Factor investing: entenda como funciona o investimento em fatores

Tempo de leitura: 4 minutos

Investidor fazendo long & short
Investidor fazendo long & short

No mundo dos investimentos, existem diferentes estratégias que podem orientar na seleção dos ativos para a carteira. Uma delas é o factor investing, que busca aumentar a diversificação e gerar rentabilidade acima da média do mercado.

Para saber mais sobre essa metodologia, continue a leitura a seguir.

O que é factor investing?

Também chamado de investimento em fatores, o factor investing busca alocar os ativos de uma carteira com base em determinados fatores que podem afetar as suas performances. Nesse sentido, a estratégia utiliza esses fatores para tentar reconhecer os ativos que podem proporcionar os melhores retornos ao investidor.

Por exemplo, no caso de ações, esses fatores não estão necessariamente ligados ao setor de atuação da empresa. Além disso, não se relacionam diretamente aos itens que ela produz ou comercializa, conforme veremos na sequência desse conteúdo.

Além de maior rentabilidade, o factor investing também busca minimizar os riscos da carteira. Nesse sentido, ao considerar determinados fatores, a estratégia contraria a máxima de que risco e retorno têm sempre uma relação diretamente proporcional.

Quais os fatores considerados pela metodologia?

De acordo com o factor investing, há dois fatores que impactam diretamente a rentabilidade dos ativos: os macroeconômicos e os de estilo. Para a metodologia, o mais importante não é analisar individualmente os ativos. Em vez disso, a maior preocupação é saber qual a influência que esses fatores terão sobre os investimentos.

A seguir, conheça mais detalhes sobre as variáveis consideradas pela metodologia do investimento em fatores.

Fatores macroeconômicos

Quando falamos em macroeconomia, estamos nos referindo a fatores que afetam o mercado como um todo, e não determinados setores ou empresas específicas. Nesse sentido, a abrangência dos fatores macroeconômicos alcança não só o Brasil, mas o mundo inteiro.

Alguns dos fatores mais importante relacionados à macroeconomia são os seguintes:

  • Taxa de juros: impacta o rendimento dos títulos de renda fixa e o custo do crédito.
  • Inflação: impacta o valor da moeda e tem relação direta com a taxa de juros do país.
  • PIB (Produto Interno Bruto): refere-se à geração de riqueza do país em determinado momento, e é um termômetro para mostrar se a atividade econômica está aquecida ou não.
  • Nível de emprego: outro importante indicador para avaliar o momento de expansão ou desaquecimento da economia.
  • Câmbio: a relação entre o real e outras moedas fortes (principalmente dólar e euro) impacta na balança comercial e também na atividade especulativa.
  • Instabilidades políticas: nível de gastos públicos, crises sociais e políticas e outros fatores que levem à instabilidade prejudicam a imagem de países (em especial, dos emergentes).

O impacto dos fatores macroeconômicos se estende a todos os tipos de ativos. Por exemplo, a taxa de juros e a inflação impactam os rendimento do Tesouro IPCA+ e de outros títulos indexados à inflação. Já a queda da Selic favorece os investimentos em renda variável, como ações, BDRs, e assim por diante.

Fatores de estilo

Já os fatores de estilo avaliam aspectos mais específicos, que ajudam a comparar diretamente um ativo com outro. De forma geral, alguns dos principais fatores de estilo considerados por analistas e investidores são os seguintes:

  • Valor: seguindo o value investing, o objetivo é descobrir ações ou outros ativos descontados. No caso das ações, utilizam-se alguns indicadores da análise fundamentalista que relacionam o preço dos títulos ao patrimônio líquido da empresa, ao valor dos ativos, e assim por diante.
  • Qualidade: esse aspecto analisa basicamente a geração de resultados e a gestão financeira da empresa. Nesse sentido, são importantes indicadores de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), geração de caixa, nível de endividamento, entre outros.
  • Momento: o momento diz respeito à tendência de preço do ativo. Nesse sentido, papéis que tenham demonstrado movimento de preços ascendente nos últimos meses acabam tendo a preferência do investidor.  De forma geral, quando o mercado está em alta, esse fator tem mais peso na escolha da carteira.
  • Tamanho: o factor investing é uma estratégia de longo prazo. Por isso, normalmente prioriza empresas com maior potencial de crescimento, como small caps e microcaps.
  • Volatilidade: um dos objetivos do investimento em fatores é controlar o risco da carteira. Dessa forma, em momentos de fortes oscilações no mercado, ações de menor volatilidade podem ter a preferência. Um exemplo são as ações defensivas, que sofrem menos impactos em momentos de crises ou recessões

Como utilizar o factor investing para montar uma carteira?

Como vimos, o investidor utiliza essa metodologia levando em consideração principalmente os fatores, em vez de características específicas dos ativos.  Nesse sentido, ele define os critérios de seleção com base em indicadores da análise fundamentalista. No entanto, a diversificação da carteira será feita a partir de fatores macroeconômicos e de estilo, e não comparando as empresas entre si.

Do ponto de vista de gestão de carteira, o factor investing utiliza simultaneamente a gestão ativa e passiva. Nesse sentido, a gestão ativa ocorre no momento da escolha dos investimentos. Por outro lado, uma vez selecionados, o rebalanceamento da carteira, quando necessário, ocorrerá de acordo com os fatores predefinidos.

Em outras palavras, para investir utilizando a metodologia, você precisa escolher o fator (ou mais de um) e selecionar os ativos de acordo com o critério eleito. Como vimos, a sua estratégia pode ser baseada em ativos descontados, em ações com alto potencial de crescimento, em fatores ligados à macroeconomia, e assim por diante.

Em relação às vantagens, os defensores do factor investing sustentam que, ao atribuir maior peso a fatores do que a questões subjetivas, pode-se tomar decisões de forma mais racional. Além disso, hoje podemos contar com o auxílio da tecnologia nessa estratégia, o que facilita ainda mais a escolha dos ativos. Seja como for, o investimento em fatores é uma metodologia muito utilizada e reconhecida por analistas e investidores em todo o mundo.

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