Bolsa de Nova York (NYSE): tudo sobre a maior bolsa de valores do mundo

Tempo de leitura: 6 minutos

Imagem mostra a Bolsa de Nova York (NYSE)
Imagem mostra a Bolsa de Nova York (NYSE)

Conhecer as principais bolsas de valores do mundo é algo importante para quem pensa em diversificar os investimentos em ativos internacionais. Entre elas, a mais importante é, sem dúvida, a Bolsa de Nova York, também conhecida como NYSE.

Que os Estados Unidos são a maior economia do mundo e atraem investidores de todos os continentes, isso não é novidade para ninguém. O que alguns não sabem é que o país também possui as duas maiores e mais valiosas bolsas de valores do planeta: a NYSE e a NASDAQ, nas quais estão listadas as blue chips internacionais.

Neste conteúdo, falaremos sobre os aspectos mais importantes da Bolsa de Nova York que você precisa conhecer para entender a sua relevância no mercado internacional. Não é à toa que essa bolsa é considerada um termômetro da economia e do mercado financeiro mundial, conforme você verá a seguir.

O que é a NYSE?

NYSE – New York Stock Exchange – significa literalmente Bolsa de Valores de Nova York. Fundada há mais de 200 anos, essa bolsa é o maior centro financeiro global, que abriga negociações de ações das maiores e mais importantes empresas do mundo. Na NYSE, você encontra ações de gigantes como Walmart, Coca-Cola, Disney, Johnson & Johnson, Berkshire Hathaway e vários outros nomes que veremos mais adiante.

Atualmente, o volume médio diário de negociação da Bolsa de Nova York é de cerca de US$ 1,2 trilhão. A NYSE também é responsável por dois índices que estão entre os principais benchmarks do mercado financeiro internacional: o S&P 500 (SPX) e o Dow Jones Industrial Average (DJIA). Esses índices refletem a performance de mais de 500 empresas que fazem parte do grupo das que possuem os maiores valores de mercado de todo o mundo.

A Bolsa de Nova York está localizada na Wall Street, a rua que fica ao sul da ilha de Manhattan formada por oito quarteirões e que é o centro financeiro mais famoso do mundo.

Como surgiu a Bolsa de Nova York

Ao longo dos seus mais de 200 anos, a NYSE passou por diversas transformações. Tudo começou em 1972, com a assinatura do Acordo de Buttonwood por 24 corretores. Esse documento visava reestabelecer a confiança do mercado depois de uma crise financeira que havia acontecido um ano antes. Nesse sentido, um dos pontos previstos pelo acordo era que as negociações dos corretores passariam a ocorrer apenas entre eles, sem a intermediação de leiloeiros de commodities.

Inicialmente, esses corretores se encontravam informalmente no Tontine Coffee House, na ilha de Manhattan. Logo após, o local virou um centro comercial e financeiro bem movimentado, e passou a ser pequeno para a quantidade de negociações feitas pelos corretores.

Com a necessidade de um lugar maior e de regras para o seu funcionamento, foi criada a New York Stock and Exchange Board (NYSEB) em 1817, em uma sala alugada na Wall Street. No início, o volume médio de negociações diárias da bolsa não passava de 30. A atual sigla NYSE surgiu em 1863, e dois anos depois a bolsa já negociava mais de 300 ações por dia.

A sede atual da NYSE foi inaugurada em 1903. Nos anos que se seguiram, o volume de negócios cresceu de forma rápida, até o Crash de 1929, que veremos com mais detalhes no próximo item.

No início dos anos 2000, ocorreram importantes transformações que alteraram a estrutura da maior bolsa de valores do mundo. Em 2006, a NYSE fez a sua abertura de capital (IPO), e no mesmo ano deu início ao NYSE Group, com a aquisição da bolsa Arquipelago Exchange.

Em 2007, foi criada a NYSE Euronext, a partir da fusão do NYSE Group com a bolsa Euronext. Por fim, em 2008, foi a vez de adquirir a bolsa americana Stock Exchange, que teve o nome modificado para NYSE American depois de sua reestruturação.

O que foi a quebra da Bolsa de Nova York?

A maior bolsa de valores do mundo já teve os seus dias difíceis, tendo protagonizado uma das piores crises financeiras mundiais dos últimos tempos: a crise (ou crash) de 1929.

Também conhecida como a Grande Depressão, essa crise foi uma enorme recessão que iniciou nos Estados Unidos e se espalhou por quase todos os países. Na ocasião, o que causou o desequilíbrio na economia mundial foi uma combinação de excesso de produção e consumo com especulação financeira que marcaram o início dos anos 20. Acompanhe a seguir a cronologia do evento.

Ascensão dos Estados Unidos no cenário econômico mundial

A Primeira Guerra Mundial devastou a economia europeia, e isso abriu espaço para que os EUA se consolidassem como a nova liderança econômica do cenário internacional. Rapidamente, o país se tornou o principal fornecedor de bens e serviços para a reconstrução da Europa, o que gerou um rápido crescimento de suas empresas.

Com o cenário de prosperidade norte-americano, veio também o aumento do consumo por parte da população. Isso fez com que o período ficasse conhecido como os “loucos anos 20”, quando foi popularizada a expressão american way of life (ou “estilo de vida americano”).

Com empresas faturando e lucrando mais, o fluxo de dinheiro passou a ser cada vez maior no país. Isso fez com que a população consumisse cada vez mais, e de forma descontrolada. Percebendo isso, o governo tomou uma atitude que agravou a situação: facilitou o crédito para impulsionar ainda mais os gastos, e fez isso sem muitos critérios.

Essa injeção de dinheiro fez com que as pessoas passassem a investir maciçamente na bolsa além de consumir. Isso ocasionou uma forte especulação no mercado de capitais, pois a intenção dos investidores era somente comprar ações e vendê-las assim que se valorizassem. À medida que aumentava o interesse pela bolsa, a alta demanda foi criando uma falsa sensação de valorização das empresas.

O começo da crise

A especulação na bolsa provocada pelo excesso de crédito fragilizou a economia dos EUA, e demorou muito a ser percebida pelo governo e pela sociedade. Por sua vez, em meados anos 20 a Europa começou a dar sinais de recuperação econômica e passou a não precisar mais tanto das indústrias norte-americanas.

A partir dessa nova realidade, o que se viu foram sérios problemas nas empresas dos EUA, pois a população do país não conseguia absorver sozinha toda a produção industrial. Ou seja, havia oferta em excesso para a nova demanda reduzida, e isso fez com que muitas empresas americanas fechassem.

A solução 10 anos depois do crash da bolsa

O grande marco de todo esse caos foi a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 24 de outubro de 1929. A data ficou mundialmente conhecida como quinta-feira negra.

A Grande Depressão durou mais de uma década, sendo que, em 1932, apenas três anos depois do crash da bolsa, o PIB (Produto Interno Bruto) mundial havia reduzido 15%. Somente com o New Deal, um plano de recuperação que envolveu investimentos do governo e criação do seguro-desemprego nos EUA, é que a economia voltou lentamente a respirar.

A Grande Depressão durou até 1941. Porém, o Dow Jones demorou mais de 10 anos depois do término da crise para se recuperar, tendo alcançado novamente o nível recorde de antes do crash somente em 1953.

Como

Empresas listadas na NYSE

Atualmente, há quase 3 mil empresas listadas na NYSE, que juntas possuem cerca de US$ 27 trilhões de valor de mercado. Embora existam companhias de todos os setores na Bolsa de Nova York, predominam as que atuam em segmentos mais tradicionais. Isso porque a sua vizinha NASDAQ concentra as empresas de tecnologia e setores ligados à inovação de forma geral.

Confira algumas das principais empresas negociadas no pregão da NYSE:

  • – Alcoa
  • – American Express
  • – Boeing
  • – Bank of America
  • – Caterpillar
  • – Chevron
  • – Coca-Cola
  • – DuPont
  • – Exxon Mobil
  • – General Eletric
  • – HP
  • – Johnson & Johnson
  • – McDonald
  • – Pfizer
  • – Procter and Gamble
  • – 3M
  • – United Technologies
  • – Walmart

Qual a diferença entre NYSE e NASDAQ?

Uma das principais diferenças entre as duas maiores bolsas do mundo são os setores de atuação das empresas listadas. Isso porque a NYSE abriga companhia que atuam em diversos segmentos da economia, com ênfase nos mais tradicionais. Por outro lado, a NASDAQ tem foco nas gigantes da tecnologia, como Apple, Microsoft, Meta (ex-Facebook), Google, entre outras.

Outra diferença entre NYSE e NASDAQ está na capitalização total, ou seja, na soma do valor de mercado de todas as companhias que participam dos pregões. Como vimos, a NYSE possui quase 3 mil empresas listadas, com capitalização total de US$ 27 trilhões. Por sua vez, NASDAQ reúne cerca de 3,5 mil companhias com capitalização de mercado próxima de US$ 24 trilhões.

O volume médio de negociação das duas bolsas também é diferente. Nesse sentido, o fluxo médio da NYSE gira em torno de US$ 1,2 trilhão diariamente, enquanto o da NASDAQ se aproxima de US$ 1,8 trilhão.

Por fim, destacamos também a volatilidade que as duas bolsas apresentam. Pelo fato de a NASDAQ concentrar empresas de tecnologia e setores de inovação, as suas ações tendem a apresentar mais oscilações do que as das companhias listadas na NYSE. Consequentemente, isso aumenta o risco da bolsa, principalmente em momentos de mais turbulência econômica.

Como investir na Bolsa de Nova York?

Mesmo quem não tem conta no exterior pode investir nas empresas listadas na NYSE. Uma das formas mais práticas de fazer isso é por meio dos ETFS (Exchange Traded Funds), fundos de gestão passiva que buscam replicar o desempenho de algum índice do mercado financeiro.

Atualmente, você pode encontrar na B3 dois ETFs que rastreiam o S&P 500: o IVVB11 e o SPXI11. A diferença entre ambos está em detalhes relacionados à gestão e taxas.

Outra alternativa para quem deseja investir na Bolsa de Nova York são os BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Esses títulos representam ações de empresas estrangeiras, porém são emitidos em reais e negociados na bolsa brasileira. Ao adquirir BDRs, você pode se tornar sócio de gigantes como Apple, Amazon, Berkshire Hathaway, Procter & Gamble, Netflix, e por aí vai. Clique aqui, e confira alguns dos principais BDRs listados na B3.

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