Temporada do 3T23: melhor do que o esperado, mas desempenhos ainda fracos

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Temporada de balanços - análise do 3T23
Temporada de balanços - análise do 3T23

A temporada de balanços do terceiro trimestre de 2023, que chegou ao fim na semana passada, foi melhor do que o esperado pelo mercado, mas, assim como aconteceu em trimestres anteriores, o desempenho das empresas continua fraco. A avaliação é de Luis Novaes, analista da Terra investimentos, ao observar que alguns setores foram capazes de superar as expectativas ou, ao menos, sinalizar com resultados melhores no futuro.

“Diante da atividade persistentemente fraca na economia brasileira e global, não tivemos surpresas positivas em relação às receitas das empresas. Por outro lado, com a inflação cedendo e os juros caindo consistentemente, as margens tiveram um expressivo alívio no período”, aponta o analista.

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Inflação desacelera e impulsiona crédito

Ao longo dos últimos meses, a desaceleração da inflação contribuiu para os custos menores nos diversos setores da economia. Isso permitiu revisões sucessivas da taxa Selic para baixo, o que contribuiu para a queda do custo financeiro das empresas – lembrando que algumas acumulam dívidas desde o período da pandemia.

Além disso, Novaes lembra também que, após a turbulência do inicio do ano, houve uma significativa melhora no mercado de crédito. Com isso, a carga sobre empresas alavancadas acabou aliviando, tendo em vista que conseguiram acessar o mercado de dívida a um custo mais razoável.

Desempenho das commodities

Na ponta positiva das commodities, Novaes destaca o minério de ferro, com a maior demanda devido à alta produção de aço na China, mesmo diante da instabilidade do setor imobiliário. “Já o desempenho de setores como petróleo, aço e grãos deixou a desejar, em função do excedente de oferta ou das incertezas quanto à demanda”, avalia.

Melhores e piores desempenhos da temporada do 3T23

Entre os setores com bom desempenho e empresas que se destacaram no 3T23, Novaes aponta:

  • – Concessões: mantiveram a tendência positiva dos últimos resultados. Destaques: CCR (CCRO3) e EcoRodovias (ECOR3).
  • – Construtoras: volumes robustos e margens protegidas, apesar do aumento do custo de construção. Destaque para Cyrella (CYRE3).
  • – Consumo essencial: destaque para Raia Drogasil (RADL3), cuja receita cresceu principalmente nas lojas maduras, o que impulsionou outros indicadores financeiros.
  • – Locadoras de veículos: o destaque ficou com as locadoras de veículos de pequeno porte, em especial Localiza (RENT3).
  • – Frigoríficos: depois de trimestres fracos, começaram a mostrar sinais de recuperação. No link abaixo, confira os números de JBS (JBSS), Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3) e Minerva Foods (BEEF3):

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Por outro lado, os seguintes setores e empresas ainda se encontram pressionados pelo ambiente macroeconômico:

  • – Consumo discricionário: mantém desempenho fraco, com destaque para Pão de Açúcar (PCAR3), Veste (VSTE3) e Casas Bahia (BHIA3).
  • – Sucroenergético: a contribuição negativa do etanol pesou sobre as empresas do setor, especialmente São Martinho (SMTO3).
  • – Petróleo: a commodity em queda penalizou os resultados da Petrobras (PETR4) e 3R Petroleum (RRRP3).
  • – Siderurgia: o excesso de oferta do aço ceifou os ganhos de empresas do setor, como Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3).

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