Selic, CDI ou IPCA: como escolher entre os indexadores de investimentos?

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagem mostra mulher avaliando indexadores de investimentos
Imagem mostra mulher avaliando indexadores de investimentos

Para montar ou diversificar uma carteira, um dos passos fundamentais é conhecer os diferentes indexadores de investimentos.

Na hora de escolher entre tantas alternativas disponíveis, é comum que existam dúvidas sobre qual a melhor opção entre Selic, CDI ou IPCA. Dependendo do momento do mercado e do objetivo do investimento, um ou outro indexador será mais adequado e poderá trazer melhores resultados, e é sobre isso que falaremos a seguir. Portanto, se você está em busca de mais conhecimento para fazer as melhores escolhas para a sua carteira, continue a leitura e saiba mais sobre os principais indexadores da renda fixa.

O que são indexadores de investimentos?

Os indexadores de investimentos são indicadores que servem como referência para a rentabilidade de diversos tipos de aplicações financeiras. Na linguagem do mercado, esses indicadores também são conhecidos como benchmark, ou seja, um parâmetro para medir se determinado ativo está performando conforme esperado.

No Brasil, quando se fala em renda fixa, os indexadores mais relevantes são taxa Selic, CDI e IPCA, pois são os mais utilizados para precificar e calcular o retorno dos títulos de curto e longo prazo. A seguir, veremos como cada um deles funciona.

Taxa Selic

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a cada 45 dias. Essa taxa é o referencial para a cobrança dos juros praticados no mercado, influenciando tanto o custo do dinheiro nos empréstimos e financiamentos quando o rendimento dos títulos de renda fixa.

CDI

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de curtíssimo prazo emitido por um banco que serve como garantia de empréstimos que os bancos fazem entre si para equalização do caixa.

É uma prática comum as instituições financeiras emprestarem dinheiro umas às outras para que não encerrem o dia com o caixa negativo. Isso pode acontecer quando um banco realiza mais empréstimos do que aplicações em determinado dia. E a garantia desses empréstimos – que costumam ser liquidados em menos de 24 horas – é o CDI, cujo referencial de juros é a taxa DI.

Embora um represente o título e o outro, a taxa, quando falamos em indexadores de investimentos, CDI e taxa DI costumam ser utilizados como sinônimos. Esse indicador fica sempre bem próximo da taxa Selic, normalmente um pouco abaixo.

LEIA TAMBÉM:

CDI e Selic: você sabe qual a relação entre ambos?

Selic em dois dígitos: como investir com essa taxa?

IPCA

Outro importante indexador da renda fixa é o IPCA – sigla para Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Embora o Brasil tenha outros índices de inflação, o IPCA é o que se utiliza para medir a variação dos preços de forma geral. Quando ouvimos que a inflação de determinado período foi de “X%”, é justamente sobre a variação do IPCA nesse período que o mercado está falando.

Mensalmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) faz uma pesquisa sobre os itens consumidos por famílias com renda de até 40 salários mínimos. Esses itens abrangem gastos essenciais, como alimentação, habitação, saúde, vestuário, transportes, e assim por diante.

A relevância de cada item determinará o seu peso no índice. Gastos com alimentação e saúde costumam ser mais representativos no IPCA do que vestuário e comunicação, por exemplo.

E qual o melhor indexador de investimentos?

Na verdade, ter títulos com diferentes indexadores é importante para a diversificação da carteira. Mas dependendo dos objetivos financeiros e do contexto do mercado, um ou outro pode ter mais peso na hora de escolher os investimentos.

Veja agora três situações nas quais Selic, CDI ou IPCA podem ser mais interessantes.

1 – Juros altos ou subindo

Quando os juros estão em um patamar mais alto ou sinalizando para isso, os investimentos pós-fixados tendem a ser mais vantajosos. Isso porque a sua rentabilidade depende da trajetória da Selic ou do CDI, logo, quando mais os juros subirem, mais ganhos o investidor terá.

Alguns exemplos de investimentos pós-fixados para se beneficiar de juros em alta:

Tesouro Selic

Também conhecido como Letra Financeira do Tesouro (LFT), o Tesouro Selic é um dos títulos do Tesouro Direto, emitido pelo governo federal e que acompanha a variação da taxa básica de juros. Isso significa que o seu rendimento só será conhecido no momento do resgate da aplicação.

Esse é o único título do programa que possui liquidez diária. Por isso, é uma boa alternativa para a reserva de emergência, ao lado dos CDBs pós-fixados e dos fundos DI, que veremos na sequência.

CDB pós-fixado

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título emitido por instituições financeiras para captação de recursos. Assim como o Tesouro Direto, é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado, pois conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que ressarce o investidor no caso de quebra do emissor, sob determinadas condições.

A exemplo do Tesouro Selic, o CDB pós-fixado acompanha o movimento dos juros – nesse caso, da taxa DI. Logo, também consegue se beneficiar do cenário de juros em alta.

Fundos DI

Os fundos DI fazem parte da categoria de fundos de renda fixa, e o seu objetivo é acompanhar a trajetória do CDI. Para conseguir isso, os gestores aplicam principalmente em títulos indexados à Selic ou CDI, pois, como vimos, ambas as taxas sempre andam muito próximas.

LCI e LCA pós-fixadas

Assim como os CDBs, as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs) são emitidas por instituições financeiras que também contam com a garantia do FGC. A diferença é que esses títulos se destinam ao financiamento das carteiras imobiliárias e do agronegócio das instituições emissoras.

2 – Juros em queda

Aqui a lógica é inversa: quando a tendência dos juros é de queda, os títulos prefixados são os que normalmente capturam melhor a rentabilidade, pois conseguem travar a remuneração em um patamar mais alto.

Os CDBs, LCIs e LCAs que vimos anteriormente também oferecem alternativas prefixadas. E também há um título do Tesouro Direto para momentos de queda nos juros, conforme veremos a seguir.

Tesouro Prefixado

A remuneração do Tesouro Prefixado corresponde a uma taxa fixa anual. Ou seja, quando o investidor adquire o título, já sabe qual será o seu rendimento bruto até o vencimento, não importando o que aconteça com os juros durante o período da aplicação.

Por exemplo, suponha que você tenha adquirido hoje um Tesouro Prefixado com vencimento para daqui a cinco anos e que paga 13% ao ano. Nesse caso, mesmo que a Selic caia ou suba, você terá garantido o seu rendimento de 13% ao ano se mantiver o título até o vencimento.

Outra peculiaridade do Tesouro Prefixado é a possibilidade de o investidor receber os juros junto com o principal no resgate ou a cada semestre. Por isso, ele também pode ser uma alternativa para quem está em busca de renda passiva para reforço do caixa de tempos em tempos.

LEIA TAMBÉM:

6 investimentos para receber renda passiva

Confira o passo a passo para investir no Tesouro Direto

3- Inflação

Seja qual for a estratégia de investimento, sempre é importante proteger o dinheiro dos efeitos da inflação ao longo do tempo. É aí que entra a importância de investimentos indexados ao IPCA. Veja alguns exemplos:

Tesouro IPCA+

O Tesouro IPCA+ é um dos títulos híbridos do Tesouro Direto. Ou seja, parte de sua remuneração vem de uma taxa fixa anual, e a outra parte acompanha a variação do IPCA.

Assim como o Tesouro Prefixado, esse título também oferece duas formas de receber os rendimentos: todo no resgate ou de seis em seis meses durante a aplicação.

ETF indexado à inflação

Os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos negociados em bolsa que replicam o comportamento de determinado índice ou ativo financeiro. Dessa forma, o desempenho de um ETF acaba se aproximando muito da performance de seu indexador.

Na bolsa brasileira, podemos encontrar alguns ETFs atrelados à inflação, como PACB11, IMAB11, NTNS11, entre outros.

Vamos te ajudar a cuidar melhor do seu dinheiro!

Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email
Blog Terra Investimentos

Posts Relacionados