As opções são uma espécie de derivativo – instrumentos financeiros que servem tanto para proteger determinado investimento ou ativo quanto para lucrar com as oscilações dos seus preços. Dependendo do objetivo, o investidor pode utilizar dois tipos de opções: call e put, ou opções de compra e de venda, respectivamente.
O mercado de opções não envolve diretamente a compra e venda de um ativo, mas sim o direito de fazer isso em uma data futura a partir de um preço previamente determinado. No conteúdo que você verá a seguir, explicaremos o que são e como funcionam as opções de compra (call) e de venda (put) e em que momento é mais adequado utilizar cada uma delas. Lembrando que esse tipo de operação pode envolver grande volatilidade e, por isso, é indicado para perfis mais arrojados e investidores mais experientes. Continue a leitura e saiba mais sobre o tema!
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Qual a diferença entre call e put?
Call e put são opções que protegem o investidor de ter que pagar um valor mais alto no futuro quando ele for comprar um ativo, ou de receber um valor menor se a sua intenção for vendê-lo. No caso da call (opção de compra), o seu titular tem o direito de comprar o ativo, e na put (opção de venda), o seu direito é de vender esse ativo.
Para ficar mais claro, veremos agora como funcionam call e put separadamente.
Call (opção de compra)
Imagine que você, acompanhando o mercado acionário, perceba que uma ação tem potencial de se valorizar daqui a algum tempo. Você analisou os fundamentos da empresa, as perspectivas de mercado, e concluiu que o título poderá estar mais caro daqui a 60 dias.
Ao adquirir uma call dessa ação, você assegura o direito de comprá-la por um preço abaixo do que imagina que ela esteja custando em 60 dias. Se o título realmente estiver valendo mais do que o preço de exercício (mais adiante explicaremos esse conceito), você ganhará com a diferença de preço entre o valor da ação e o que efetivamente pagará para comprá-la.
Mas se as suas expectativas não se realizarem, ou seja, se a ação não se valorizar, você simplesmente não exerce esse direito de compra, pois não é obrigado a fazê-lo. Nesse caso, seu único desembolso terá sido o valor que pagou pela call que não exerceu.
Put (opção de venda)
Agora pense na situação contrária: suponha que você tenha ações de uma empresa que vem passando por problemas financeiros ou de gestão, e isso tem comprometido os seus resultados. Se a situação persistir, provavelmente as ações percam valor no futuro, porém não há como saber com certeza quando (e se) isso acontecerá.
Nessa situação, em vez de se desfazer imediatamente do título, você pode adquirir uma opção de venda. Isso fará com que o preço da ação “congele” quando cair até determinado valor. Assim, você poderá vendê-la pelo valor da put no prazo determinado, mesmo que o seu preço venha a cair mais. É exatamente o que acontece com o seguro do carro, quando pagamos à seguradora um valor para que ela faça o ressarcimento no caso de perda total do veículo. Nesse caso, também estamos estabelecendo um limite para a perda, assim como faz uma put.
Da mesma forma que na call, quem compra uma put não é obrigado a exercê-la se o momento não for favorável para tal. Por outro lado, quem vendeu a call ou a put é obrigado a exercer a opção se a outra ponta (compradora) desejar fazê-lo.
Termos do mercado de opções
Call e put são os termos que definem as opções de compra e venda, mas há outras expressões igualmente importantes que o investidor precisa conhecer para operar nesse mercado. A seguir, veja quais são elas.
Titular
O titular de uma call ou put é o investidor que adquire a opção. Como vimos, as opções dão a ele o direito de exercício no vencimento acordado para a negociação.
Lançador
O lançador de uma opção é a outra ponta da negociação, ou seja, quem vende a opção de compra ou de venda. Nesse caso, ele é obrigado a comprar ou vender o ativo em questão se o titular resolver exercer a opção.
Ativo-objeto
O ativo-objeto é o que de fato será negociado no exercício da opção. Até agora, falamos sobre opções de ações, mas esses contratos podem ter como objeto commodities, moedas estrangeiras, ou mesmo índices, como o Ibovespa.
Prêmio
Aqui, novamente podemos lembrar do funcionamento do seguro do carro ou de qualquer outro bem. A exemplo do seguro, o prêmio de uma opção é o valor que o comprador paga para ter o direito de comprar ou vender o ativo-objeto. Quando paga o prêmio, o investidor está adquirindo somente o direito de exercer a opção, e não o ativo em si.
Strike
No mercado de opções, o strike é o preço de exercício do ativo-objeto.
Data de exercício
A data de exercício nada mais é do que o prazo limite que o titular da opção tem para exercê-la. Depois dessa data, a call ou put perde a validade e não pode mais ser exercida.
Opções dentro, fora e no dinheiro
Quando usamos a expressão “no dinheiro”, significa que tanto na compra quanto na venda o ativo é negociado hoje por um valor próximo ou igual ao preço de exercício.
Já o sentido das expressões “dentro e fora do dinheiro” dependerá do tipo de opção negociada:
- – Opção de compra dentro do dinheiro: é quando o detentor da opção pode comprar o ativo abaixo do preço atual de mercado. Ou seja, o preço à vista do título é superior ao do exercício da opção.
- – Opção de compra fora do dinheiro: o preço de exercício da opção está abaixo do preço de mercado do ativo.
- – Opção de venda dentro do dinheiro: o preço à vista do ativo-objeto está abaixo do preço de exercício da opção.
- – Opção de venda fora do dinheiro: o preço do ativo-objeto está acima do preço de exercício contratado pelo investidor.
Vantagens e riscos do mercado de opções
As opções oferecem a possibilidade de ganhos em qualquer cenário, ou seja, quando as ações ou outro ativo-objeto se valorizam ou desvalorizam. Como vimos, se o investidor adquire uma call (opção de compra) e o ativo se valoriza, ele lucra quando compra o referido ativo. No caso de uma put (opção de venda), ele pode travar uma eventual perda se o ativo vier a se desvalorizar, pois consegue vendê-lo por um preço maior.
Além disso, as opções também podem ser utilizadas para hedge de operações (como no agro) ou do patrimônio, e também oferecem chances de ganhos no curto prazo. Por isso, são frequentemente utilizadas por traders no seu dia a dia.
A liquidez das opções é outra vantagem do instrumento, pois há um grande volume desses contratos em negociação no mercado. Isso significa que, se o investidor precisar liquidar posições e vendê-las, possivelmente não encontre dificuldades para isso.
Por outro lado, o mercado de opções possui alta volatilidade, pois o preço de uma call ou put oscila bem mais do que o de seu ativo-objeto. Existem estratégias que podem reduzir as chances de perdas, porém não há como eliminar totalmente o risco. Por isso, para operar esses instrumentos, é preciso ter experiência e um bom conhecimento sobre essas operações. E, de preferência, contar com uma assessoria especializada, como a equipe da Terra Investimentos!