Units: entenda como funciona esse tipo de ação

Tempo de leitura: 4 minutos

Empresa mostra mãos de mulher segurando um tablet e acompanhando a cotação das units na bolsa
Empresa mostra mãos de mulher segurando um tablet e acompanhando a cotação das units na bolsa

Quem investe em ações, sabe que existem diversas formas de diversificar o patrimônio, e uma delas é por meio das units, que representam diferentes classes de ativos.

Dependendo do tipo de ação, o investidor terá um tratamento diferente. E, no caso das units, é possível usufruir das peculiaridades de cada título ao mesmo tempo, o que pode aumentar as chances de ganhos com os investimentos.

No pregão, as units são identificadas pelo número 11 depois das quatro letras que formam o ticker. Neste conteúdo, explicaremos o que são esses ativos, como eles se diferenciam dos demais tipos de ações e por que são uma boa alternativa de diversificação no mercado acionário. Continue a leitura e confira a seguir!

O que são units?

Também conhecidas como certificados de depósito de ações, as units são uma espécie de pacote de títulos de uma companhia. Na verdade, elas não são propriamente um tipo de ação, mas sim um agrupamento composto normalmente por ações ordinárias (ON) e ações preferenciais (PN). Dessa forma, quem detém uma unit, possui os direitos conferidos por cada um desses tipos de ações, conforme veremos a seguir.

Ações ordinárias

A principal característica de uma ação ordinária (ON) é o direito que o seu detentor tem de votar nas assembleias de acionistas. Por isso, elas acabam sendo o tipo de ação mais indicado para quem deseja participar das decisões da companhia.

O poder de voto das ON está diretamente relacionado ao número de títulos que o investidor possui. Isso significa que, quanto mais ações ele tiver dessa categoria, mais forte será a sua participação sobre as decisões em relação aos rumos da empresa. Segundo a legislação, o controle societário de uma companhia é obtido por quem tiver metade das ações ordinárias + um título do tipo.

Outra característica de uma ação ordinária é que, mesmo que tenha o controle, o acionista não responde pessoalmente pelas dívidas da empresa. No entanto, no caso de falência, quem possui esse tipo de ação receberá o dinheiro que investiu somente depois que os sócios com ações preferenciais (PN) forem ressarcidos. Em outras palavras, as ações ordinárias teoricamente carregam mais risco do que as preferenciais. 

Por outro lado, os acionistas minoritários que possuem ações ON têm direito ao tag along. Trata-se de um mecanismo de proteção ao investidor, que garante a ele a venda dos títulos por, no mínimo, 80% do valor recebido pelos controladores caso a empresa venha a ser vendida.

Ações preferenciais

Já no caso das ações preferenciais (PN), o principal atributo é a preferência no recebimento de dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP). Por isso, elas são as mais indicadas para quem está em busca de renda passiva com investimentos.

De acordo com a legislação, os proventos das ações preferenciais devem ser, no mínimo, 10% superiores dos que os pagos às ações ordinárias. Além disso, conforme vimos anteriormente, quem possui esse tipo de ação também tem a preferência no reembolso do capital investido no caso de liquidação da empresa.

Já o mecanismo de tag along não se aplica legalmente às ações PN. No entanto, muitas empresas já estendam esse tipo de benefício a essa categoria de ações atualmente.

Para quem está começando a investir no mercado acionário, as ações preferenciais podem ser uma opção mais interessante. Isso porque, no início, é natural que os aportes sejam mais baixos, o que inviabiliza alguma participação nas decisões da empresa. Outro aspecto favorável para o investidor iniciante é o fato de esse tipo de ação ser mais negociada no pregão do que as ordinárias, o que dá mais liquidez ao título.

Composição das units

Não existe uma regra específica para a composição da unit, pois cada empresa de capital aberto tem liberdade para definir quantas ações ordinárias e preferenciais farão parte desse ativo. Normalmente, o que se vê com mais frequência é a proporção de uma ação ON para, no mínimo, duas PN na formação das units.

Outro ponto a saber sobre esse título é que as companhias são livres para criá-los ou desfazê-los a qualquer momento que decidir. Inclusive, muitas empresas listadas na bolsa nem oferecem esse tipo de investimento.

Vantagens de investir em units

Normalmente, o objetivo de uma companhia que negocia units é aumentar a liquidez dos seus títulos, fazendo-os circular entre mais investidores. Isso acaba diluindo a participação societária, e ajuda a empresa a evitar a perda do controle acionário.

Para o investidor, a grande vantagem é a diversificação que as units proporcionam, pois ele pode aproveitar os benefícios de cada classe de ação. Ou seja, o direito à voto nas assembleias e a preferência no recebimento de dividendos. Trata-se de mais uma estratégia de diversificação para quem busca potencializar os ganhos com ações.

Por fim, as units contam com todas as outras prerrogativas dos investimentos em ações, que são a possibilidade de alugar o ativo, o potencial de valorização no longo prazo, e assim por diante.

Como escolher a melhor unit para investir?

A escolha das melhores units dependerá basicamente da estratégia do investidor para a sua carteira. Nesse sentido, há quem tenha foco maior no recebimento de dividendos, ou na valorização dos títulos, por exemplo. De qualquer forma, os critérios para selecionar units não diferem dos utilizados para outros tipos de ações. Ou seja, escolher empresas com bons fundamentos, indicadores financeiros saudáveis, bons critérios de governança, tudo isso é sempre importante para construir uma carteira de ações sólida e com bom potencial de rentabilidade ao longo do tempo.

Além disso, é fundamental realizar o acompanhamento da carteira, para garantir que os resultados estejam alinhados à estratégia original. De tempos em tempos, um rebalanceamento pode ser necessário, seja para aproveitar boas oportunidades ou para se desfazer de determinado ativo que possa prejudicar os resultados dos investimentos.

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