Quem deseja diversificar na bolsa e ainda receber uma renda passiva nos investimentos, já pode contar com alguns ETFs que pagam dividendos. Popular no exterior, a modalidade começa a despontar no mercado brasileiro como mais uma alternativa para receber proventos regulares, assim como as ações e os fundos imobiliários.
Os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos negociados em bolsa que têm o objetivo de replicar o comportamento de determinado índice ou ativo financeiro. Na prática, são fundos de gestão passiva que proporcionam uma boa diversificação, inclusive dando acesso ao mercado internacional. Dependendo do ETF, é possível refletir na carteira os resultados de gigantes da bolsa brasileira e dos principais mercados de capitais do mundo.
Em janeiro de 2023, a B3 autorizou a listagem de ETFs que pagam dividendos, sendo que, até o momento, existem somente três em negociação. A seguir, veja como funcionam esses ETFs e quais são as opções para os investidores.
Como funcionam os ETFs que pagam dividendos?
Assim como as ações e outros ativos de renda variável, as cotas dos ETFs são negociadas nos pregões da bolsa. Como vimos, esse investimento está ligado a um índice ou ativo de referência, ou seja, a sua rentabilidade irá refletir o benchmark que ele acompanha.
Por exemplo, existem ETFs ligados a índices da bolsa brasileira (como o Ibovespa ou IFIX) e do mercado internacional (como o S&P 500 e os índices MSCI), a ativos de renda fixa, a criptoativos, e assim por diante. Quem adquire cotas de um ETF, está comprando uma parte desses ativos indiretamente.
No caso das empresas que pagam dividendos, a única opção até janeiro de 2023 era reinvestir esses proventos no próprio fundo. Diferentemente das ações, o dinheiro não ia para o bolso do investidor. Em vez disso, o gestor utilizava esses recursos para adquirir mais ativos, de acordo com o referencial do fundo.
Com as novas regras, os ETFs que foram lançados depois de 30 de janeiro de 2023 já podem distribuir proventos aos seus cotistas. A novidade trouxe a possibilidade de receber dividendos de maneira mais simples e acessível, pois o investidor não precisa se preocupar com a seleção das ações, e ainda economiza custos de corretagem.
Além disso, os dividendos de ETFs dão mais previsibilidade ao fluxo financeiro, pois são pagos todos os meses. No caso das ações, cada companhia tem o seu próprio calendário de pagamento.
Conheça quais ações comprar para receber dividendos
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O Nubank foi o primeiro a lançar um ETF de dividendos na bolsa brasileira. Logo depois, veio a Buena Vista Capital e, mais recentemente, o Itaú disponibilizou o terceiro fundo desse tipo. O valor mínimo de aplicação está sujeito às oscilações do mercado.
A seguir, conheça cada um deles.
NDIV11
O Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11) tem como referência o Ibov Smart Dividendos. Esse índice representa 21 empresas que fazem parte do Ibovespa e estão entre as principais pagadoras de dividendos nos últimos 6 anos.
A taxa de administração do NDIV11 é de 0,50% ao ano, e o valor mínimo de investimento é de R$ 112,84. Ações como Cemig (CMIG4), Petrobras (PETR4), Vale (VALE3), Banco do Brasil (BBAS3) e Itaúsa (ITSA4) fazem parte do índice de referência desse ETF.
O pagamento dos dividendos ocorre no 10.° dia útil de cada mês.
SPYI11
O Buena vista US High Income (SPYI11) é baseado no índice norte-americano NEOSSPYI , formado por ações de gigantes internacionais como Apple, Microsoft, Nvidia, Google, Berkshire Hathaway, Tesla, entre outras.
Além de capturar a maior valorização possível das empresas que formam o índice, a estratégia desse ETF contempla também a venda de opções de compra (call options) escalonadas, com diferentes prazos de até dois meses. Os resultados dessas operações são distribuídos como proventos para os cotistas.
O SPYI11 tem taxa de administração de 0,83% ao ano, e o seu investimento mínimo é de R$ 103,68. Os dividendos são distribuídos no 6.° dia útil de cada mês.
DIVD11
O It Now IDIV Renda Dividendos (DIVD11) acompanha o retorno do IDIV (índice de dividendos da B3), e espelha outro ETF do Itaú – o DIVO11. A diferença é que o DIVO11 reinveste a totalidade dos dividendos em novas cotas, para aumentar o patrimônio do fundo.
A estratégia do DIVD11 prevê o aluguel de ações em até 70% da carteira, como forma de turbinar os rendimentos. A sua taxa de administração é de 0,50% ao ano, e o investimento mínimo, R$ 50.
Quais as vantagens de investir em ETFs?
Uma das principais vantagens de investir em ETFs é a diversificação da carteira de forma muito simples e acessível. Com valores iniciais baixos, você pode ter acesso a diversos ativos e mercados, sem que seja necessário avaliar cada papel separadamente, pois um gestor é responsável por fazer isso.
Outro ponto positivo desses fundos é a aderência à estratégia inicial de investimento que eles proporcionam. Periodicamente, os índices de referência dos ETFs são atualizados, pois é preciso verificar se as empresas que os compõem ainda possuem os requisitos básicos para tanto. As que deixam cumprir determinado critério são excluídas, e no lugar delas entram outras que passam a fazer parte dos índices.
Se a estratégia do investidor for acompanhar o Ibovespa, por exemplo, ele precisará comprar ou vender ações cada vez que o índice for atualizado. Ao passo que, se investir em um ETF vinculado ao Ibovespa, essa atualização ocorrerá automaticamente a cada mudança, pois o gestor tratará de incluir no patrimônio as ações que formam o índice.