Que os fundos de investimento são uma das formas mais simples e eficientes de diversificar a carteira, não é nenhuma novidade. Porém, existem alguns aspectos que precisam ser avaliados na hora de escolher um fundo de investimento mais adequado à estratégia e aos objetivos financeiros de cada um.
Você também já teve dúvidas sobre qual tipo de fundo é o mais adequado para as suas necessidades? Então, continue a leitura e confira os pontos que selecionamos para lhe ajudar a escolher entre as tantas opções disponíveis no mercado.
Como escolher um fundo de investimento?
O primeiro passo para escolher não só um fundo de investimento, mas qualquer outro ativo para a carteira, é conhecer o seu perfil de investidor, que mostrará a tolerância ao risco nos investimentos.
Para isso, as instituições financeiras aplicam um questionário conhecido como suitability. De acordo com as respostas, os perfis são classificados em três categorias: conservador, moderado e arrojado.
Tendo em vista a importância do tema, a Terra Investimentos desenvolveu o Teste de Personalidade do Investidor, em parceria com a B3. Trata-se de um complemento ao suitability, que detalha ainda mais o perfil do investidor, e qualquer pessoa pode fazer esse teste gratuitamente.
No vídeo abaixo, o especialista em finanças André Massaro explica como o TPI pode ajudar na tomada de decisões em relação aos investimentos. Confira:
Dito isso, vejamos agora os aspectos que se referem especificamente às características de cada fundo. Acompanhe.
Documentos do fundo
Antes de escolher um fundo de investimento, é importante conhecer alguns documentos que trazem as sua características. Um deles é a lâmina, que contém informações como desempenho, nível de risco, estratégia, número de cotistas, patrimônio, entre outras.
Outro documento essencial é o regulamento do fundo, mais extenso do que a lâmina e que traz as regras do investimento. É com base nesse documento que o investidor tomará a decisão de investir ou não no fundo e, por isso, ele deve ser bastante claro e específico.
Risco do fundo
O primeiro passo para conhecer o risco de um fundo é saber em que ativos ele investe prioritariamente. Por exemplo, um fundo DI que concentra a maior parte de seu patrimônio em títulos atrelados à Selic ou CDI é considerado de baixo risco. Já os fundos cambiais e os fundos multimercados que investem em ações ou derivativos possuem mais volatilidade e, consequentemente, mais risco.
Além da composição do fundo, aspectos como diversificação dos ativos e expertise do gestor também são considerados na avaliação de risco.
E existem indicadores específicos para avaliação de risco, sendo o Índice de Sharpe um dos mais utilizados. Esse índice mostra a relação entre o retorno potencial de um fundo e o seu risco. De forma geral, quanto maior ele for, melhor tende a ser o retorno em relação ao risco assumido pelo investidor.
Histórico de rentabilidade
Mesmo que a rentabilidade passada de um fundo não garanta ganhos futuros, é importante analisar o seu histórico e compará-lo com outros fundos, para entender se os rendimentos estão em linha com o retorno esperado.
Mas existem alguns cuidados que se deve ter na comparação entre dois fundos, e um deles é somente comparar fundos semelhantes. Um fundo que investe em ações terá como benchmark algum índice do mercado acionário, como o Ibovespa ou o Small Cap (SMLL), por exemplo. Já um fundo atrelado à inflação investirá em títulos indexados ao IPCA ou a algum outro índice inflacionário. Não faz sentido comparar esses dois fundos, pois cada um tem um propósito distinto.
Outro ponto importante é analisar a constância de resultados do fundo, se os resultados se mantêm estáveis ou se oscilam em determinados períodos. Mesmo que alguns ativos sejam mais voláteis do que outros, uma gestão eficiente consegue atenuar essas oscilações, comprando ou vendendo ativos do patrimônio quando necessário.
Valor mínimo de investimento
Em todos os fundos de investimentos, existe um valor mínimo de aporte inicial que a gestão estabelece para o investidor. Além disso, alguns também possuem um valor mínimo de movimentação que o cotista precisa observar depois que já estiver no fundo, seja para resgates ou novas aplicações. Essas informações estão disponíveis na lâmina do investimento.
Prazos de cotização, liquidação e resgate
Dependendo das regras do fundo, nem sempre é possível contar com o dinheiro no momento em que se solicita o resgate. É aí que entra a importância de se conhecer os prazos de cotização, liquidação e resgate, pois eles mostram como funciona a liquidez de um fundo de investimento.
Quando falamos em prazo de cotização, estamos nos referindo ao tempo que as cotas do fundo levam para serem transformadas em dinheiro. Passado esse prazo, vem o de liquidação, que é o período necessário para que o investidor efetivamente tenha acesso aos recursos na sua conta.
Por fim, os prazos de cotização e de liquidação somados correspondem ao prazo de resgate do fundo. Esse prazo costuma ser expresso em dias, com nomenclaturas como “D+0” (resgate no mesmo dia da cotização), “D+15” (dinheiro na conta após 15 dias), e assim por diante.
Entender como funcionam esses prazos é muito importante na hora de escolher um fundo de investimento, principalmente se houver necessidade de liquidez – como no caso da reserva de emergência.
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Taxas
Todos os fundos de investimento possuem uma taxa de administração, que representa um percentual do patrimônio total do fundo. Essa taxa serve para remunerar o trabalho dos gestores e da administração do investimento, e costuma ser maior nos fundos de gestão ativa – aqueles que demandam um acompanhamento mais constante por parte do gestor.
Além disso, alguns fundos também cobram uma taxa de performance sobre o rendimento que ficar acima do benchmark. Essa taxa é uma espécie de bônus pelo resultado do gestor, e costuma ficar entre 10 e 20% do valor que superar o referencial do fundo.
Tributação
Assim como as taxas, o Imposto de Renda (IR) também impacta a rentabilidade dos fundos. Nesse sentido, existem dois aspectos a considerar: o tipo de fundo e as alíquotas do come-cotas.
O come-cotas é uma antecipação de IR que acontece a cada seis meses sobre os rendimentos de alguns fundos de investimento. Nos fundos de curto prazo (com títulos de vencimento médio até um ano), a alíquota do come-cotas é de 20%. Já nos de longo prazo (média de vencimentos acima de um ano), a tributação é de 15%.
Alguns tipos de fundos não possuem essa sistemática de tributação, como os fundos de ações, fundos imobiliários (FIIs), e fundos de previdência, por exemplo.