FOFs: o que são e como funcionam os fundos de fundos

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra homem analisando rendimento de FOFs
Imagem mostra homem analisando rendimento de FOFs

Quem investe em fundos, sabe que essa é uma excelente alternativa para diversificar o patrimônio de forma simples e acessível. Dependendo do perfil e da estratégia do gestor, ao adquirir cotas de um fundo você está investindo em vários ativos ao mesmo tempo.

No entanto, nem sempre os fundos investem diretamente em títulos de renda fixa, ações ou outros papéis. Para alcançar essa diversificação, muitas vezes os gestores adquirem cotas de outros fundos, formando assim os FOFs – ou fundos de fundos.

Neste conteúdo, você saberá como funcionam os FOFs, conhecerá os principais tipos dessa categoria e quais as suas vantagens e desvantagens. Portanto, se você busca novas alternativas para diversificar a sua carteira, continue a leitura e descubra se esse investimento faz sentido para os seus objetivos financeiros!

O que são FOFs?

Os FOFs têm esse nome porque a sigla vem da expressão “funds of funds“. Como vimos, esses fundos são investem diretamente nos ativos, e sim em cotas de outros fundos. Dessa forma, por meio de uma única aplicação, o investidor pode ter acesso a diversos fundos de investimento.

Outra peculiaridade dos FOFs é que eles podem tanto ser compostos por fundos de um mesmo gestor quanto de gestores diferentes. No segundo caso, eles também são conhecidos como fundos multigestores.

Quanto a sua denominação, os fundos de fundos normalmente incluem a expressão “FIC” ou “FICFI”, que significam “fundo de investimento em cotas de fundos de investimentos”. Portanto, quando você se deparar com essas siglas, já sabe que está diante de fundos que não investem diretamente nos ativos, mas sim em cotas de outros fundos.

Estrutura dos fundos de fundos

De acordo com as regras, os FOFs devem investir, no mínimo, 95% de seu patrimônio em cotas de fundos de investimentos de uma mesma classe. A exceção fica por conta dos multimercados, que podem investir em cotas de diferentes fundos. Em relação aos 5% restantes, o gestor pode investir no Tesouro Direto, renda fixa bancária (CDBs, LCIs e LCAs, entre outros) e operações compromissadas.

Outro ponto a conhecer sobre os FOFs diz respeito à estratégia que as instituições financeiras utilizam para distribui-los aos investidores. Nesse sentido, existe uma estrutura chamada de “master-feeder”, na qual o fundo master investe diretamente nos ativos, e o feeder (ou “fundo espelho”), nas cotas do fundo master.

Você pode se perguntar: mas qual o objetivo de criar um fundo para que ele invista somente em cotas de outro fundo? Para as instituições financeiras, essa estrutura permite oferecer o mesmo fundo a diferentes perfis de investidores.

Imagine que uma instituição queira oferecer um fundo com a mesma estratégia para o varejo e para os clientes do private banking. Em vez de montar dois fundos distintos, o gestor pode adquirir ativos para o fundo master e criar dois feeders. Ou seja, um para o varejo, com determinada taxa de administração, e outro para o private, com taxa diferenciada.

Outra vantagem da estrutura master-feeder é a otimização da gestão do fundo. Isso porque o gestor foca seus esforços apenas no master, enquanto os feeders simplesmente replicam a sua estratégia.

Como funciona esse investimento?

Na prática, os FOFs funcionam da mesma forma que outros tipos de fundos de investimento. Ou seja, o gestor adquire cotas de outros fundos de acordo com a estratégia e, posteriormente, disponibiliza essas cotas aos investidores.

No entanto, a diferença é que, no caso dos FOFs, o gestor não olha para os ativos, mas sim para o desempenho dos outros fundos. Basicamente, o critério de seleção está no desempenho dos gestores dos fundos, considerando o retrospecto dos resultados e os riscos do investimento.

Além do desempenho, o gestor do FOF também analisa aspectos operacionais, como prazos de carência, resgate e taxas cobradas. Depois dessa avaliação, finalmente seleciona os fundos que considera mais alinhados com a sua estratégia e com o retorno esperado para os cotistas.

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Tipos de FOFs

Você pode encontrar diversos tipos de fundos de fundos no mercado. Nesse sentido, alguns dos mais frequentes são os FOFs de fundos imobiliários (FIIs) e os de multimercados, justamente pela diversificação que essas duas categorias buscam. Mas há diversos outros que investem em cotas de fundos de renda fixa, fundos de ações, e assim por diante. Logo, se o que você busca é diversificação, certamente encontrará algum FOF que atenda às suas expectativas.

Vantagens e desvantagens dos FOFs

Como todo tipo de investimento, os FOFs também possuem aspectos mais e menos favoráveis, que devem ser avaliados cuidadosamente.

Entre as vantagens desses fundos, a que mais se destaca é, sem dúvida, a diversificação que esse tipo de fundo proporciona. Isso porque, quando o FOF não segue a estratégia master-feeder, ele pode chegar a adquirir cotas de dezenas de fundos ao mesmo tempo. Dessa forma, consegue-se reduzir o risco em relação à gestão do fundo, pois diversos gestores escolheram os ativos.

Outro ponto positivo dos FOFs é a possibilidade de compensar a má performance de um ativo com o desempenho positivo de outro. Por exemplo, em momentos de juros altos, que não favorecem as ações, os títulos de renda fixa podem contrabalançar esse resultado. Ou seja, é como se a diversificação dos FOFs funcionasse como uma segurança adicional a esse tipo de investimento.

Por outro lado, um dos principais cuidados que precisamos ter na hora de investir nesses fundos é prestar atenção nas taxas. Sabemos que todos os fundos de investimentos possuem custos, como taxa de administração e, eventualmente, de performance, por exemplo. No entanto, no caso dos FOFs, além da própria taxa de administração, ele embute as taxas dos fundos nos quais investe. Dessa forma, dependendo do percentual dessas taxas, a rentabilidade do investimento pode ser comprometida.

Afinal, vale a pena investir em FOFs?

Até aqui, você já entendeu como funcionam os fundos de fundos e quais os seus pontos favoráveis e desfavoráveis. Se o seu objetivo é buscar diversificação para a carteira, os FOFs podem ser uma alternativa simples e acessível. Porém, como vimos no item anterior, é preciso prestar atenção nos custos desse investimento. Lembrando que, além das taxas, ainda tem o come-cotas, que é a antecipação do Imposto de Renda que ocorre sempre nos meses de maio e novembro.

Depois de avaliar tudo isso, se você decidir pelo investimento, o próximo passo é entender a estratégia do FOF e saber em que fundos ele investe. Como vimos, há FOFs para todos os perfis de investidores, e aqui na Terra, nossa assessoria de investimentos pode lhe orientar na melhor escolha de acordo com os seus objetivos financeiros.

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