Embora investir em CDB seja uma das formas mais simples e seguras de começar a formar as reservas, tem quem ainda não conheça as vantagens desse investimento. Com isso, muitas pessoas acabam perdendo boas oportunidades, deixando o dinheiro aplicado em modalidades menos rentáveis e, muitas vezes, inadequadas para o objetivo financeiro.
Foi o que apontou o último Raio X do Investidor, pesquisa anual realizada pelo Datafolha para a ANBIMA, que representa entidades dos mercados financeiro e de capitais do Brasil. Segundo dados de 2023, a poupança ainda lidera a preferência dos brasileiros – com 25% de adesão entre a população que investe. Somente bem atrás é que aparecem CDB e outros títulos privados (5%), fundos de investimento (4%) e Tesouro Direto (2%).
Aqui no blog, já falamos sobre por que a poupança não é uma boa ideia, inclusive explicamos como funciona o rendimento dessa aplicação. Além de, algumas vezes, ela ter perdido para a inflação, se você sacar os recursos no momento errado, poderá sacrificar toda a rentabilidade mês. Por outro lado, isso não acontece com o CDB escolhido adequadamente, e esse investimento é tão seguro quanto a velha conhecida caderneta.
Se você ainda não está convencido sobre as vantagens de investir em CDB ou tem dúvidas sobre como funciona, para quem é adequado ou outras do tipo, continue a leitura e saiba um pouco mais sobre esse investimento!
Como funciona o CDB?
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título emitido por uma instituição financeira com o objetivo de captar recursos. Na prática, quem adquire um CDB, está emprestando dinheiro à instituição por determinado período. Em troca, recebe de volta os recursos acrescidos dos juros definidos no momento da aplicação.
Rentabilidade
Quanto à remuneração, os CDBs podem oferecer rendimento prefixado, pós-fixado ou misto (taxas pré e pós-fixadas ao mesmo tempo).
Quando o CDB é prefixado, já se sabe o rendimento do título (sem Imposto de Renda) desde o início da aplicação. Nesse caso, a taxa é expressa ao ano, como 11% ou 12%, por exemplo.
Já no caso de um CDB pós-fixado, o seu rendimento acompanhará o CDI, que sempre é bem próximo da Selic. Como os rendimentos acompanham o movimento da taxa de juros, esse tipo de CDB não tem a mesma previsibilidade de um prefixado.
Por fim, no CDB misto, o indexador que compõe a parte pós-fixada da taxa costuma ser ligado à inflação – normalmente o IPCA. No caso de um CDB que pague 8% ao ano + IPCA, por exemplo, o investidor receberá 8% ao ano acima da inflação do período.
Tributação
Sobre os rendimentos dos CDBs incide o Imposto de Renda de acordo com a tabela regressiva aplicável aos títulos de renda fixa e à maioria dos fundos de investimento.
Na tabela regressiva do IR, as alíquotas iniciam em 22,5% e vão reduzindo conforme o tempo que os recursos ficam aplicados, até a mínima de 15%. Veja como funciona:
Prazo do resgate | Alíquota IR |
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 dias | 15% |
Outro imposto que pode incidir sobre os rendimentos de um CDB é o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mas somente quando houver resgate antes de 30 dias do início da aplicação. Nesse caso, as alíquotas começam em 96% sobre os ganhos, e vão reduzindo todos os dias até zerar no 30° dia.
Portanto, quando mais tempo você levar para resgatar o seu CDB, maior será o rendimento que terá durante o período do investimento.
4 vantagens de se investir em CDB
Agora, mostraremos as principais razões pelas quais você deve considerar investir em CDB. Acompanhe.
1 – Proteção do FGC
Os títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Isso faz com que, depois do Tesouro Direto, esses títulos sejam considerados os investimentos mais seguros do mercado.
Diferentemente do que o nome sugere, o FGC não é um fundo, mas sim uma instituição sem fins lucrativos criada com o objetivo de proteger os investidores no caso de quebra de algum banco. Por determinação do Banco Central, diversos bancos depositam recursos mensalmente no FGC. Quando uma instituição financeira vem à falência, esses recursos são utilizados para indenizar os investidores que possuem títulos do banco que quebrou.
A indenização do FGC cobre até R$ 250 mil por CPF em cada emissor, até o limite de R$ 1 milhão. Por exemplo, se o investidor possui quatro CDBs de R$ 250 mil cada e de diferentes emissores, teoricamente estará coberto pelo fundo.
No link abaixo, você pode consultar todas as instituições e conglomerados financeiros associados ao FGC:
INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS E CONGLOMERADOS FINANCEIROS – Associadas – FGC
2 – Investir em CDB é acessível
Literalmente, existem opções de CDBs para todos os bolsos. Em algumas instituições financeiras, você pode começar a investir em CDB com menos de 100 reais, dependendo das características do título.
É claro que, quanto maior for o aporte inicial e o prazo que se estiver disposto a deixar o dinheiro investido, melhores tendem a ser as taxas oferecidas pelo título. Inclusive, na Terra Investimentos, você pode encontrar CDBs de diversos emissores, prazos e rentabilidade.
De qualquer forma, o CDB é um dos investimentos mais democráticos do mercado, pois alcança qualquer capacidade financeira.
3 – Versatilidade do investimento
Embora seja um investimento tipicamente conservador, o CDB é adequado para qualquer perfil de investidor – até mesmo para os mais arrojados.
Para quem começa a investir, o primeiro passo é formar a reserva de emergência. Esse é o dinheiro que torcemos para nunca usar, mas que é extremamente importante para nos dar segurança quando surgem imprevistos financeiros.
Os recursos da reserva de segurança devem ter dois atributos fundamentais: segurança e liquidez. Já vimos que os CDBs estão entre os investimentos mais seguros do mercado; e alguns deles (normalmente pós-fixados) também têm liquidez diária ou imediata. Além disso, a sua acessibilidade também faz com que sejam uma das modalidades mais utilizadas para compor essa reserva.
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Depois de formada a reserva de emergência, já se pode buscar alternativas mais rentáveis e de prazos mais longos. E essa diversificação também pode ser feita com algum tipo de CDB.
Aqui, já entram os prefixados e os mistos, de diferentes emissores e prazos – inclusive alguns deles com carência mínima ou resgate só no vencimento.
Para escolher um CDB de médio ou longo prazo, é importante também avaliar o cenário econômico. Por exemplo, quando a Selic está em queda, os prefixados podem proporcionar uma boa remuneração com os juros ainda altos, dependendo do momento em que se adquire o título.
Já na situação contrária (com tendencia de alta dos juros), os pós-fixados garantem o rendimento de acordo com a alta da Selic. Logo, quanto mais a taxa subir, maior será a rentabilidade até o resgate.
Outro aspecto importante a se avaliar é a perspectiva para a inflação, principalmente quando pensamos no longo prazo. Nesse caso, investir em CDBs atrelados ao IPCA é uma maneira de proteger as reservas financeiras da desvalorização do dinheiro no tempo.
Ou seja, independentemente da tolerância ao risco, quem investe sempre deve ter renda fixa na carteira e, portanto, pode (e deve!) investir em CDB. De acordo com o perfil e objetivos, o que varia é a proporção entre renda fixa e renda variável no portfólio.
4 – Não há taxas para investir em CDB
O único custo que você terá a investir em CDB será a tributação dos rendimentos no momento do resgate, conforme vimos anteriormente. Sendo que se pode evitar o IOF, não realizando resgates antes de um mês, e dá para pagar a menor alíquota de IR depois de dois anos do início da aplicação.
Resumo:
Para não esquecer de por que você deve investir em CDB:
SEGURANÇA | O CDB conta com a proteção do FGC, que garante até R$ 250 mil por CFP em cada instituição financeira até o limite de R$ 1 milhão. |
ACESSIBILIDADE | É possível encontrar CDBs de diversos valores iniciais no mercado. |
VERSATILIDADE | Serve tanto para a reserva de emergência quanto para objetivos de médio e longo prazo. |
SEM TAXAS | O único custo é o IR sobre os rendimentos (o IOF pode ser evitado) |
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