Guia do Investimento (parte 1): como começar a investir?

Tempo de leitura: 7 minutos

Guia do investimento: para quem quer ter sucesso em suas aplicações

Na hora de formar as reservas financeiras, uma confusão que normalmente ocorre é sobre poupar e investir. À primeira vista, esses dois conceitos podem ser idênticos para quem deseja começar a investir, porém isso não é uma verdade.

Quando poupamos, estamos simplesmente guardando dinheiro, e isso pode ser perigoso se não prestarmos atenção nos efeitos da inflação sobre os rendimentos das aplicações. Por outro lado, quando investimos, fazemos com que o dinheiro trabalhe para nós, pois escolhemos modalidades apropriadas para cada contexto. Essa é a diferença básica entre poupar e investir.

Existe um universo de opções para quem deseja começar a investir. Mas antes, é preciso conhecer alguns conceitos básicos sobre investimentos, e esse é um dos temas dos quais trataremos mais adiante.

Neste primeiro guia do investimento, reunimos algumas orientações para o investidor iniciante dar os primeiros passos na formação do seu patrimônio. Além disso, explicamos como funcionam os investimentos mais conservadores do mercado, que são o ponto de partida para quem começa a investir. Por fim, mostramos o que faz uma assessoria de investimentos e como ela pode ser importante para lhe ajudar na tomada de decisões financeiras. 

Vamos começar? Fique conosco e aproveite a leitura!

Dá para começar a investir com pouco dinheiro?

O mito de que é preciso ter muito dinheiro para começar a investir impede muita gente de começar um planejamento financeiro.

Você não só pode como DEVE investir mesmo que seja aos poucos. Fazer aportes com regularidade, mesmo que pequenos, é uma das melhores formas de criar disciplina financeira e fazer o dinheiro render.

Com o passar do tempo e a evolução da vida profissional, os volumes investidos vão aumentando e os tipos de investimentos podem ficar mais sofisticados. Mas quem começa cedo consegue aproveitar muito mais os efeitos dos juros compostos sobre o patrimônio.

Inclusive, existem modalidades que permitem a programação de aportes mensais de valores bastante acessíveis, conforme veremos mais adiante.

Preciso pagar todas as dívidas para poder investir?

Para as finanças pessoais, o melhor dos mundos é não ter dívidas. Porém, em determinadas situações, a maioria das pessoas não consegue evitá-las, e é preciso entender que nem todo tipo de dívida é prejudicial à saúde financeira. 

Nesse sentido, se pensarmos em bens mais caros como um carro ou a casa própria, por exemplo, você pode perfeitamente assumir um financiamento com custo adequado e cujas prestações caibam no bolso e investir ao mesmo tempo. Dessa forma, o endividamento estará auxiliando na formação do patrimônio. O que não é saudável é ter dívidas caras – como cheque especial ou determinados empréstimos pessoais – fazendo parte da rotina financeira.

Tripé dos investimentos: atenção a esse conceito!

Os investimentos possuem três atributos essenciais: rentabilidade, segurança e liquidez – e é isso o que o tripé dos investimentos explica.

Normalmente, a ponta do tripé que primeiro chama atenção das pessoas é a rentabilidade, pois ela mostra o retorno sobre o dinheiro investido. Mas a relação entre risco e retorno também é muito importante, e ela é diretamente proporcional no mundo dos investimentos.

Ou seja, quanto maior for a tolerância ao risco, maior também será a chance de alcançar rendimentos mais altos (apesar de não garantidos). Daí vem a outra ponta do tripé, que é a segurança, pois de nada vale investir em algo rentável e perder o sono por causa das oscilações do mercado. 

Por fim, é preciso também pensar no uso que se quer dar ao dinheiro investido. Se você acha que poderá precisar dele em um curto espaço de tempo, precisa se preocupar também com a liquidez – terceiro pilar do tripé – ou seja, com a facilidade de resgatá-lo a qualquer momento se for preciso.

Segurança e liquidez são os principais atributos da reserva de emergência, conforme veremos a seguir.

Reserva de emergência

O primeiro passo para quem quer começar a investir é formar a reserva de emergência. 

Esse é o dinheiro que torcemos para nunca precisar usar, mas que faz toda a diferença em momentos de imprevistos financeiros. Por isso é que essa reserva deve ser investida em modalidades seguras e de rápido resgate, afinal nunca se sabe quando será necessária.

O valor da reserva de emergência varia conforme o custo de vida e a previsibilidade de rendimentos de cada um. Por exemplo, a necessidade de reservas de quem é autônomo sem contratos fixos teoricamente é maior do que a de um trabalhador com carteira assinada. Dependendo do caso, especialistas sugerem que se tenha de seis a doze meses de salário investidos na reserva de emergência.

LEIA TAMBÉM:

Reserva de emergência: 6 perguntas frequentes sobre o tema

Liquidez diária: confira 3 alternativas para sua carteira

Principais investimentos para começar a investir

Antes de mais nada, precisamos falar sobre por que a poupança NÃO está em nossa lista de sugestões para quem quer começar a investir.

Pela segurança e simplicidade, a poupança ainda hoje é a aplicação mais popular entre os brasileiros. Porém, já faz tempo que o seu rendimento deixa a desejar, tendo inclusive perdido para a inflação em alguns dos últimos anos. 

Veja este levantamento feito com dados do Banco Central:

AnoInflação (IPCA)Rentabilidade real da poupança
20234,62%3,25%
20225,78%2,08%
202110,06%-6,43%
20204,51%-2,29%
20194,30%0,04%
20183,74%0,84%
20172,94%3,53%
20166,29%1,89%
201510,67%-2,34%

Perceba que em 2015, 2020 e 2021, a rentabilidade real da poupança foi menor do que a inflação medida pelo IPCA. Ou seja, quem tinha dinheiro na caderneta nessa época perdeu para o aumento dos preços.

Outro ponto importante a entender é a liquidez da poupança. Embora ela seja diária, se você fizer um resgate na data errada, pode perder toda a rentabilidade do mês, pois o rendimento só acontece no dia do aniversário da aplicação.

Funciona assim: suponha que você deposite mensalmente na poupança sempre no dia 5 de cada mês. Nesse caso, para ganhar o rendimento do mês anterior, você só pode sacar no dia 6 do mês seguinte. Caso contrário, todo o ganho do período será sacrificado.

No link abaixo, explicamos detalhadamente como funciona o rendimento da poupança. Confira e entenda por que ela não é interessante para a sua carteira:

Rendimento da poupança: como funciona? Vale a pena?

Dito isso, vejamos agora os investimentos que selecionamos para começar a investir.

Tesouro Direto

Entre todos os investimentos, o Tesouro Direto é considerado o mais seguro do mercado, pois quem emite esses títulos é o próprio governo federal.

Na prática, quem investe no Tesouro Direto, empresta dinheiro para o governo. Em troca, recebe juros pelo período em que o dinheiro estiver aplicado

Além da segurança, outra vantagem desses títulos é a sua versatilidade, pois existe uma alternativa para cada propósito de investimento. Por exemplo, o Tesouro Selic é a opção para quem está formando a reserva de emergência, pois ele possui liquidez diária.

Já quem está pensando nas reservas para o longo prazo, pode contar com o Tesouro Prefixado, que paga uma taxa fixa, e com o Tesouro IPCA+, que tem parte dos rendimentos atrelados ao principal índice de inflação do Brasil.

E também existem alternativas para quem deseja receber uma renda futura. Nesse caso, o Tesouro RendA+ é o título público voltado à aposentadoria, e o Tesouro Educa+ foi lançado para ajudar a custear os gastos com ensino. Ambos seguem a lógica da previdência privada (veremos na sequência), sendo que, no vencimento do titulo, o investidor recebe os recursos de volta em 240 parcelas mensais no RendA+ e em 60 parcelas mensais no Educa+.

Na Terra Investimentos, você pode investir no Tesouro Direto via Pix, por meio do Cad&Pag, uma forma bem mais rápida de adquirir os títulos públicos federais. Para isso, só é preciso ter o aplicativo do Tesouro Direto instalado no celular e ser nível prata ou ouro na conta Gov.br.

CDB

Já o CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título emitido por uma instituição financeira para captação de recursos. Assim como no Tesouro Direto, você recebe juros pelo período em que o seu dinheiro ficou aplicado, mas quem paga é a instituição emissora do título.

Assim como os próximos títulos de renda fixa que veremos a seguir, o CDB conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que ressarce o investidor em até R$ 250 mil por CPF e por emissor (até o limite de R$ 1 milhão) se o banco vier a quebrar. Por isso, ele também é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado.

Esse investimento também é bastante versátil, pois há CDBs com liquidez diária – que podem ser usados para a reserva de emergência – e de prazos mais longos. E você também pode encontrar títulos de diversos emissores, com taxas pós-fixadas, prefixadas ou atreladas a índices como o IPCA.

RDB

Na prática, o RDB (Recibo de Depósito Bancário) funciona como um CDB, mas de longo prazo, pois ele não costuma ter liquidez antes do vencimento. 

Além disso, ele não pode ser negociado no mercado secundário, e isso faz com que as instituições emitam bem menos RDBs do que CDBs. Por outro lado, é normal que ofereçam remunerações maiores do que a dos CDBs, justamente para poder compensar essas limitações.

LCI e LCA

Assim como os CDBs e RDBs, as letras de crédito imobiliário e do agronegócio (LCIs e LCAs) também são emitidas por instituições financeiras. Porém, a diferença é que captam recursos exclusivamente para financiar projetos imobiliários e ligados ao agronegócio da instituição emissora.

Por financiarem esses projetos, LCIs e LCAs são isentas de Imposto de Renda sobre os rendimentos, o que pode representar um bom diferencial de rentabilidade. O cuidado que se deve tomar ao investir nesses títulos é com a necessidade de liquidez, pois a carência mínima é de 9 meses para a LCA e de 12 meses para a LCI.

Fundos DI

Os fundos DI são fundos de  renda fixa que investem principalmente em títulos indexados ao CDI ou Selic, pois o seu objetivo é acompanhar o CDI. 

Os títulos mais utilizados pelos gestores para esses fundos são os do Tesouro Direto e de instituições com risco de crédito equivalente ao do Tesouro. Por isso, pode-se dizer que esses fundos são de baixo risco.

Os fundos DI também são uma boa alternativa para a reserva de emergência, pois normalmente possuem liquidez diária – e até imediata em alguns casos.

Previdência Privada

Aqui, estamos falando de reservas para o futuro, e não só para a aposentadoria, pois a previdência privada pode ajudar a alcançar objetivos financeiros de médio ou de longo prazo que vão além do complemento do INSS.

Existem dois tipos de previdência privada disponíveis no mercado – o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre)

O PGBL é indicado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda, pois ele permite deduzir as contribuições feitas no ano até o limite de 12% da renda bruta anual. Já quem faz a declaração simplificada, pode optar pelo VGBL, que não possui o benefício da dedução, mas somente os rendimentos do investimento são tributados. No caso do PGBL, o IR incide sobre o montante capitalizado (principal + juros) no resgate.

A importância de uma assessoria de investimentos

Depois de ter lido todo o Guia do Investimento, é possível que você esteja se perguntando: e agora, por onde começar a investir?

Pois saiba que o fundamental para garantir segurança e rentabilidade para o seu patrimônio é contar com uma assessoria qualificada e experiente.

Presente no mercado há mais de 20 anos, a Terra Investimentos dispõe de profissionais altamente qualificados, que podem lhe orientar para que seus primeiros passos no mundo dos investimentos sejam feitos com tranquilidade e segurança.

Dica: depois de começar a investir, confira a segunda parte do guia, que fala sobre o próximo passo: a diversificação da sua carteira:

Guia do Investimento (parte 2): como diversificar a carteira?

Vamos te ajudar a cuidar melhor do seu dinheiro!


Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email
Blog Terra Investimentos

Posts Relacionados