Se você está em busca de diversificação com baixo risco para a sua carteira, precisa saber mais sobre o CDB com liquidez diária. Inclusive, essa é uma das modalidades mais utilizadas por quem deseja formar ou mesmo diversificar a reserva de emergência, pois permite resgatar imediatamente o dinheiro investido.
De forma geral, o seu funcionamento é bastante simples. Porém, existem diversas alternativas no mercado, e, para fazer a melhor escolha, é preciso conhecer as características da aplicação. Por isso, preparamos esse conteúdo com os principais aspectos que você precisa saber sobre o CDB com liquidez diária. Continue a leitura e confira a seguir!
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Como funciona o CDB com liquidez diária?
Antes de mais nada, vamos relembrar como funciona um CDB (Certificado de Depósito Interbancário). Trata-se de um título emitido por uma instituição financeira com a finalidade de captar recursos para financiar as suas operações. Isso significa que, quando você adquire um CDB, está emprestando dinheiro para a instituição emissora por um determinado prazo.
Por sua vez, a instituição lhe devolverá o dinheiro no prazo combinado acrescido dos juros, que também serão definidos no momento da aplicação. Ou seja, o CDB é uma modalidade de renda fixa, pois quem define as regras de remuneração é a instituição que emitiu o título.
Características de um CDB
Agora, conheceremos os principais aspectos desses títulos, que dizem respeito à remuneração, aporte mínimo, segurança e tributação. Acompanhe.
Remuneração
Em relação aos rendimentos, os CDBs podem ser prefixados, pós-fixados ou híbridos.
No CDB prefixado, a taxa é expressa em percentual ao ano, e você já sabe o quanto o título irá render pelo período em que o dinheiro estiver aplicado, independentemente da oscilação dos juros. Por exemplo, se a taxa do CDB é de 10% ao ano, esse é o rendimento que o título oferecerá (descontado o Imposto de Renda, que veremos adiante) até o vencimento. Nesse sentido, não importa se a Selic subiu ou caiu durante a aplicação, pois a taxa foi prefixada quando o investidor adquiriu o título.
Já o CDB pós-fixado é aquele que tem a rentabilidade atrelada a um índice, normalmente o CDI. Essa é a forma de remuneração do CDB com liquidez diária (mais adiante, veremos o que é e como funciona o CDI). Como os rendimentos do CDB pós-fixado acompanham as oscilações do índice de referência, você tem apenas uma estimativa do quanto a aplicação irá render até o resgate do título.
Pelo fato de refletir a tendência dos juros, o CDB pós-fixado é uma boa alternativa para momentos de Selic em alta.
Por fim, o CDB híbrido é aquele no qual parte da remuneração vem de uma taxa fixa e a outra parte segue um índice, normalmente ligado à inflação. Na maioria das vezes, esse índice é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Logo, essa pode ser uma boa opção para proteger o dinheiro em tempos de inflação alta.
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Aporte mínimo
Nesse sentido, os CDBs são uma das alternativas mais democráticas de investimento, pois há tipos para todos os bolsos. No caso do CDB com liquidez diária, os valores costumam ser bem acessíveis, justamente porque os recursos devem estar disponíveis para um resgate imediato.
Mas há opções que exigem aportes mais altos, normalmente vinculadas a melhores taxas. No entanto, essas costumam ter prazos igualmente maiores, e muitas vezes com carência de alguns meses ou de todo o período da aplicação. Ou seja, se a ideia é um CDB com liquidez diária, deve-se ter em mente que, possivelmente, essa não será a melhor alternativa do mercado em relação à remuneração.
Segurança
O CDB é considerado um dos investimentos mais seguros de renda fixa, pois ele conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Se o banco que emitiu o CDB vier à falência, esse fundo garante o ressarcimento de até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira até o limite de R$ 1 milhão.
Lembrando que o FGC também cobra outros títulos os que são emitidos por instituições financeiras. Além dos CDBs, os mais comuns são as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs), a Letra de Câmbio (LC), a Letra Hipotecária (LH), a poupança e também o dinheiro parado na conta-corrente.
Tributação
Em relação à tributação, os CDBs seguem a tabela regressiva do Imposto de Renda (IR), que vale para todos os títulos de renda fixa. De acordo com o prazo da aplicação, as alíquotas diminuem, começando em 22,5% sobre os rendimentos até chegar na mínima de 15%, da seguinte forma:
- – Até 180 dias: IR de 22,5%
- – De 181 a 360 dias: IR de 20%
- – De 361 a 720 dias: IR de 17,5%
- – Acima de 720 dias: IR de 15%
Outro tributo que pode incidir sobre os rendimentos do CDB é o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Nesse caso, as alíquotas também são decrescentes, começando em 96% até zerar no 30° dia da aplicação. No entanto, somente os resgates que ocorrerem antes de 30 dias do início do investimento é que terão a incidência do IOF.
Como funciona o CDI
Agora que já conhecemos as principais características de um CDB, vamos entender o que é o CDI.
CDI é a sigla para Certificado de Depósito Interbancário. Para entendermos esse conceito, primeiro precisamos conhecer alguns aspectos sobre como funcionam as instituições financeiras no Brasil.
De acordo com as regras do Banco Central, nenhum banco pode fechar o dia com o caixa negativo. A princípio, parece algo sem lógica uma instituição financeiras terminar o dia no vermelho, não é mesmo? Mas isso facilmente pode ocorrer, pelo simples fato de que, há dias em que algumas instituições fazem mais empréstimos do que recebem aplicações.
Quando isso acontece, o banco que emprestou mais dinheiro do que recebeu de clientes precisa pedir um empréstimo a outro banco. Nesse caso, a instituição financeira não está pedindo empréstimo por algum problema financeiro; ela somente precisa de dinheiro para que o seu caixa não durma descoberto.
Esses empréstimos que os bancos fazem entre si são de curtíssimo prazo, e normalmente a liquidação ocorre em menos de 24 horas. Como vimos, a finalidade da operação é somente evitar que o caixa fique negativo no final do dia. É justamente desse tipo de transação que vem o nome CDI. Ou seja, dos depósitos interbancários que as instituições financeiras fazem entre si para cobertura de caixa.
E o que isso tudo tem a ver com o CDB com liquidez diária?
Como vimos lá no início, os rendimentos do CDB com liquidez diária normalmente são vinculados ao CDI. Por sua vez, o CDI acompanha a variação da Selic, pois os empréstimos entre os bancos têm como garantia títulos públicos emitidos e vendidos pelo governo federal, por meio do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (expressão de onde vem a sigla Selic). Dessa forma, a Selic representa a taxa média das negociações diárias que acontecem nesse sistema.
Em relação aos valores, CDI e Selic estão sempre muito próximos. Normalmente, o CDI costuma ficar 0,10 ponto percentual abaixo da Selic Meta, definida pelo Copom.
Afinal, quando investir em um CDB com liquidez diária?
Por tudo o que vimos até agora, podemos entender que o maior objetivo de um CDB com liquidez diária é permitir o resgate imediato do investimento. Logo, ele é uma das opções para formar a reserva de emergência, aquele recurso que dá cobertura para situações inusitadas, como gastos repentinos ou até mesmo a perda do emprego.
Além disso, esse título também pode ser utilizado para objetivos de curto prazo que não sejam, necessariamente, de urgência. Por exemplo, você está planejando uma viagem ou a troca do carro para o próximo ano, e está juntando todo o valor ou parte dele para dar uma entrada. Nesse caso, o CDB com liquidez diária pode auxiliar no seu planejamento financeiro.
Por fim, muitas pessoas optam por esse título para aproveitar oportunidades financeiras que possam surgir ao longo do tempo. Essas oportunidades podem estar ligadas à compra de algum bem com bom desconto à vista, ou até mesmo a investimentos, como alguma ação de uma boa empresa e que esteja descontada na bolsa.
Por todos esses motivos, o CDB com liquidez diária é sempre uma boa pedida para você ter na sua carteira de investimentos.