Opções: conheça essa forma de investir na bolsa de valores

Tempo de leitura: 8 minutos

Imagem mostra homem investindo em opções na bolsa de valores
Imagem mostra homem investindo em opções na bolsa de valores

Quando pensamos na bolsa de valores, o primeiro investimento que nos vem em mente são as ações, certo? Quem está mais familiarizado com o mercado de capitais, pensa também dos fundos imobiliários (FIIs), ETFs, BDRs, entre outros ativos negociados nesse ambiente. Mas existem também as opções, que são instrumentos financeiros vinculados a ativos de renda variável, e que podem proporcionar ganhos tanto na alta quanto na baixa desses ativos.

Há quem busque as opções como forma de hedge (proteção) dos investimentos, ou simplesmente para lucrar com as oscilações dos preços de um ativo. Neste conteúdo, explicaremos o que são esses instrumentos financeiros, e de que forma eles podem trazer rentabilidade para uma carteira de investimentos. Portanto, se você já ouviu falar sobre opções mas não sabe exatamente como funcionam, ou se ainda não teve nenhum contato com o tema e está em busca de novas oportunidades, continue a leitura a seguir.

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O que são opções?

Opções são instrumentos financeiros que dão ao seu titular o direito de comprar ou vender determinado ativo em uma data futura por um valor predeterminado. Conceitualmente, elas são uma espécie de derivativo, ou seja, o preço de uma opção deriva do ativo ao qual ela está atrelada.

Em outras palavras, as opções não são um ativo em si, e sim um contrato que contempla o direito de comprar ou de vender determinado ativo.

No mercado brasileiro, as opções de ações e de commodities são as mais negociadas. No entanto, esses instrumentos também podem estar ligados a outros ativos de renda variável.

Tipos de derivativos: saiba quais são e quando utilizá-los

Opções binárias e opções são a mesma coisa?

Não, opções binárias não têm nada a ver com as opções relacionadas a ações e outros ativos financeiros. Basicamente, as primeiras são uma simples aposta na alta ou na queda de determinado ativo (daí a expressão “binárias”).

No Brasil não existe regulamentação para as opções binárias, o que as torna uma operação de altíssimo risco e bastante suscetível a fraudes. No link abaixo, explicamos detalhadamente os riscos dessas operações para o investidor:

Funcionamento das opções

Quando as duas partes (compradora e vendedora) firmam um contrato de opção, já são definidos o prazo e o vencimento da operação. Em relação ao tipo de contrato, as opções podem ser de duas formas: de compra (call) ou de venda (put). Entenda agora como funciona cada um desses tipos.

Opção de compra (call)

Quando um investidor adquire uma call, ele está garantindo o direito de comprar determinado ativo no futuro por um preço predeterminado no momento da contratação da operação.

Para entender como isso funciona, nada melhor do que um exemplo. Suponha que você acompanhe o mercado acionário e, analisando uma empresa, acredita que as suas ações estarão mais caras daqui a 60 dias. Ao adquirir uma opção de compra dessa ação, você assegura o direito de comprá-la por um preço inferior ao que imagina que ela esteja custando daqui a 60 dias. Se a ação realmente estiver valendo mais do que o preço de exercício (veremos mais adiante esse conceito), você lucrará com a diferença de preço entre o valor do título e o preço que pagará para adquiri-la.

Outro aspecto sobre a call é que o investidor não é obrigado a exercer a opção de compra. Se não fizer isso, não terá nenhum prejuízo, pois seu único desembolso terá sido o valor pago pela opção que não exerceu.

Opção de venda (put)

Para entender como funcionam as opções de venda, é só imaginar a situação contrária. Digamos que você tem ações de uma empresa cujos fundamentos vêm se deteriorando com o passar do tempo. Por isso, tudo leva a crer que, daqui a algum tempo, as suas ações percam valor em comparação ao momento atual. No entanto, não há como ter certeza de que isso realmente acontecerá.

Nesse caso, em vez de vender imediatamente a ação, você pode adquirir uma opção de venda do título. Se a ação estiver valendo menos do que o preço de exercício no vencimento da operação, você poderá vendê-la e lucrar com o resultado. Isso porque receberá mais pelo título do que ele estará valendo no mercado futuramente.

Assim como acontece com as opções de compra, o investidor não é obrigado a exercer a put no vencimento da operação. Nessa situação, a opção de venda terá servido como um seguro, que protegeu o investimento de uma perda financeira.

Conceitos utilizados no mercado de opções

Até aqui, já falamos sobre dois termos muito utilizados nesse mercado: as opções de compra (call) e de venda (put). No entanto, existem outros conceitos importantes que devem ser conhecidos por quem deseja investir nesses instrumentos. Acompanhe a seguir.

Ativo-objeto

Esse é o ativo ou índice que será negociado no contrato de opção. Por exemplo, uma ação, uma commodity, uma moeda estrangeira ou mesmo um índice (como o Ibovespa), podem ser objeto de negociações de opções.

Preço de exercício

O preço de exercício (também conhecido como strike) é o valor pelo qual ocorrerá a negociação do ativo-objeto se a opção for exercida. Digamos que um investidor adquire uma opção de compra de ação com strike de R$ 50. Isso significa que esse é o preço pelo qual ele poderá adquirir o título no vencimento da opção.

Titular

O titular é quem adquire a opção de compra ou de venda de um ativo. Como vimos, ele tem o direito de exercer essa opção no vencimento acordado para a negociação.

Lançador

Já o lançador é quem faz a venda da call ou put para o titular, concedendo a ele o direito de comprar ou vender o ativo no vencimento. Isso significa que, se o titular resolver exercer a opção, o lançador terá a obrigação de vender ou comprar o ativo em questão.

Prêmio

O prêmio é o valor que o comprador da opção para para ter o direito de comprar ou vender o ativo-objeto no vencimento. Quando paga o prêmio, o titular não está adquirindo o ativo, pois ele só comprará (ou venderá) esse ativo no vencimento da opção, se entender que isso é vantajoso.

Data de exercício

A data de exercício nada mais é do que o último dia que o titular tem para exercer o seu direito de compra ou de venda do ativo-objeto. Passada essa data, a opção perde a validade e não pode mais ser exercida.

Para não esquecer:

  • – No caso de uma call (opção de compra), vale a pena exercê-la se o ativo-objeto estiver sendo negociado acima do preço de exercício no vencimento. Isso porque o titular estaria comprando o ativo a um preço abaixo da cotação de mercado.
  • – No caso de uma put (opção de venda), faz sentido exercê-la se o preço do ativo-objeto estiver abaixo do mercado no vencimento da operação. Nesse caso, o titular venderia o ativo por um preço mais alto do que o praticado no mercado.

Opções dentro, fora e no dinheiro

As expressões “dentro, fora e no dinheiro” também são bastante comuns no mercado de opções. Dependendo do tipo de opção negociada, elas possuem significados diferentes, conforme veremos a seguir:

Dentro do dinheiro:

  • – Opção de compra: na data de hoje, o ativo-objeto é negociado abaixo do preço de exercício.
  • – Opção de venda: na data de hoje, o ativo-objeto é negociado acima do preço de exercício.

Fora do dinheiro:

  • – Opção de compra: na data de hoje, o ativo-objeto é negociado acima do preço de exercício.
  • – Opção de venda: na data de hoje, o ativo-objeto é negociado abaixo do preço de exercício.

No dinheiro: tanto na call (compra) quanto na put (venda), a negociação do ativo na data de hoje é feita por um preço próximo ou idêntico ao de exercício.

Códigos das opções

Outro aspecto no qual o investidor precisa prestar atenção ao operar nesse mercado são os códigos das opções, formados por cinco letras acompanhadas de dois dígitos no final.

Nesse sentido, as quatro primeiras letras identificam o ativo-objeto da operação. Já a quinta e última letra da sequência mostra se a opção é uma call ou put, e indica o seu mês de vencimento, de acordo com a tabela:

MêsOpção de Compra (Call)Opção de Venda (Put)
JaneiroAM
FevereiroBN
MarçoCO
AbrilDP
MaioEQ
JunhoFR
JulhoGS
AgostoHT
SetembroIU
OutubroJV
NovembroKW
DezembroLX

Estratégias para operar com opções

A forma tradicional de operar nesse mercado (também chamada de “compra a seco”) é simplesmente adquirindo uma call ou put. Nesse caso, não há limitação para o ganho, mas também há o risco de se perder todo o valor investido. Por isso, muitos utilizam estratégias que associam long & short, ou seja, o ganho na alta e na baixa do ativo, com o objetivo de limitar possíveis perdas.

A seguir, confira algumas das estratégias mais utilizadas para operar com opções:

Venda coberta

A venda coberta consiste, simultaneamente, em uma posição comprada no ativo e vendida em opção de compra com valor de exercício relativamente alto para o prazo da operação.

Esse tipo de estratégia pode ser interessante para quem possui o ativo e pretende permanecer com ele no longo prazo. Ao vender a opção, o investidor rentabiliza sua carteira pois recebe o prêmio (valor pago pela opção).

Em relação ao resultado da operação, o pior que pode acontecer é o preço do ativo superar o valor de exercício somado ao prêmio recebido pela opção. Porém, mesmo nessa situação, a alta do ativo e o prêmio garantiriam algum retorno ao investidor.

Trava de alta

A trava de alta é utilizada quando a expectativa é de alta no ativo-objeto da opção. Basicamente, essa estratégia consiste em comprar uma call dentro do dinheiro e vender outra call fora do dinheiro.

As duas opções devem ter a mesma data de vencimento. Dessa forma, se a previsão se concretizar, o investidor poderá ganhar com a alta do ativo sem ter que efetivamente comprá-lo.

Trava de baixa

Já a trava de baixa é feita quando se acredita na queda do ativo-objeto. Aqui também a estratégia é baseada em duas opções, mas com a lógica inversa da anterior. Ou seja, o investidor deve vender uma call dentro ou fora do dinheiro e comprar uma call com strike maior e mesma data de vencimento.

Straddle

No straddle, o investidor compra duas opções: uma call e uma put , ambas com o mesmo preço de exercício e vencimento.

Essa estratégia é interessante quando se acredita na forte volatilidade do ativo, para cima ou para baixo. Como há duas pontas opostas, haverá ganho em uma delas, independentemente de o preço ficar acima ou abaixo do strike.

Borboleta

A borboleta é uma estratégia utilizada quando se acredita que o preço do ativo-objeto ficará dentro de um determinado intervalo no vencimento.

Normalmente, essa estrutura é de curtíssimo prazo, e consiste em comprar uma opção com strike mais baixo, vender duas opções com strike intermediário e comprar outra com strike mais alto. Na prática, é como se o investidor estivesse fazendo uma trava de alta e outra de baixa simultaneamente, mas com um núcleo em comum.

Venda a descoberto

Na venda a descoberto, o investidor não possui o ativo-objeto referente à opção. Dessa forma, ele lança a opção acreditando na queda do preço do ativo, de forma que a opção caia também e ele a compre novamente por um preço menor até a data do vencimento.

Por exemplo, imagine que um investidor vende a descoberto 1000 opções de compra a R$ 5, apostando na queda da ação, que acaba caindo abaixo do preço de exercício. Nesse caso, o investidor compra novamente as opções, que agora valem R$ 4, por exemplo. Dessa forma, ele lucra R$ 1000, que é a diferença entre o preço de venda e o de compra.

Aqui, a lógica é a mesma do aluguel de ações, que explicamos no conteúdo abaixo. A diferença é que a operação não envolve a compra e venda de ativos financeiros, mas sim de opções.

Vantagens e riscos de operar com opções

Uma das vantagens das opções é o fato de poder ganhar na alta ou na baixa do ativo-objeto da operação. Como vimos, quando o investidor adquire uma opção de compra e o ativo se valoriza, ele realiza o lucro comprando o ativo. Por outro lado, as opções de venda proporcionam ganhos quando a tendência do preço é de baixa.

Além disso, esse instrumento financeiro também pode ser utilizado para hedge, tanto do patrimônio quando de operações do agronegócio, por exemplo. E também possibilitam ganhos no curto prazo, sendo, por isso, bastante populares entre traders de forma geral.

Outro aspecto favorável das opções é a sua liquidez, devido ao grande volume de negociação que possuem no mercado. Por isso, caso necessite vender seus contratos para liquidar posições, é pouco provável que o investidor encontre alguma dificuldade.

Em relação aos riscos, não se pode esquecer que o mercado de opções possui alta volatilidade, pois o preço de uma opção oscila bem mais do que o de seu ativo-objeto. Nesse sentido, algumas estratégias podem reduzir as perdas, mas não as eliminam totalmente. Por isso, é necessário experiência e bom conhecimento técnico para realizar essas operações.

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