De janeiro para cá, indicadores mostram melhora acima do esperado em relação à retomada de nossa atividade econômica e controle da inflação. Mesmo longe de ser unanimidade, parece que o novo arcabouço fiscal deverá apaziguar os ânimos do mercado e facilitar a vida do governo daqui para frente.
Com perspectivas favoráveis, analistas começam a apostar mais fortemente na queda dos juros no segundo semestre. No entanto, ainda não há nenhuma sinalização do Banco Central a respeito e, mesmo que os prognósticos estejam corretos, os cortes deverão ocorrer gradualmente. Ou seja, ainda teremos muito tempo de Selic em dois dígitos pela frente.
Diante desse cenário, o que podemos esperar dos investimentos? Por quanto tempo a renda fixa se manterá atrativa? Já é hora de turbinar a renda variável? Confira a seguir o que a equipe da Terra Investimentos tem a dizer sobre tudo isso!
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Perspectivas para os juros
Paulo Sodré, analista da Terra Investimentos, observa que o cenário foi muito positivo para a renda fixa em maio. Isso porque a curva de juros fechou bastante, e quando isso acontece, o preço dos títulos sobe.
“Uma queda de juros é inevitável no país, por alguns motivos. O primeiro deles é que a Selic já está alta há muito tempo, e os dados de inflação têm vindo melhores que o esperado. Além disso, o texto mais duro do arcabouço fiscal e sua aprovação expressiva na Câmara podem oferecer a credibilidade necessária ao ambiente institucional, o que também ajuda no corte dos juros”, avalia Sodré.
Na opinião do analista, se a meta de inflação se mantiver em 3%, o ambiente pode ficar ainda mais propício para a queda da Selic. De qualquer forma, um corte de juros em setembro já é dado como certo pelo mercado, e a discussão é a magnitude, se será de 50 ou 25 pontos-base. Porém, caso novos dados de inflação surpreendam negativamente, o ciclo de cortes pode ficar um pouco mais para o fim do ano.
E a renda fixa? Que papéis comprar nesse momento?
No curto prazo, ainda por conta da Selic alta, os títulos pós-fixados são a melhor alternativa, justamente por apresentarem menor oscilação de mercado do que os títulos mais longos. Já no médio prazo (entre 2 e 5 anos), os prefixados podem ser uma boa opção.
“Mas vale lembrar que os prefixados oscilam mais, então o investidor precisa levá-los até o vencimento se quiser ganhar a taxa contratada e aguentar as volatilidades a que esses papéis estão sujeitos”, alerta Sodré.
Já para longo prazo, as NTN-B’s (títulos IPCA+) são a melhor alternativa pois, historicamente, rendem consideravelmente acima do CDI quando comprados nas taxas atuais, de IPCA + 5,50 aproximadamente.
“Mesmo com a queda recente nas taxas, ainda assim o retorno das NTN-Bs está muito alto se comparado a patamares históricos recentes”, complementa o analista.
Renda fixa bancária ou crédito privado? O que é melhor?
Vale lembrar que a renda fixa bancária (CDBs, LCIs, LCAs, entre outros) tem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para até R$ 250 mil por CPF caso a instituição emissora venha a ser tornar inadimplente. E esse benefício pode chegar a R$ 1 milhão, se o valor investido estiver em instituições diferentes.
Já no crédito privado, não existe essa proteção aos credores, e justamente por isso suas taxas são maiores.
“Aqui, vale lembrar que, em um ambiente de juros muito altos, o risco dos títulos privados aumenta significativamente, pois boa parte da margem das empresas acaba indo embora para pagar juros para os credores. Não é a toa que, nesses momentos, vemos muitas empresas quebrando ou entrando em recuperação judicial“, observa o analista.
Normalmente, os setores menos impactados por juros altos são os de utilities, como energia elétrica, por exemplo, por conta de boas margem constantes e fluxo de caixa resiliente. No entanto, isso não é uma regra geral, pois basta ver a situação da Light, que está em recuperação judicial e em situação bastante delicada.
“Apesar de as taxas do crédito privado estarem bastante atrativas, não se pode esquecer que o risco, em geral, também está alto”, alerta.
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E a renda variável?
Sodré explica que, quando olhamos no longo prazo, a dinâmica de bolsa e renda fixa tende a ser parecida, já que a bolsa também depende de juros baixos para ter boa performance, basicamente por dois motivos. O primeiro é que o custo da dívida das empresas diminui, o que aumenta a margem líquida. O segundo é que a Selic mais baixa aumenta o valor presente dos ativos.
Nesse sentido, o analista explica que os juros já estão em queda na curva mais longa, mas quando o corte da Selic começar, isso pode ser um driver de alta.
“Por outro lado, outros dados já estão favoráveis para a bolsa, como juros de médio e longo prazo menores do que no começo do ano, crescimento maior do PIB do que o esperado, inflação relativamente controlada e um ambiente institucional menos caótico que o esperado. Ao mesmo tempo, as taxas dos títulos de renda fixa estão muito atrativas, e esses também se beneficiam da queda dos juros. Portanto, vale a pena ter uma carteira bem diversificada com boas ações para o médio e longo prazo. Assim como de títulos de renda fixa em horizontes de curto, médio e longo prazo. Por fim, investidores mais arrojados podem buscar títulos mais longos para gerar um eventual ganho na marcação à mercado”, conclui.
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