuro do BTC sem precisar comprar o criptoativo. Ou seja, quem investe no BIT consegue acompanhar a tendência do bitcoin, mesmo que não tenha adquirido o ativo digital em uma exchange.
Os contratos futuros servem tanto para especulação quando para estratégias de proteção da carteira (hedge). Dessa forma, eles são negociados na bolsa pelo preço que os investidores acreditam que o ativo-objeto irá valer no futuro.
Como funciona o contrato futuro de bitcoin?
Como vimos, a determinação dos preços dos contratos futuros de BTC será feita utilizando o índice Nasdaq Bitcoin Reference Price (NQBTC) como referencial.
O NQBTC foi desenvolvido pela Nasdaq – a bolsa norte-americana de tecnologia – e acompanha o preço do bitcoin em dólares americanos. Inclusive, ele é o índice de um dos ETFs de criptoativos atualmente negociados na B3: o BITH11.
Cada futuro de BTC equivale a 10% do valor em reais da criptomoeda, ou seja, 0,1 bitcoin. No momento da liquidação do contrato, o ajuste será somente financeiro, pois a negociação não envolve a compra e venda do ativo digital.
O horário de negociação desses contratos na bolsa vai das 9h até as 18h30.
Confira as características técnicas do produto:
| Objeto de negociação: | Futuro padronizado de BTC em real |
| Código de negociação: | BIT |
| Tamanho do contrato: | 0,1 bitcoin |
| Cotação: | BRL por 1 bitcoin |
| Variação mínima de apregoação: | BRL20 por 1 bitcoin |
| Lote padrão: | 1 contrato |
| Último dia de negociação: | Data de vencimento |
| Data de vencimento: | Última sexta-feira do mês de vencimento |
| Meses de vencimento: | Todos os meses |
| Liquidação no vencimento: | Financeira |
Como investir no BIT?
De acordo com a B3, o investidor de varejo que quiser negociar futuros de BTC deve depositar na corretora uma margem de garantia mínima de R$ 100 por contrato. Esse valor funciona como uma caução, que garante a cobertura de eventuais prejuízos que podem acontecer em operações que envolvem contratos futuros.
Todas as operações do mercado futuro possuem o mecanismo de ajuste diário. Funciona assim: diariamente, a bolsa verifica o resultado dessas negociações sempre ao final do pregão. Se houve prejuízo em determinado dia, o valor da perda será debitado na conta do investidor no próximo dia pela manhã.
No caso do futuro de BTC, se o investidor não zerar a sua posição até o final do pregão, precisará depositar 50% do valor do contrato. Em nota sobre o produto, a B3 explica que “o depósito da margem de garantia garante que ambas as pontas da operação cumpram com a obrigação financeira”.
Vale a pena investir no BIT?
O contrato futuro de bitcoin é mais uma alternativa para quem busca diversificar a carteira utilizando ativos digitais.
Segundo Marcos Siktymas, diretor de Produtos Listados da B3, produtos ligados a criptoativos têm sido procurados por investidores de forma geral. Em nota, ele afirmou que a B3 está comprometida a atender essa demanda do mercado e expandir a oferta de alternativas que permitam diversificação de estratégias para todos os clientes, inclusive pessoas físicas.
Comparado a outros investimentos ligados a criptomoedas, os contratos futuros acabam sendo mais acessíveis para o investidor. No caso de um ETF de bitcoin, por exemplo, é preciso pagar pela cota, ao passo que, no BIT, basta o depósito da margem de garantia para operar.
E também existe a possibilidade de assumir uma posição short (vendida) nos contratos futuros. Quando existe a expectativa de queda do preço de um ativo, alguns investidores vendem esse ativo mesmo sem tê-lo em sua carteira. Se tudo correr conforme o esperado, ou seja, se o ativo de fato se desvalorizar, quem assumiu a ponta vendida lucra com a operação. Essa flexibilidade de ganhar na alta ou na baixa é mais uma vantagem do futuro de BTC.
Por outro lado, é preciso ter em mente que as operações com criptoativos envolvem alta volatilidade, pois eles não possuem correlação com a economia ou com outros ativos financeiros. Isso significa que as suas oscilações não dependem de fatores que mexem com o mercado financeiro, como políticas monetárias ou mesmo crises financeiras, por exemplo.
E essa volatilidade é ainda mais acentuada no mercado futuro. Por isso, essas operações sempre contemplam um risco elevado e são sujeitas a perdas expressivas, de acordo com os volumes envolvidos nas negociações.
Para saber mais sobre o mercado de derivativos e como uma assessoria de investimento pode lhe orientar nessas operações, clique nos links abaixo:
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