LCI e LCA: o que são, quanto rendem e quando investir nesse tipo de renda fixa

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra campo fazendo referência aos títulos LCI e LCA
Imagem mostra campo fazendo referência aos títulos LCI e LCA

Com os juros em alta, a renda fixa tem estado cada vez mais presente nas carteiras de investidores de todos os tipos, dos mais conservadores aos mais arrojados. Nesse contexto, LCI e LCA se destacam em termos de rentabilidade por oferecerem um interessante diferencial: a isenção de Imposto de Renda.

Neste conteúdo, você saberá o que são e como funcionam esses títulos, e entenderá em que momento eles podem ser interessantes para a sua estratégia de investimento. Portanto, se você está à procura de diversificação para sua carteira e ainda não conhece a LCI e LCA, continue a leitura a seguir!

O que são LCI e LCA?

As siglas vêm de Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Da mesma forma que o CDB, as LCIs e LCAs são títulos de renda fixa emitidos por bancos. Isso significa que, ao adquiri-los, você está emprestando o seu dinheiro a uma instituição financeira em troca de uma remuneração.

A diferença é que, no caso de LCI e LCA, os recursos captados pelos bancos têm um destino específico. Em relação à LCI, os valores financiam a carteira de crédito imobiliário das instituições financeiras emissoras. Já no caso da LCA, os recursos vão para o financiamento de projetos do agronegócio. Ou seja, os beneficiários dessas carteiras são produtores rurais, cooperativas e demais participantes desse segmento. Para o investidor, não há diferença entre investir em um ou outro título, pois o que muda de fato é o lastro do papel.

Outra peculiaridade das LCIs e LCAs é a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos, o que garante a esses títulos uma rentabilidade média mais interessante do que outras modalidades conservadoras de renda fixa.

Rendimento das LCIs e LCAs

Quanto à rentabilidade, esses títulos funcionam da mesma forma que outros de renda fixa, como CDBs e Tesouro Direto, por exemplo. Isso significa que podem ser prefixadas, pós-fixadas ou atreladas à inflação.

Nas letras prefixadas, o investidor já sabe quanto receberá desde o início da aplicação, como 12% ou 13% ao ano, por exemplo. Dessa forma, pode calcular a remuneração exata que terá no vencimento do título.

Já as letras pós-fixadas seguem um indicador de referência que, normalmente, é o CDI, principal referência dos títulos de renda fixa. Isso significa que a rentabilidade do título irá oscilar de acordo com a performance do CDI durante o prazo da aplicação. Logo, o investidor só conhecerá o rendimento no vencimento do papel.

Por fim, as letras atreladas à inflação têm uma parte da remuneração fixa e a outra parte segue a variação de um índice inflacionário. Normalmente, o mais utilizado é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o índice da inflação oficial brasileira.

Pelo fato de acompanhar um indicador inflacionário, esse tipo de título é um investimento interessante em momentos de inflação alta. Isso porque o rendimento atrelado à alta dos preços ajuda a preservar o valor do dinheiro no tempo.

Por que esses títulos são isentos de Imposto de Renda?

Os setores da economia financiados pelas LCIs e LCAs são considerados estratégicos para o país. Por isso, não há incidência de IR sobre os seus rendimentos, e essa é uma das principais vantagens para o investidor.

Para relembrar: a tributação dos títulos de renda fixa segue a tabela regressiva do IR, cujas alíquotas vão de 22,5% e reduzem até o percentual mínimo de 15%, de acordo com o prazo da aplicação:

Prazo do títuloAlíquota do IR
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
Acima de 720 dias15%

Dependendo do caso, mesmo que a taxa desses títulos seja mais baixa do que a de um CDB, eles ainda podem ser mais interessantes, justamente por não haver IR.

Mas atenção: mesmo os investimentos isentos de IR precisam ser declarados no ajuste anual. Portanto, se você investe em LCIs e LCAs, não esqueça delas no seu acerto de contas com o Leão, certo?

Liquidez das LCIs e LCAs

Na hora de investir nesses títulos, um dos aspectos a serem observados é a sua liquidez, ou seja, a facilidade de transformar os papéis em dinheiro. Isso porque as LCIs e LCAs possuem uma carência mínima para resgate, que, no caso das pré e pós-fixadas, costuma ser de 90 dias. Porém, quando o título é atrelado a um índice de preços, a carência pode chegar a 12 meses ou mais. E também há letras que só podem ser resgatadas no seu vencimento, que costuma variar de um a três anos, em média.

Caso o investidor precise dos recursos antes do vencimento, existe a possibilidade de negociar esses títulos no mercado secundário de renda fixa. Ou seja, vendê-los diretamente a outro investidor que se interesse em ficar com os títulos até vencerem. Mas é preciso saber que, nesse ambiente, os preços oscilam de acordo com a procura dos investidores pelos títulos. Por isso, não há garantia de que o investidor consiga pela LCI ou LCA a mesma remuneração que acordou no início da aplicação.

LCIs e LCAs são um investimento seguro?

Outra grande vantagem desses títulos é contarem com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). No caso de falência da instituição financeira, o FGC garante ao investidor o ressarcimento de até R$ 250 mil para alguns títulos de renda fixa.

Esse valor é limitado por instituição até o teto de R$ 1 milhão. Por exemplo, se o investidor possui R$ 250 mil aplicados em quatro instituições, receberá todo o seu dinheiro de volta no caso de quebra dos bancos.

Ou seja, tanto a LCI quanto a LCA são investimentos seguros e bem mais rentáveis do que a poupança. Se você ainda guarda dinheiro na velha caderneta, esse é mais um motivo para começar a diversificar o seu patrimônio, certo?

Para quem são indicados esses títulos?

As LCIs e LCAs são uma excelente alternativa para diversificar qualquer tipo de carteira de investimentos. Como vimos, ambas contam com a proteção do FGC, e o seu rendimento é mais interessante do que a média dos títulos conservadores de renda fixa.

Outro ponto a considerar é que esses títulos podem ser emitidos por instituições financeiras de diferentes portes. Isso faz com que o investidor tenha diversas opções de prazo e remuneração, o que também contribui para o poder de diversificação das letras de crédito.

No entanto, é importante lembrar que esses títulos têm carência que pode ir de 90 dias até o prazo final do investimento. Portanto, para não correr o risco de adquirir LCIs e LCAs e precisar resgatá-las antes do vencimento, esses títulos devem estar na estratégia de médio e longo prazo da carteira.

Como investir em LCI e LCA?

Agora que já entendemos como funciona a liquidez, remuneração e demais aspectos das letras de crédito, é hora de conhecer o passo a passo para investir nesses títulos.

Se você tem conta em um banco, possivelmente ele só venda LCIs e LCAs que ele próprio emite. Por outro lado, as corretoras costumam oferecer uma diversidade maior de títulos, pois trabalham com ativos de diversas instituições financeiras. Logo, as chances de você encontrar papéis mais rentáveis também acaba sendo maior.

Outro ponto importante é observar a forma de remuneração dos títulos. Nesse sentido, os prefixados são indicados quando se espera que os juros caiam ou permaneçam em um patamar mais alto por bastante tempo. Porém, se o cenário econômico aponta para uma alta da Selic, é mais vantajoso investir em pós-fixados.

Além disso, normalmente existe um valor mínimo para investir em LCIs e LCAs, que varia de acordo com o potencial de retorno do título. Ou seja, quanto maior o valor aplicado, maior poderá ser a taxa oferecida pela instituição financeira. Mas geralmente existem opções para valores iniciais menores, logo é bom prestar atenção também nesse ponto.

Por fim, nunca deixe de observar os limites do FGC quando for investir em títulos cobertos por essa garantia. Como vimos, é grande a diversidade de LCIs e LCAs que você pode encontrar no mercado. No entanto, é importante entender que um dos aspectos que influenciam a remuneração está diretamente relacionado ao risco do emissor. Ou seja, quanto maior o risco de crédito, maior também tende a ser a taxa oferecida. Por isso, se você tiver mais de R$ 250 mil para investir, o ideal é dividir esse valor entre instituições diferentes.

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