Long & short: como ganhar na alta e na baixa das ações

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra investidor analisando gráficos para fazer long & short
Imagem mostra investidor analisando gráficos para fazer long & short

Existem diferentes estratégias para investir em ações, e uma delas é o long & short, principalmente para quem busca resultado no curto e médio prazo.

Basicamente, o long & short visa lucrar com a diferença de rentabilidade entre duas ações, com a compra de uma e a venda da outro simultaneamente. Parece confuso? Pois saiba que não é não. Embora essa estratégia seja indicada para investidores mais experientes, a sua lógica é bem fácil de entender.

Se você está em busca de novas oportunidades para diversificar a sua carteira, ou se simplesmente quer conhecer mais sobre estratégias para investir na bolsa, continue a leitura a seguir!

O que é long & short?

A estratégia long & short consiste em comprar e vender simultaneamente duas ações, buscando lucrar com a valorização da ação comprada e com a desvalorização da ação vendida.

Na linguagem do mercado, esse tipo de operação envolve duas pontas: uma comprada (long) e outra vendida (short). Na posição comprada, o investidor literalmente compra o título, acreditando na sua valorização. Essa é a ponta long da estratégia long & short.

Na outra ponta, ele vende uma ação (fica em short) para recomprá-la posteriormente, na expectativa de que ela se torne mais barata depois de um certo tempo. Se isso acontecer, ao final da operação, ele ganhará com a diferença entre o preço de venda (na alta) e o de compra (na baixa).

Como funciona a estratégia long & short?

O primeiro ponto a entender é que, nessa estratégia, o resultado da operação não depende do mercado. Ou seja, não interessa que a bolsa caia ou suba durante o período do investimento, pois o risco do investidor dependerá especificamente dos ativos que escolheu.

Essa estratégia inicia com a compra do título que o investidor acredita que irá se valorizar. Em outras palavras, a operação começa com a ponta long.

Em seguida, na ponta short, ele deverá vender a ação que espera que se desvalorize. O montante financeiro deve ser equivalente em ambas as pontas da operação.

Importante: para montar a ponta short, o investidor não precisa ter o título na sua carteira. Basta alugar a ação e fazer a venda a descoberto (sem ser dono do papel), mediante o depósito de uma margem de garantia.

Montadas as duas pontas, o resultado da operação dependerá da performance relativa de cada uma delas. Ou seja, não importa o quanto os ativos em questão se valorizem ou desvalorizem em termos absolutos, mas sim a correlação entre os resultados, outro importante conceito da estratégia long & short que veremos a seguir.

Entendendo a correlação entre ativos

No mundo dos investimentos, a correlação é uma medida estatística que mede como dois ativos se movimentam um em relação ao outro. Quando dois ativos têm preços que se movimentam na mesma direção, dizemos que eles possuem correlação. Por outro lado, se não se movimentam de forma semelhante, não há correlação entre eles.

Essa medida é representada pelo coeficiente de correlação, que varia entre +1 e -1. Por exemplo, se a correlação entre dois ativos é igual a 1, quer dizer que a tendência de movimento dos preços de ambos é a mesma. Ou seja, se um sobe, o outro também subirá; e se um perde valor, o outro também irá se desvalorizar.

Já um coeficiente igual a zero sugere que os dois ativos não são correlacionados. Nessa situação, não importa para a performance de um deles se o outro sobe ou desce. Ainda, é possível que ambos subam ou desçam juntos, porém isso não representa nenhuma relação entre eles.

Voltando à estratégia, no long & short, o que importa não é quando cada ação vale ou poderá valer, mas sim o quanto esses valores poderão se aproximar ou se afastar um do outro. Quanto maior for a distância entre esses valores, maior também será o ganho da operação.

Exemplos de ganhos no long & short

Para entender bem a correlação entre os ativos, veja agora como se pode ganhar com a estratégia:

– Situação 1: a ponta comprada se valoriza mais do que a vendida.

– Situação 2: a ponta comprada permanece relativamente estável e a vendida se desvaloriza.

– Situação 3: as duas pontas caem, mas a vendida cai mais do que a comprada.

– Situação 4: a ponta comprada se valoriza e a vendida se desvaloriza. Esse é o melhor cenário para o investidor, pois ele ganha em ambas as pontas.

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Tipos de operações long & short

Como vimos, a estratégia é montada com base em pares de ativos, um em cada ponta da operação. De forma geral, as formas mais frequentes de se fazer long & short são as seguintes:

1 – Ações preferenciais x ações ordinárias

Esse é um dos tipos de long & short mais comuns e que apresentam menor risco para o investidor.

Essa operação é realizada com ações da mesma empresa, mas de classes diferentes. Normalmente, existe correlação negativa entre ações preferenciais e ações ordinárias, porém ela é baixa. Por isso, esse tipo de long & short não costuma apresentar alta rentabilidade.

2 – Controladoras x controladas

Essa modalidade de long & short é praticamente uma variação da anterior. Alguns grupos empresariais possuem mais de uma companhia listada na bolsa. Dessa forma, também é possível adotar a estratégia com essas ações.

Como se trata de ações de um mesmo grupo, as oscilações dos papéis são menores entre si e, por isso, o risco é reduzido. Logo, também não costumam ser tão rentáveis.

3 – Intrasetorial

No long & short intrasetorial, as duas pontas são formadas por ações de um mesmo setor. Por exemplo, o investidor pode montar uma posição com dois bancos diferentes, pois aposta que um irá performar melhor do que o outro em determinado período.

Nessa situação, a correlação acaba sendo intermediária entre os dois ativos. Isso porque, mesmo que sejam empresas diferentes, ambas tendem a apresentar semelhanças, pois fazem parte do mesmo setor.

4 – Intersetorial

No caso da estratégia intersetorial, os ativos pertencem a setores diferentes, o que pode gerar um descolamento maior entre os preços. Por outro lado, isso também aumenta as chances de ganho na operação.

Por exemplo, em momentos de juros altos, o setor financeiro tende a performar melhor do que setores ligados ao consumo cíclico. Nesse caso, uma boa alternativa para potencializar os ganhos seria montar uma posição long em bancos ou seguradoras e short em alguma empresa de varejo ou ligada ao turismo.

5 – Ativo x índice

Também é possível combinar uma ação com um índice na estratégia.

Por exemplo, você analisou os indicadores financeiros de uma empresa e acredita que o seu desempenho será melhor do que a média da bolsa. Nesse caso, você pode comprar ações dessa empresa e vender contrato futuro do índice BOVA11, esperando que o título suba mais do que o Ibovespa. Ou vice-versa, se a ação aponta para um desempenho abaixo do índice.

Por onde começar?

O primeiro passo para quem pensa em fazer long & short é entender que a operação envolve riscos. Por isso, é aconselhada para perfis arrojados e investidores mais experientes.

Dito isso, é hora de definir valores e analisar os ativos de interesse. Nesse sentido, é importante conhecer a correlação entre eles e tentar projetar o que acontecerá com ambos no curto prazo, a partir da análise de seus fundamentos e do entendimento do cenário atual.

Vamos te ajudar a cuidar melhor do seu dinheiro!

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