Quem investe em ações ou em outros ativos negociados na bolsa, sabe o quanto é importante ter disponibilidade para acompanhar o mercado e identificar boas oportunidades. É justamente por isso que existe o after market (ou “pós-mercado” ), um horário depois do pregão para investidores que não conseguem acompanhar as negociações em horário comercial.
O after market surgiu na Bolsa de Nova York (NYSE) em 1991, com o objetivo de aumentar o fluxo de negociações e atrair mais investidores. Logo após, a prática foi adotada por outras bolsas de valores ao redor do mundo, inclusive pela B3, para auxiliar quem precisava de mais tempo nas operações , especialmente investidores ainda sem muita experiência.
Mas será que vale a pena operar no after market? Quais as vantagens e desvantagens para o investidor? A seguir, saiba mais sobre as regras, horários e demais aspectos de funcionamento desse horário diferenciado na bolsa de valores.
Como funciona o after market?
Assim que se encerram as negociações do pregão, tem início o after market, que dura menos de 30 minutos. Como vimos, a ideia é dar oportunidade para que alguns investidores possam acompanhar melhor o mercado, consolidando posições ou corrigindo eventuais falhas que possam ter ocorrido durante o horário regular de negociações.
Se o investidor envia uma ordem de compra ou venda durante o pregão, ela continua ativa durante o after market e pode ser executada. Se isso acontecer, a operação será considerada de day trade, embora tenha sido efetivada depois do fechamento do pregão.
Horários
De tempos em tempos, a B3 altera os horários de after market, principalmente para sincronizar com o horário de verão dos Estados Unidos. Atualmente, os principais horários de negociações da bolsa brasileira são os seguintes:
Mercado | Pré-Abertura | Negociação | Fechamento | After Market |
Mercado à vista | 9h45 – 10h | 10h – 17h55 | 17h55 – 18h | 18h30 – 18h45 |
Fracionário | 9h45 – 10h | 10h – 17h55 | 17h55 – 18h | 18h30 – 18h45 |
Mercado a termo | – | 10h – 18h25 | – | – |
Mercado de opções | 9h45 – 10h05 | 10h05 – 17h55 | 17h55 – 18h15 | 10h30 – 18h45 |
BOVESPA Mais – todos os ativos | 9h45 – 10h | 10h – 17h55 | 17h55 – 18h | 18h30 – 18h45 |
BDRs | 9h45 – 10h | 10h – 17h55 | 17h55 – 18h | 18h30 – 18h45 |
Fundos de investimento | 9h45 – 10h | 10h – 17h55 | 17h55 – 18h | 18h30 – 18h45 |
ETFs de renda variável | 9h45 – 10h05 | 10h05 – 17h55 | 17h55 – 18h15 | 18h30 – 18h45 |
ETFs de renda fixa | 9h45 – 10h | 10h – 16h55 | 16h55 – 17h | 17h25 – 18h45 |
Mercado de balcão organizado | 9h45 – 10h | 10h – 17h55 | 17h55 – 18h | 18h30 – 18h45 |
Opções sobre índice de ações | 9h45 – 10h | 10h05 – 17h50 | 17h50 – 18h15 | 18h30 – 18h45 |
Perceba que o período do after market é bastante curto e, por isso, é preciso que o investidor esteja atento para não perder o horário. Outro ponto importante é verificar periodicamente no site da B3 eventuais alterações de horários. Você pode fazer isso acessando o link: Horário de negociação | B3
Regras do after market
As operações no período pós-pregão estão sujeitas a cinco regras básicas, que são as seguintes:
1 – Não são negociados derivativos: no after market, o investidor tem acesso somente aos ativos à vista e commodities.
2 – Limite de R$ 900 mil por pessoa física: como o intuito principal do horário estendido no pregão é facilitar as negociações para o pequeno investidor, não faria sentido atrair tickets de negociação mais elevados.
3 – O ativo precisa ter sido negociado no pregão do dia: se determinada ação, fundo ou outro ativo de renda variável não tiver sido negociado no horário comercial, ele não fará parte do after market do dia.
4 – Volatilidade máxima de 2% no pregão: ativos que oscilaram mais do que 2% no dia também não poderão ser negociados no pós-pregão.
5 – Os ativos negociados devem fazer parte de algum índice oficial: por exemplo, para que uma ação possa participara do after market, ela deve compor o Ibovespa, o Índice Small Cap (SMLL) o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), e assim por diante. Caso contrário, o investidor não terá acesso ao ativo.
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Vantagens e desvantagens de operar no after market
Como toda estratégia de investimento, operar depois do pregão também possui pontos positivos e negativos que precisam ser conhecidos para que o investidor possa tomar as melhores decisões. Acompanhe a seguir as principais.
Vantagens
A primeira vantagem é a conveniência de tempo, para quem não conseguiu acompanhar o pregão. Com o horário estendido, é possível aproveitar melhor as oportunidades, principalmente se alguma notícia que impacte o mercado for divulgada no final do dia. Imagine que uma empresa tenha divulgado algum fato relevante, ou que o governo tenha anunciado algo novo na política monetária, por exemplo. Dependendo do horário, o investidor consegue capturar os reflexos desses acontecimentos no after market.
Além disso, operar fora do horário dá a chance de realizar alguma correção quando for necessário ou consolidar os saldos. Isso ajuda a começar o próximo dia de pregão de forma mais tranquila e organizada.
Há também chances de se encontrar bons preços no after market, mesmo com a limitação da volatilidade.
Desvantagens
Por outro lado, as negociações depois do fechamento do mercado costumam ter menor liquidez, pois durante o pregão a quantidade de traders é bem maior. Com um volume menor de operações, reduz também as chances de se obter lucros maiores, e a limitação da volatilidade em 2% também contribui para resultados mais modestos.
Com menos negociações, o spread acaba aumentando no pós-mercado. Isso significa que pode ser mais difícil executar uma ordem com um bom valor, o que desestimula alguns investidores.
Lembrando que, no after market, existem restrições de ativos que podem ser negociados, como os de renda fixa e as opções.
Como operar no after market?
Para realizar operações no curto período depois do pregão, não tem nenhum mistério. Basta ter uma conta em uma corretora de valores, como a Terra Investimentos, por exemplo!
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