Você já parou para pensar no que determina a rentabilidade dos investimentos? Afinal, por que alguns títulos oferecem taxas mais ou menos atrativas do que outros? Nesse sentido, um dos fatores que exerce grande influência sobre os ganhos é o risco do investimento, e ele pode ser medido pelo rating de crédito do emissor do título.
Quando falamos em rating de crédito, estamos nos referindo à capacidade que alguém tem de arcar com as suas dívidas. No caso dos investimentos, esse alguém é o próprio emissor do título, que pode ser uma empresa, uma instituição financeira ou, até mesmo um país. Quanto maior for a segurança que o emissor oferecer, maior também será a sua classificação de crédito. Por outro lado, se houver dúvidas em relação à solidez de um banco ou empresa, ou mesmo sobre a política fiscal e monetária de um país, pior será a sua classificação de risco.
Para entender como é definido o rating de crédito e os impactos que ele causa nos seus investimentos, continue a leitura a seguir.
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O que é rating de crédito?
Rating de crédito (ou classificação de risco) nada mais é do que a avaliação dada a uma empresa, banco ou país que considera a sua capacidade de honrar suas dívidas.
Por exemplo, para captar recursos no mercado, um banco pode emitir títulos como CDBs, LCIs, LCAs e assim por diante. No caso das empresas, os títulos de dívidas mais conhecidos são as debêntures, que tornam o investidor um credor da companhia até a liquidação da operação. Já o governo pode emitir títulos públicos para financiar projetos de interesse da população, como saúde, educação, segurança, obras de infraestrutura, e assim por diante.
Independentemente de quem seja o emissor do título – empresas, bancos ou governo – ele sempre terá um rating de crédito. Nesse sentido, a nota dada ao emissor serve de parâmetro para o investidor decidir se a remuneração oferecida pelo título está adequada ao grau de risco que ele possui. Teoricamente, quanto maior o risco de um investimento, maior também será a taxa necessária para torná-lo atrativo ao mercado. Por outro lado, emissores com boa classificação de risco oferecem mais segurança. Dessa forma, não precisam pagar tão caro por seus títulos aos investidores.
Como é calculado o rating de crédito
Para atribuir uma classificação de risco a uma empresa ou país é necessário levar em consideração diversas variáveis, que envolvem aspectos macroeconômicos, políticos e sociais.
Em relação aos países, alguns dos principais fatores são os seguintes:
- Inflação: o nível de preços afeta o poder de compra de toda a população e, por isso, é uma variável importante a ser considerada na definição do rating de crédito.
- Taxa de juros: como vimos, a taxa de juros tem relação direta com grau de risco. Ou seja, para se expor a economias menos estáveis, o investidor exigirá uma remuneração maior para o seu capital.
- PIB (Produto Interno Bruto): o PIB é um importante termômetro da economia de um país. Nesse sentido, quanto maior ele for, mais aquecida estará a atividade econômica, e vice-versa.
- Política fiscal: essa variável relaciona-se aos gastos e investimentos realizados pelo governo. Dependendo da necessidade de impulsionar a economia, o país poderá investir em determinados setores, reduzir impostos ou fazer as duas coisas. No entanto, o descontrole desses gastos é visto como uma variável de risco de crédito.
Logicamente, as variáveis acima afetam não só o país, mas também as empresas, visto que elas estão inseridas na economia. Além disso, no caso das empresas, consideram-se também aspectos intrínsecos ao negócio, como evolução da receita, geração e perspectivas de resultados, geração de caixa, nível de endividamento, governança corporativa, e assim por diante.
Quem atribui a classificação de risco?
Quem atribui o rating a uma empresa ou país são as agências de classificação de crédito. Apesar de existirem diversas no mundo inteiro, as três mais importantes e que possuem mais credibilidade junto ao mercado são Standard & Poor´s (S&P), Moody´s e Fitch. Todas elas são norte-americanas e, juntas, respondem por mais de 90% das classificações de risco no mercado mundial.
A mais antiga delas é a S&P, fundada em 1860. Atualmente, a empresa utiliza a marca S&P Global, e possui escritórios em 26 países. A segunda mais antiga é a Moody´s, fundada em 1909 e que, atualmente, tem a Moody´s Corporation como empresa mãe. Por fim, a Fitch, fundada em 1914, fecha o trio das mais relevantes agências de classificação de risco do mercado.
Tipos de rating
Agora que já vimos como funciona e como é feita a classificação de risco, é hora de entender os tipos de rating de crédito. Acompanhe o que cada um deles significa.
Rating por grau
O rating por grau é a classificação mais ampla de risco de crédito. Basicamente, ela estabelece dois graus: o especulativo e o de investimento.
No grau especulativo, estão os títulos que possuem o maior risco de calote, seja de países endividados ou de empresas com uma situação financeira mais frágil. Pelo fato de carregarem mais risco, esses títulos podem gerar um retorno financeiro maior para o investidor.
Já o grau de investimento contempla os títulos de países e empresas mais estáveis e, por isso, menos arriscados. Dessa forma, acabam oferecendo taxas de juros menores em comparação aos ativos classificados na categoria anterior.
Rating por nota
Dentro de cada uma das categorias anteriores ainda existem classificações, que mostram ao investidor a nota de cada ativo. Nesse sentido, as três principais agências classificadoras atribuem suas notas da seguinte forma:
Grau de investimento
S&P | Fitch | Moody´s |
AAA | AAA | Aaa |
AA+ | AA+ | Aa1 |
AA | AA | Aa2 |
AA- | AA- | Aa3 |
A+ | A+ | A1 |
A | A | A2 |
A- | A- | A3 |
BBB+ | BBB+ | Baa1 |
BBB | BBB | Baa2 |
BBB- | BBB- | Baa3 |
Grau especulativo
S&P | Fitch | Moody´s |
BB+ | BB+ | Ba1 |
BB | BB | Ba2 |
BB- | BB- | Ba3 |
B+ | B+ | B1 |
B | B | B2 |
B- | B- | B3 |
CCC | CCC+ | Caa1 |
DDD | CCC | Caa2 |
* | CCC- | Caa3 |
* | CC | Ca |
* | C | C |
A importância do rating de crédito para os investimentos
Por tudo o que vimos acima, dá para entender que o rating de crédito é um importante fator a ser considerado por investidores na seleção dos ativos. Nesse sentido, a classificação de risco não somente auxilia na avaliação dos emissores dos títulos, mas também indica a perspectiva do mercado em relação a sua capacidade de pagamento.
É claro que a classificação de risco não pode ser o único aspecto considerado para a seleção do portfólio. Por exemplo, na renda variável, há diversos indicadores fundamentalistas que complementam muito bem a análise dos investimentos. Mas as notas divulgadas pelas agências classificadoras são um importante parâmetro para que se entenda também o cenário econômico.
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