Aluguel de ações: como ganhar com o mercado em baixa

Tempo de leitura: 3 minutos

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Você sabia que dá para investir em ações sem precisar comprar o título? Estamos falando do aluguel de ações, uma forma de investir que pode trazer bons ganhos para quem tem e quem aluga a ação.

Portanto, se você está em busca de diversificação para a sua carteira, continue a leitura e saiba como funciona esse tipo de operação!

O que é aluguel de ações?

A lógica do aluguel de ações é a mesma dos tradicionais aluguéis de imóveis. Ou seja, existe a parte detentora do título (o doador) e a parte que aluga a ação (o tomador). Ambos são investidores, e podem ganhar com a operação.

Nesse sentido, o doador costuma ser um investidor de longo prazo, que não deseja se desfazer das ações mesmo em períodos de baixa. Por outro lado, o tomador é quem aluga os títulos com o objetivo de obter ganhos no curto prazo.

Como funciona o aluguel de ações?

Esse tipo de operação inicia com o doador da ação, que informa à instituição financeira sobre o interesse de alugar as suas ações. Além disso, precisa também definir a quantidade de títulos, o valor e o prazo da operação. A partir disso, as ações já ficam disponíveis, à espera de um tomador interessado.

Por sua vez, o tomador da ação precisa constituir uma garantia para realizar a operação. Essa garantia pode ser em dinheiro ou em aplicações financeiras, como títulos de renda fixa (CDB ou Tesouro Direto, por exemplo) ou mesmo outras ações.

O objetivo da garantia é cobrir a liquidação do aluguel ao final do período contratado. No momento em que a garantia é constituída, o tomador já pode realizar a operação.

E por que alugar ações?

Até aqui, vimos como funciona e quem são o doador e o tomador no aluguel de ações. Mas você ainda pode estar se perguntando? Afinal, qual o objetivo desse tipo de operação? Por que alugar ações em vez de comprá-las? Quem ganha com isso?

Basicamente, a lógica do aluguel de ações é tentar lucrar com os títulos em momentos de baixa do mercado, ou de uma ação específica. Imagine a seguinte situação: você costuma acompanhar o mercado acionário, e identifica tendência de queda em uma determinada ação. Depois de uma análise, você chega à conclusão de que essa tendência permanecerá por algum tempo.

É justamente aí que o aluguel de ações pode lhe proporcionar ganhos. Se você não tiver essa ação, poderá procurar quem a tenha, alugá-la e, logo em seguida, vender o título no mercado. Nesse caso, o aluguel é feito por um período predeterminado. Ou seja, desde o início da operação você sabe quando precisará devolvê-la ao doador.

E como devolver as ações, se você as vendeu logo após ter alugado? Simples: basta recomprá-las pouco antes do vencimento do aluguel. Se a sua expectativa de queda se confirmar, as ações estarão mais baratas do que quando você as vendeu. Logo, você ganhará com a diferença entre os preços de venda e de compra.

Quando alguém aposta na desvalorização de um ativo, chamamos isso de short no mercado financeiro.

Dividendos no aluguel de ações

No aluguel de ações, uma dúvida comum é sobre o recebimento de dividendos. Se a empresa distribui lucros durante o período em que a ação estiver alugada, o próprio sistema da operação debita a conta do tomador e encaminha os recursos ao tomador da ação.

Durante o aluguel, a propriedade das ações é temporariamente transferida ao tomador. No entanto, o doador permanece com o direito de receber dividendos sobre elas.

Quais os custos do aluguel de ações?

Para o doador da ação, não existe nenhum custo para disponibilizar suas ações para aluguel. Por outro lado, o tomador da ação precisará pagar taxa de registro da operação à B3 e uma taxa de corretagem à instituição financeira intermediária. Além disso, existe um percentual a ser pago ao doador pela posse temporária das ações.

Vantagens e riscos do aluguel de ações

Basicamente, os riscos desse tipo de operação têm a ver com quem aluga as ações. Por exemplo, o tomador pode não pagar o aluguel das ações ao doador, ou ainda não devolvê-las no vencimento do contrato.

É por isso que, como vimos, a bolsa exige garantias para o aluguel de ações. Nesse sentido, a B3 funciona como contraparte, justamente para evitar prejuízos na operação. Logo, se o pagamento falhar, a bolsa aciona as garantias e ressarce o doador.

Em relação às vantagens, do lado do doador, trata-se de mais uma forma de lucrar com ações, que muitas vezes nem é considerada. Porém, o dono do título deve estar ciente de que, durante o aluguel, o ativo ficará travado para negociações. Logo, mesmo que surja uma boa oportunidade, ele não poderá vendê-lo.

Já para o tomador, a grande vantagem é poder lucrar com a ação sem precisar comprá-la. Além disso, dependendo do contrato, esse ganho pode ocorrer no curto prazo.

Além de ações, dá para alugar outros ativos?

Quem estabelece os critérios para o aluguel de ativos financeiros é a B3. Nesse sentido, a exigência da bolsa é de que eles estejam livres de ônus e depositados na Central Depositária de Ativos.

Atualmente, além das ações, pode-se alugar também units, ETFs, BDRs, fundos imobiliários (FIIs) e fundos de investimentos em participações (FIPs).

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