Tesouro Prefixado: saiba como funciona e quando vale a pena investir

Tempo de leitura: 4 minutos

tesouro-prefixado
tesouro-prefixado

O Tesouro Direto é uma das melhores alternativas para quem busca segurança nos investimentos com rendimentos acima da poupança. Entre os títulos públicos federais disponíveis para o investidor, está o Tesouro Prefixado, ideal para quem busca previsibilidade nos rendimentos ao longo do tempo.

Neste conteúdo, mostraremos como funciona o Tesouro Prefixado, em que momentos ele pode ser mais interessante e o que você precisa considerar ao escolhê-lo para a sua carteira. Continue a leitura e tire suas dúvidas sobre o investimento.

O que é o Tesouro Prefixado?

O Tesouro Prefixado é um dos títulos do programa do Tesouro Direto, criado em 2002 para alcançar os investidores pessoas físicas.

Como o nome diz, no caso do prefixado, a sua remuneração é dada por uma taxa fixa anual. Isso significa que, no momento que você adquire o título, já sabe quanto ele irá render até o vencimento.

Por exemplo, imagine que você adquiriu um título que paga 12% ao ano e com vencimento para daqui a três anos. Nesse caso, não importa o que acontecer com a taxa Selic durante o prazo da aplicação, pois mesmo que ela suba ou caia, o seu rendimento de 12% ao ano estará garantido – desde que você leve o título até o vencimento, conforme veremos mais adiante.

Qual o risco do Tesouro Prefixado?

O risco do Tesouro Prefixado é o próprio governo federal, pois ele é quem emite os títulos do Tesouro Direto. Logo, quando você adquire um prefixado ou outro título do programa, está basicamente emprestando dinheiro para o governo.

No mercado financeiro, os títulos emitidos pelo poder público federal são considerados os mais seguros, pois as chances de que um país deixe de honrar as suas dívidas são sempre menores do que as de outros agentes econômicos. Lembrando que não existe nenhum investimento 100% livre de risco, pois nunca se está totalmente a salvo de financeiras, catástrofes ou guerras que possam atingir a economia. Mas, antes de algum desses eventos afetarem o governo federal, bancos e empresas já terão sido atingidos.

Rendimentos do Tesouro Prefixado

Dependendo de como os rendimentos são pagos, o Tesouro Prefixado também é conhecido pelas seguintes siglas: LTN (Letra do Tesouro Nacional) e NTN-F (Nota do Tesouro Nacional série F).

A LTN é o título que paga juros junto com o principal no momento do resgate. Já na NTN-F, parte dos juros são pagos a cada semestre, normalmente nos meses de janeiro e julho. No vencimento do título, o investidor recebe o montante corrigido durante todo o tempo da aplicação acrescido do pagamento do último cupom de juros.

Receber rendimentos semestrais é uma boa alternativa para quem está em busca de renda passiva nos investimentos. No entanto, é importante entender que, quando um título paga juros semestrais, o montante investido reduz a cada pagamento. Logo, os juros ao longo do tempo sempre incidirão sobre um valor menor do que seria se o dinheiro tivesse permanecido intocado, sem resgates periódicos. Consequentemente, o efeito multiplicador dos juros compostos será menor quando existe pagamento de juros semestrais.

Tributação do Tesouro Prefixado

A tributação dos rendimentos do Tesouro Direto segue a tabela regressiva do Imposto de Renda. Nessa sistemática de cobrança do IR, a alíquota inicial é de 22,5% e vai reduzindo de acordo com o prazo da aplicação, até alcançar a mínima de 15%.

Como o Tesouro Prefixado é um título de longo prazo (vencimentos de três a cinco anos, em média), se o montante todo for resgatado no vencimento, os rendimentos serão tributados pela alíquota mínima de 15%.

Por outro lado, no caso dos juros semestrais, a cobrança do IR sobre os rendimentos ocorre da seguinte forma:

Juros semestraisPrazoAlíquota IR
1.° recebimento6 meses depois da aplicação22,5%
2.° recebimento12 meses depois da aplicação20%
3.° recebimento18 meses depois da aplicação17,5%
4.° recebimentoa partir de 2 anos depois da aplicação15%

Perceba que a tributação é maior quando são pagos juros semestrais, pois incidem todas as alíquotas até chegar a mínima de 15%. Esse é outro ponto importante a ser avaliado na hora de optar pela LTN ou NTN-F, pois a cobrança periódica do IR também impacta a rentabilidade total do Tesouro Prefixado.

LEIA TAMBÉM:

Confira o passo a passo para investir no Tesouro Direto

Quer diversificação? Confira 6 vantagens do Tesouro Direto!

4 motivos para você investir no Tesouro IPCA+

CDB ou Tesouro Direto: qual o melhor investimento?

Quando vale a pena investir em títulos prefixados?

Como vimos, quem adquire um título prefixado, garante uma taxa fixa independentemente do que vier a acontecer com a taxa de juros. Nesse contexto, acaba sendo mais vantajoso esse tipo de título quando há expectativa de que os juros caiam ou se mantenham estáveis. Caso contrário, quando o cenário aponta para uma alta dos juros, os pós-fixados permitem acompanhar o movimento da Selic.

Outro aspecto importante a considerar na hora de escolher um prefixado é o prazo do investimento. Na renda fixa, alguns títulos de longo prazo possuem marcação a mercado, uma atualização diária dos preços, que pode ser para cima ou para baixo, dependendo das condições do mercado.

Para entender como isso funciona: suponha que você tenha investido hoje no Tesouro Prefixado a uma taxa de 13% ao ano, e que o prazo do título seja de três anos.

Agora imagine que a inflação tenha disparado alguns meses depois de você ter adquirido o título e que, para conter a alta dos preços, o Banco Central tenha aumentado a Selic. Nesse novo contexto, os títulos que foram lançados pelo Tesouro Direto depois do seu ofereceram juros maiores do que os 13% que você contratou. Ou seja, teoricamente, o seu Tesouro Prefixado ficou menos atraente se comparado aos novos títulos lançados depois dele.

É exatamente essa atualização dos preços que a marcação a mercado representa. Mas atenção: mesmo que o seu título “valha menos” atualmente, isso não significa que perderá dinheiro com ele. Isso só acontecerá se você resgatá-lo antes do vencimento, daí sim o mercado irá precificá-lo sob as novas condições de juros. Mas se você o mantiver até o fim, receberá os 13% combinados no início do investimento.

Ou seja, há dois aspectos principais que você precisa avaliar na hora de investir no Tesouro Prefixado: a trajetória dos juros e a sua disponibilidade para deixar os recursos investidos até o vencimento do título. Lembrando que o recebimento semestral de juros é uma boa opção para dar um reforço periódico no caixa, mas o montante final resgatado será menor.

Vamos te ajudar a cuidar melhor do seu dinheiro!

Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email
Blog Terra Investimentos

Posts Relacionados