Para entender a economia e saber mais sobre as principais bolsas de valores internacionais, é preciso conhecer alguns importantes índices. Por exemplo, nos Estados Unidos, o S&P 500 e o Dow Jones (DJIA) estão entre os mais conhecidos e acompanhados por investidores do mundo todo. Porém, há um grupo de índices que acompanha a performance de países emergentes e de outras regiões importantes economicamente, como Europa e Ásia: os índices MSCI.
Uma das formas de aumentar as possibilidades de ganhos e de atenuar o risco-país dos investimentos é diversificar o patrimônio em ativos internacionais. Nesse sentido, alguns índices são considerados termômetros das economias locais e, por isso, é importante saber como funcionam.
Neste conteúdo, você saberá o que são os índices MSCI, de que maneira são formados e qual a sua importância para o mercado internacional. Continue a leitura e confira a seguir!
O que são os índices MSCI?
MSCI é a sigla para Morgan Stanley Capital International, uma das maiores empresas do mercado financeiro mundial. Sua atividade tem início em 1968, fruto de uma parceria com Capital Internacional, que publicava índices de ações para mercados fora dos Estados Unidos.
Os índices MSCI começaram a ser publicados no final dos anos 60, e foram os primeiros que englobaram empresas que não eram norte-americanas. Na década de 80, esses índices já eram a principal referência fora dos EUA, antes mesmo de gigantes como Standard & Poor’s, FTSE, Citibank obterem participação expressiva nesse mercado.
Da mesma forma que o Ibovespa, os índices MSCI representam carteiras teóricas de ações e são reavaliados periodicamente. Ou seja, para que uma ação possa fazer parte de sua composição, é preciso atender a requisitos específicos, como valor, porte, liquidez e volatilidade das ações, entre outros.
A cada três meses, um comitê especializado da MSCI faz a revisão desses índices. Nesse momento, decide-se por eventuais inclusões e/ou exclusões de suas bases.
Importância desses índices para o mercado
Para quem investe no mercado internacional, os índices MSCI são um importante referencial. Nesse sentido, sua análise ajuda a construir um portfólio considerando as principais vantagens e fatores de risco das economias que representam. Já para as empresas, a participação no índice está diretamente relacionada ao potencial de valorização de seus títulos. Isso porque, sempre que uma empresa é incluída ou deixa de fazer parte desses índices, isso afeta o valor de suas ações em todo o mundo, e não só no mercado de origem.
Além disso, esses índices servem como benchmark para determinados investimentos. Por exemplo, imagine que você queira diversificar o seu patrimônio investindo em países emergentes. Uma das formas mais práticas de fazer isso é por meio de um fundo de ações que invista em empresas desses países.
No entanto, antes de investir nesse fundo, é importante que você avalie a sua performance. Nesse caso, olhar somente para o rendimento do fundo não é suficiente para saber se ele teve um bom desempenho. É preciso também compará-lo com um benchmark, que pode ser o índice MSCI que representa os mercados emergentes.
Se, em um mesmo período, o retorno do fundo superar o MSCI, isso pode ser um indicativo de boa gestão. Afinal, foram escolhidas ações que tiveram performance superior à média do índice. E o oposto também vale para a sua análise, pois se o desempenho do fundo não alcançar o benchmark, é sinal de que a gestão precisa avaliar se continua ou não com os mesmos ativos.
Principais índices MSCI
A seguir, conheça alguns dos principais índices dessa categoria:
MSCI World
Entre todas as variações do índice, o MSCI Word é o mais conhecido. Esse índice mede o desempenho de companhias de grande e médio porte com atuação internacional em países desenvolvidos. Ou seja, ele exclui de sua base as empresas de países emergentes, independentemente do porte.
Ao todo, o MSCI Word considera 23 países em sua composição: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Austrália, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Hong Kong, Itália, Irlanda, Israel, Japão, Holanda, Noruega, Nova Zelândia, Portugal, Singapura, Espanha, Suécia e Suíça.
O mercado norte-americano é o que possui o maior peso no índice, acima de 60% de participação.
MSCI ACWI
Já o MSCI All Country World Index (ACWI) considera a performance das ações de companhias de todos os mercados (desenvolvidos e emergentes). Por ser um dos índices mais abrangentes da categoria, a sua utilização é bastante ampla no mercado financeiro mundial.
Em sua composição, MSCI ACWI abrange cerca de 11 setores de 23 economias desenvolvidas e 27 emergentes. Fazem parte desse índice Rússia, China, Índia, África do Sul, entre outras economias.
MSCI Emerging Markets
Aqui, temos o índice MSCI que reflete o desempenho de blue chips e small caps em 27 países emergentes. Alguns dos países representados pelo MSCI Emerging Markets são Brasil, Argentina, China, Chile, Polônia, Taiwan, Turquia e Emirados Árabes.
MSCI ESG
O MSCI KLD 400 Social Index agrupa empresas que possuem alto padrão de critérios ESG (Environmental, Social and Governance). Lançado em 1990, esse índice desconsidera organizações de segmentos que possam gerar impactos negativos à sociedade, como álcool, tabaco, armas, tabaco, álcool e jogos de azar, por exemplo.
Entre os índices MSCI ESG, há também um com foco no Brasil – o MSCI Brazil ESG Leaders – formado pelas empresas que adotam as melhores práticas ESG.
MSCI Brazil
O MSCI Brazil acompanha ações de 50 médias e grandes companhias brasileiras. A maioria das ações é do setor financeiro, e aproximadamente 85% delas fazem parte do Ibovespa.
Dá para investir nos índices MSCI?
Como vimos, os índices MSCI não são ativos financeiros, e sim benchmarks que refletem a performance de determinados mercados internacionais. Logo, não é possível investir diretamente nesses índices.
Porém, se a ideia é acompanhar o desempenho desses mercados na carteira, pode-se fazer isso com os BDRs de ETFs. Aqui no blog, já falamos sobre cada um desses ativos individualmente. Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são recibos de ações de companhias estrangeiras negociados na B3. Já os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de gestão passiva, ou seja, eles seguem um benchmark que pode ser um ativo ou um índice do mercado financeiro.
No caso dos BDRs de ETFs, o investimento segue um índice internacional, que representa diversas empresas de determinado segmento ou localidade. Atualmente, existem cerca de 80 BDRs de ETFs listados na B3, entre eles os que seguem os índices MSCI.
