Gestão ativa e passiva: entenda a diferença entre as estratégias

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra o desempenho dos fundos de investimento de gestão ativa e passiva.
Imagem mostra o desempenho dos fundos de investimento de gestão ativa e passiva.

Não é novidade que os fundos de investimento são uma das formas mais acessíveis de diversificação da carteira. Mas o que muitas pessoas não sabem é que a estratégia desses investimentos pode impactar significativamente o seu resultado. Estamos falando de gestão ativa e passiva, conceitos muito importantes para quem deseja investir em fundos.

Você sabia que o tipo de gestão tem a ver com a complexidade dos fundos e com as taxas cobradas na aplicação? Para saber mais sobre o que são gestão ativa e passiva e como isso influencia nos seus ganhos, continue a leitura a seguir.

O que são gestão ativa e passiva nos fundos de investimento?

Antes de mais nada, é preciso entender que existem diversos tipos de fundos no mercado. Essas variações contemplam aspectos como tipos de ativos (por exemplo, títulos de renda fixa, ações ou moedas internacionais), prazos para resgate, objetivos do investimento, entre outros.

Outro ponto importante é conhecer o papel dos principais participantes da estrutura de um fundo de investimento: administrador, distribuidor e gestor.

O administrador é o responsável por constituir o fundo, cuidando dos interesses dos investidores e garantindo o funcionamento e a segurança do investimento. Para isso, ele precisa cuidar de aspectos operacionais, como a contratação da equipe responsável pelo fundo.

Já o distribuidor é quem coloca as cotas do fundo no mercado para venda. Quem faz isso são as corretoras, os bancos e demais instituições devidamente autorizadas a negociar produtos financeiros. O distribuidor também é responsável por checar as informações e documentos dos investidores. Essa tarefa tem o objetivo de saber quem pode ingressar no fundo, auxiliando na prevenção à lavagem de dinheiro.

Por fim, temos o gestor, que é o responsável por definir toda a estratégia de investimento do fundo. Nesse sentido, ele escolhe os ativos que formarão a carteira de acordo com o que prevê o regulamento do investimento. Por exemplo, se o fundo for da categoria de renda fixa, são esses os papéis que serão comprados pelo gestor. Já se o fundo for multimercado, a gestão poderá incluir produtos de renda variável, como ações, ativos cambiais, e até mesmo derivativos em algumas ocasiões. Há uma infinidade de regras e estratégias diferentes, todas disponíveis para o investidor de antemão.

Os fundos de investimento podem ter dois tipos de gestão: passiva e ativa. Basicamente, gestão ativa e passiva estão relacionadas à rentabilidade e ao risco do investimento.

Gestão ativa nos fundos de investimento

Na gestão ativa, o papel do gestor é buscar superar o índice de referência do fundo, também chamado de benchmark. Dependendo do perfil do fundo, esse índice de referência pode ser o CDI, o Ibovespa, algum índice de inflação, a taxa de câmbio, e assim por diante.

Ao eleger algum desses indicadores, o gestor faz uma análise sobre o potencial de rentabilidade do fundo. Dessa forma, escolhe os ativos que julga mais adequados para rentabilizar o investimento.

Como o objetivo do gestor é superar o benchmark, ele acompanhará frequentemente o desempenho de todos os ativos que formam o fundo. Dependendo da performance de cada um deles, poderá mantê-los ou substituí-los por outros mais rentáveis, se for o caso.

A gestão ativa de um fundo de investimento é bastante desafiadora. Afinal, o compromisso do gestor é apresentar resultado melhor do que o índice de referência do investimento. Teoricamente, as possibilidades de ganhos nesses fundos acabam sendo maiores. Por isso, eles cobram a chamada taxa de performance, que serve para remunerar o trabalho da gestão do fundo.

Via de regra, a taxa de performance corresponde a um percentual sobre o que excede o valor do benchmark.

Digamos que você investiu em um fundo de gestão ativa que cobra 20% sobre o que exceder o CDI. Agora imagine que, no ano, a rentabilidade do fundo foi de 15%, e o CDI atingiu 10%.

Nesse caso, o fundo excedeu o benchmark em 5%. Logo, a taxa de performance que você pagará ao gestor será 20% de 5% (performance do fundo – excedente do CDI). O cálculo seria o seguinte:

Taxa de performance = 0,2 x 0,05 = 0,01 = 1%

Em outras palavras, os fundos de gestão ativa podem oferecer maiores retornos ao investidor. Mas, para isso, ele deverá pagar pelo trabalho do gestor.

Gestão passiva nos fundos de investimento

Por outro lado, a gestão passiva é aquela na qual o compromisso do gestor é simplesmente seguir um benchmark. Ou seja, o seu trabalho não é no sentido de superar um índice financeiro, mas sim acompanhá-lo.

Teoricamente, o potencial de rentabilidade dos fundos de gestão passiva é limitado em comparação à gestão ativa justamente por não existir a possibilidade de superar o benchmark. No entanto, o custo para o investidor é mais acessível e, na prática, boa parte dos fundos ativos não consegue bater seus benchmarks.

Uma vez que não existe o trabalho de acompanhamento e revisão dos ativos por parte do gestor, não há remuneração para isso. Logo, sobre os fundos de gestão passiva não incide a taxa de performance.

Um exemplo de fundo de gestão passiva são os ETFs (Exchange Traded Funds). Também chamados de “fundos de índices”, esses investimentos buscam replicar o desempenho de determinado índice ou ativo financeiro.

Na bolsa brasileira, há diversos ETFs à disposição do investidor. Nesse sentido, há fundos que seguem índices acionários brasileiros (como Ibovespa e Small Caps), índices internacionais (como o S&P 500 e os índices MSCI), ativos cambiais, criptoativos, entre outros.

E qual é o melhor tipo de gestão nos fundos de investimento?

Na verdade, há espaço para gestão ativa e passiva em todo tipo de carteira. Por exemplo, se o seu objetivo é investir no mercado acionário por meio de fundos, pode adquirir cotas de um ETF, de um fundo de ações, ou de ambos. Logicamente, se isso fizer sentido para o seu perfil de investidor e objetivos financeiros.

Na escolha entre gestão ativa e passiva, vale a máxima da diversificação dos investimentos. Nesse sentido, o que conta mesmo é selecionar os melhores ativos. Para isso, é necessário conhecer as opções disponíveis no mercado e estimar o quanto elas podem ser rentáveis para a sua carteira.

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