ETFs de Fundos Imobiliários (FIIs): saiba como funciona esse investimento

Tempo de leitura: 4 minutos

ETFs de Fundos Imobiliários (FIIs)
ETFs de Fundos Imobiliários (FIIs)

Os fundos imobiliários facilitam a vida de quem deseja investir no segmento sem a burocracia e custos que envolvem adquirir um imóvel. Nos últimos anos, a bolsa brasileira passou a contar com mais uma alternativa para investir nesse mercado: os ETFs de fundos imobiliários (FIIs), que proporcionam ainda mais diversificação para a carteira.

Ao adquirir cotas desse tipo de ETF, o investidor tem acesso a diferentes fundos imobiliários de uma vez só, e conta com a expertise de um gestor para a escolha dos ativos. Para saber como funcionam os ETFs de FIIs e conhecer algumas opções disponíveis na bolsa, continue a leitura a seguir.

Para começar, o que são ETFs?

ETFs são fundos que têm o objetivo de replicar determinado índice ou ativo financeiro do mercado. A sigla vem de Exchange Traded Funds – na tradução, “fundos negociados em bolsa – e esses fundos são referenciados em diversos índices do mercado financeiro nacional e internacional.

Por exemplo, temos ETFs que replicam índices como Ibovespa, ISE, S&P 500, MSCI, ETFs de renda fixa, de criptoativos, atrelados à inflação, ligados a empresas de inteligência artificial (IA), e assim por diante. Quando se investe em um ETF, a expectativa é de que o rendimento acompanhe o desempenho do índice ou ativo que ele representa.

ETFs de fundos imobiliários

Seguindo a lógica do investimento, os ETFs de FIIs são aqueles que replicam a performance de índices que representam o mercado imobiliário nacional e internacional.

No caso do mercado doméstico, estamos falando sobre o IFIX, índice que representa os FIIs mais negociados da bolsa. Já no mercado internacional, o investimento é atrelado a índices que representam os REITs (Real Estate Investment Trusts). Os REITs são o equivalente norte-americano aos nossos fundos imobiliários, com a diferença de que não são fundos, mas sim empresas que atuam na compra e gerenciamento de imóveis para renda.

ETFs de FIIs disponíveis no mercado

A negociação dos ETFs de FIIs é relativamente recente no mercado brasileiro, tendo iniciado em 2020. Até o momento, existem três ETFs desse tipo disponíveis na B3:

Trend ETF IFIX-L (XFIX11)

O XFIX11 é o primeiro ETF de fundos imobiliários a ser negociado na B3. Criado em novembro de 2020, ele replica o IFIX, e tem, ao menos, 95% do patrimônio alocado em cotas do fundo de índice.

A gestão do XFIX11 é da XP Vista Asset Management, e a sua taxa de administração do XFIX11 é de 0,3% ao ano.

Investo MSCI US Real Estate (ALUG11)

O ALUG11 é um ETF de FII para quem deseja diversificação no mercado internacional, pois ele replica o ETF VNQ (Vanguard Real Estate) listado na NYSE, a bolsa de Nova York.

Criado em outubro de 2021, esse ETF tem como referência o índice MSCI US IMI Real Estate 20/50, que busca representar empresas de REITs e outras que atuam no segmento imobiliário dos EUA. O ALUG11 tem gestão da Investo, e taxa de administração de 0,3% ao ano.

Trend ETF FTSE US REITS (URET11)

Outro ETF referenciado no mercado imobiliário do exterior, o URET11 busca replicar o índice TFSE Nareit Equity REITs, que mede a performance dos REITs americanos – exceto os de infraestrutura e hipotecas.

Lançado em fevereiro de 2022, o URET11 também tem a gestão da XP Asset e taxa de administração de 0,38% ao ano.

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Custos dos ETFs de fundos imobiliários

Além da taxa de administração, os ETFs de FIIs também estão sujeitos a taxas de corretagem e custódia, assim como acontece com as ações, cotas de fundos imobiliários e outros ativos negociados na bolsa.

Quanto à tributação, as alíquotas do Imposto de Renda dependerão do mercado no qual o ETF está referenciado. Por exemplo, um ETF como o XFIX11, que acompanha o IFIX, terá 20% de IR sobre o ganho de capital na negociação das cotas. Já no caso dos ETFs atrelados a REITs, a tributação é de 15% sobre o resultado na hora do resgate.

Da mesma forma que acontece com as ações, o investidor é o responsável pelo recolhimento do IR quando negociar as cotas do ETF com lucro. Para isso, deverá emitir um DARF (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) e fazer o pagamento até o último dia útil do mês em que auferiu o ganho de capital.

ETFs de FIIs pagam dividendos?

Os ETFs de fundos imobiliários disponíveis na B3 não pagam dividendos, pois todo o resultado do fundo é reinvestido no próprio patrimônio. Embora o cotista não receba os proventos diretamente no bolso, o lucro se reflete na valorização das cotas do ETF.

Depois do lançamento dos três ETFs de FIIs, a bolsa brasileira autorizou a criação de ETFs que pagam dividendos. A partir de janeiro de 2023, os novos ETFs já podem trazer essa previsão em seu regulamento, como explicamos no link abaixo:

ETFs que pagam dividendos: como funciona esse investimento?

Vale a pena investir em ETFs de FIIs?

Uma das principais vantagens de investir em ETFs é a diversificação que esse tipo de investimento proporciona. No caso dos ETFs de FIIs, quem adquire as suas cotas tem acesso ao mercado imobiliário nacional e internacional de forma mais práticas e com custos mais reduzidos em comparação aos fundos imobiliários.

Como todo fundo de gestão passiva, o ETF tende a ter taxa de administração mais reduzida, o que também é um ponto positivo do investimento. Além disso, periodicamente os índices passam por revisões, e isso faz com que as carteiras sejam ajustadas automaticamente, sem que o investidor precise monitorar um ou outro FII em específico

No entanto, é preciso lembrar que, como em todo ativo de renda variável, não há garantia de ganhos nos ETFs, pois eles estão sujeitos à volatilidade do mercado. No caso dos ETFs de FIIs, a intensidade dessas oscilações estão diretamente ligadas ao mercado imobiliário que, por sua vez, reflete o cenário econômico local. Quando a atividade econômica se retrai, alguns FIIs sofrem com a vacância, e isso acaba atingindo o valor de suas cotas e dos ETFs referenciados neles, mesmo que por determinado período.

Tendo em mente as vantagens e os riscos desse investimento, o importante é avaliar com cuidado as características de cada ativo, como composição do patrimônio, expertise da gestão, custos, momento do mercado, entre outras variáveis. E, é claro, uma boa assessoria de investimentos pode lhe auxiliar a montar a sua carteira com as melhores escolhas, de acordo com o seu perfil e objetivos financeiros.

Vamos te ajudar a cuidar melhor do seu dinheiro!

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