No mercado financeiro – em especial, na bolsa de valores – existem diversas estratégias de investimentos, de acordo com cada perfil e objetivo financeiro. Nesse sentido, o buy and hold é uma das mais conhecidas e utilizadas por quem investe com foco no longo prazo.
Grandes nomes como Warren Buffett e Benjamin Graham (o pai do value investing) são alguns dos mais famosos expoentes do buy and hold. Além de auxiliar na escolha das ações, a estratégia pode ser utilizada em fundos de investimento, BDRs, ETFs e diversos outros tipos de ativos de renda variável.
Neste conteúdo, você conhecerá essa estratégia muito adotada por investidores de longo prazo. Para entender como funciona o buy em hold, quais os seus fundamentos e como fazer na sua carteira, continue a leitura a seguir!
O que é buy and hold?
Na tradução literal do inglês, a expressão significa “comprar e segurar”. Isso significa que o objetivo do buy and hold é encontrar bons ativos de acordo com os critérios da análise fundamentalista e mantê-los na carteira por um longo prazo, ou enquanto eles mantiverem fundamentos sólidos.
No caso das ações, quem investe segundo a estratégia tem um olhar de sócio em relação às empresas. Dessa forma, irá procurar aquelas companhias que possuem as melhores performances e/ou perspectivas para o seu negócio no longo prazo.
Por exemplo, o foco da estratégia pode ser investir nas gigantes da bolsa (blue chips), ou nas companhias de menor capitalização mas com bom potencial de crescimento (small caps). Independentemente da escolha, é importante considerar que, em determinados momentos, essas ações até podem se desvalorizar. No entanto, se os fundamentos das empresas permanecerem bons, as oscilações dos preços não são um fator preponderante para o holder – quem adota o buy and hold. Isso porque o seu foco estará sempre no longo prazo, por mais fortes que possam ser as oscilações do mercado.
Como aplicar a estratégia nos investimentos?
Agora que vimos o conceito, fica fácil entender como funciona a metodologia. Basicamente, o holder tem três etapas quando vai montar a sua carteira.
A primeira etapa é definir os critérios para selecionar os investimentos. Nesse sentido, pode ser que a prioridade seja receber dividendos, investir em empresas já consolidadas ou em fase de maturação, por exemplo. Definido isso, passamos para a segunda etapa, que é adquirir os ativos de acordo com os seus fundamentos, perfil de risco e objetivos de longo prazo.
Por fim, a terceira etapa é o acompanhamento da carteira, para verificar se os ativos permanecerão com os fundamentos originais. Se algum deles tiver sofrido alterações que comprometam os seus resultados, o holder fará um rebalanceamento da carteira e os substituirá por outros mais alinhados aos seus objetivos.
Principais princípios do buy and hold
Além do foco no longo prazo, podemos destacar outros importantes fundamentos da estratégia, que são os seguintes:
Ativos de bons fundamentos
Como vimos, a qualidade dos ativos é um ponto crucial para quem adota a estratégia. Nesse sentido, para que possa se imaginar sócio de uma empresa no futuro, bons indicadores financeiros, governança corporativa e outros aspectos ligados a fundamentos devem ser prioridade para o holder.
Diversificação da carteira
Para o buy and hold, a diversificação é um importante mecanismo de mitigar o risco da carteira. Além disso, ativos diversificados aumentam as possibilidades de rentabilidade do portfólio.
Aportes constantes
No buy and hold, nada impede que se faça poucos ou um único aporte e segure os ativos por muito tempo. Mas fazer aportes constantes – como reinvestir dividendos, por exemplo – é uma excelente forma de potencializar os ganhos da carteira. Isso porque, se o investidor tiver o hábito de aportar os dividendo recebidos, aproveitará ao máximo o poder dos juros compostos na rentabilidade dos ativos.
Além dos dividendos, outra maneira de fazer aportes frequentes é acompanhando o mercado para identificar boas oportunidades. Dependendo do momento do mercado, pode-se encontrar ativos com bons fundamentos que estejam descontados.
Investimentos sustentáveis
Aqui, estamos falando de investimentos que seguem critérios de sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa – também conhecidos pela sigla ESG. Quando as empresas atuam em linha com essas três variáveis, a tendência é de que apresentem desempenhos melhores e mais consistentes ao longo dos anos.
Não seguir modismos
Pelo fato de o buy and hold priorizar empresas com bons fundamentos no longo prazo, não faz sentido o investidor que segue a estratégia se deixar influenciar por tendências. Ou seja, o seu objetivo é ser sócio da empresa no longo prazo, e não buscar oportunidades de curto prazo no mercado para ter ganhos rápidos. Ao se fazer isso, evita-se inclusive a tomada de decisões motivada pela euforia ou pelo pânico no mercado em determinados momentos.
Vantagens da estratégia buy and hold
Uma das vantagens da estratégia é a praticidade que oferece ao investidor. Isso porque, como o foco do buy and hold é o longo prazo, não é preciso acompanhar o mercado diariamente ou em períodos curtos. Ao contrário, o buyer é quem define a periodicidade de revisão de sua carteira, que pode ser semestral ou anual, por exemplo.
Outro ponto positivo é a redução de custos que a estratégia proporciona se comparada ao day trade ou swing trade. Como o giro dos ativos é menor, o investidor gasta menos com tarifas, taxas de corretagens, impostos e outras despesas ligadas às operações.
Por fim, ao segurar os ativos por mais tempo, o investidor consegue aproveitar melhor a sua valorização. Isso porque os impactos dos ciclos econômicos acabam sendo atenuados com o tempo, além é claro da ação positiva dos juros compostos sobre a carteira.