Preço-alvo de uma ação: qual a melhor hora de comprar um título?

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra gráfico e uma investidora calculando o preço alvo das ações
Imagem mostra gráfico e uma investidora calculando o preço alvo das ações

Uma das maiores preocupações de quem investe em ações é tentar acertar o momento certo para negociar determinado título, e isso ocorre também com os investidores mais experientes. Nessa hora, uma das ferramentas que podem ajudar a direcionar as decisões é o preço-alvo da ação, calculado por instituições financeiras e casas de análise.

Neste conteúdo, explicaremos o que é e como se calcula o preço-alvo de uma ação, e de que forma o investidor pode utilizá-lo em sua estratégia de carteira. Mostraremos também outras expressões pelo mercado financeiro quando o assunto é recomendações de ações. Acompanhe a leitura a seguir!

O que é preço-alvo?

O preço-alvo de um ativo é uma projeção de seu valor para uma determinada data, feita por um analista. Normalmente, para fazer essa estimativa, o analista utiliza o método de fluxo de caixa descontado, entre outras ferramentas, com o objetivo de identificar o potencial de valorização ou desvalorização do título.

Como calcular o preço-alvo de uma ação?

Além do fluxo de caixa descontado, o analista utiliza diversos indicadores da análise fundamentalista para calcular o preço-alvo de uma ação. Em relação à empresa, a avaliação abrange aspectos como potencial de crescimento, governança, resultados, nível de endividamento, liquidez, e assim por diante. Além disso, essa análise também contempla fatores macroeconômicos, como taxa de juros, inflação, PIB e vários outros que possam influenciar no desempenho da companhia.

A partir dessas ferramentas, o analista fará a projeção de fluxo de caixa e do resultado da empresa para o ano. Logo após, o lucro projetado é trazido a valor presente, e, dessa forma, consegue-se estimar o quanto a empresa valerá no futuro. É esse valor que servirá de base para a definição do preço-alvo da ação para determinado período.

Para projeções que envolvem períodos mais curtos, pode-se utilizar também indicadores da análise técnica. Ao analisar os movimentos dos preços nos gráficos, investidores e traders conseguem identificar tendências e níveis de suporte e resistência, que também auxiliam a determinar as expectativas de preços para o curto prazo.

Fluxo de Caixa Descontado (FCD)

Embora não seja a única ferramenta utilizada para calcular o preço-alvo das ações, o FDC é certamente uma das mais famosas.

Como vimos, esse cálculo projeta os resultados da empresa para estimar o seu valor intrínseco, ou seja, o seu potencial valor no futuro. Na prática, o FCD traz o fluxo de caixa futuro a valor presente, utilizando uma taxa de desconto que reflete o custo do capital e os riscos inerentes ao negócio.

Para muitos analistas, o FCD é a metodologia mais completa para chegar ao valuation (ou “valor justo”) de uma empresa, pois ele permite avaliar o caixa da empresa no longo prazo. Clique abaixo e saiba mais sobre o assunto:

Como utilizar o preço-alvo na estratégia de investimento?

A lógica é bastante simples: se o preço-alvo projetado for maior do que o valor atual da ação, significa que a expectativa é de valorização do título. Logo, esse pode ser um bom momento para adquirir a ação, se os fundamentos da empresa forem sólidos, é claro.

Por outro lado, se a projeção ficar abaixo do quanto o título vale hoje, é porque o mercado espera por uma desvalorização. Aqui, os fundamentos também precisarão ser avaliados, pois dependendo da perda de valor esperada e dos motivos para isso, pode ser que a empresa deixe de ser interessante para a carteira.

Além disso, o preço-alvo também serve como ferramenta de diversificação para o portfólio. Isso porque o investidor pode comparar os preços de diferentes empresas para escolher as que apresentam maior potencial de valorização.

Aspectos que merecem atenção!

Existem alguns aspectos importantes a serem considerados na avaliação do preço-alvo. O primeiro deles é que poderão existir preços-alvos diferentes para a mesma ação em um mesmo período. Nesse sentido, as diferenças ocorrem devido aos critérios que cada um utiliza para chegar no valor futuro da empresa.

Outro ponto a observar é que o preço-alvo pode ser atingido antes da previsão dos analistas. Se isso acontecer, recomenda-se que o investidor não tome decisões antes de uma revisão de recomendação sobre o título.

É sempre bom lembrar que não há garantias de que os analistas sejam assertivos em suas projeções. Isso porque o preço-alvo pode ser impactado por eventos como instabilidades econômicas ou crises financeiras, por exemplo. Além disso, opiniões pessoais e eventuais interesses podem distorcer ou enviesar algumas análises, o que também impacta o indicador.

Outras expressões utilizadas por analistas nas recomendações de ações

Além do preço-alvo, há outras expressões bem específicas utilizadas pelos analistas nos relatórios de recomendações de ações. A seguir, conheça algumas das mais comuns:

Upside

A expressão está diretamente relacionada ao preço-alvo, pois indica o potencial de ganho o ativo em determinado período. Por exemplo, se o preço atual de mercado de uma ação é R$ 10 e o preço-alvo projetado é R$ 15, o upside esperado para esse título é 50%.

Benchmark

O benchmark nada mais é do que um parâmetro de comparação entre os ativos e determinado índice financeiro. Essa comparação será a referência para a recomendação do analista ou para a tomada de decisão do investidor.

No caso de ações, normalmente o benchmark é um índice relacionado ao ativo, como o Ibovespa, por exemplo. Não basta o investidor saber que uma ação se valorizou em determinado período. Isso porque, se essa valorização for inferior ao benchmark, sua estratégia não está sendo eficiente em termos de rentabilidade.

Essa expressão é utilizada não só no mercado acionário, mas também em relação a outros ativos financeiros. Por exemplo, o gestor de um fundo de renda fixa pode utilizar o CDI como referencial para acompanhar os rendimentos do investimento.

Outperform

Uma ação outperform é aquela que, segundo analistas, tem potencial de desempenho acima da média esperada para o mercado ou para suas concorrentes. Isso significa que, de acordo com as projeções, ela terá retornos superiores a outros papéis. Por isso, a recomendação é que se compre o título, ou que ele seja mantido na carteira.

Underperform

Por outro lado, é possível também que um analista avalie os fundamentos da empresa e a considere menos atrativa do que outras concorrentes. Dependendo da situação, ele pode chegar à conclusão de que as suas ações irão se valorizar menos do que as de suas pares, ou mesmo cairão de preço. Nesse caso, os títulos receberão a classificação de underperform, que, muitas vezes, vem junto de uma recomendação de venda.

Marketperform

Já a classificação marketperform é dada à ação que se comporta em linha com o mercado. Ou seja, ela anda próxima ao benchmark, o que corresponde a um desempenho neutro.

Outro termo para designar esse alinhamento é peerperform, que remete à performance dos pares. Quando uma ação é avaliada dessa forma, a recomendação é de que o investidor a mantenha na carteira.

 

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