Custo de oportunidade: o que é e como analisar

Tempo de leitura: 4 minutos

Imagem mostra homem avaliando custo de oportunidade nos investimentos
Imagem mostra homem avaliando custo de oportunidade nos investimentos

Um dos conceitos mais importantes para quem já investe ou está pensando em começar a formar as reservas financeiras é o custo de oportunidade. Ele está presente não só no mundo dos investimentos, mas em praticamente todas as decisões que precisamos tomar em nosso dia a dia.

Sabe aquela velha máxima que diz que “para cada escolha, uma renúncia”? É justamente disso que se trata o custo de oportunidade, e é sobre isso que falaremos neste conteúdo. Portanto, se você quer entender como esse conceito se aplica à sua vida e como ele pode lhe ajudar a escolher melhor os seus investimentos, continue a leitura a seguir.

O que é custo de oportunidade?

O custo de oportunidade, também conhecido como trade-off é o benefício potencial que você perde ao realizar determinada escolha. Em outras palavras, é o valor que você renuncia quando segue um caminho em detrimento de outro. Toda decisão implica em uma renúncia, ou seja, há ganhos e perdas envolvidos quando se opta por uma ou outra possibilidade.

Quem acompanha o estudo das variáveis micro e macroeconômicas sabe que esse conceito está sempre muito presente. No entanto, o custo de oportunidade não se aplica somente à economia, mas a todas às áreas da vida.

Exemplo de custo de oportunidade

Digamos que você tenha recebido o décimo terceiro, e planeja sair de férias e trocar de carro em breve. Porém, seu orçamento só lhe permite comprar o carro novo se a viagem de férias for cancelada ou adiada para o próximo ano. Perceba que, qualquer que seja a sua decisão, estará ganhando ou perdendo algo, e só você terá condições de mensurar qual a escolha mais vantajosa. Esse é o custo de oportunidade, que nos acompanha em cada passo que planejamos durante a vida.

Agora vamos a um exemplo relacionado à economia. Uma das ferramentas de política monetária que o governo tem para conter a alta dos preços é a taxa de juros. Nesse sentido, para evitar a disparada da inflação, o governo pode optar por aumentar a Selic em determinados momentos. Com o dinheiro mais caro, as pessoas consomem menos e, teoricamente, isso ajuda a equilibrar a oferta e demanda de bens e serviços.

No entanto, o aumento dos juros também retrai a economia, pois, com menos consumo, as empresas produzem menos. Dependendo do patamar dos juros e de quanto tempo eles permaneçam altos, a queda da atividade empresarial poderá causar desemprego e gerar estagflação no país. Ou seja, até mesmo para controlar a inflação, há um custo de oportunidade que o governo precisa observar. Isso porque, se ele errar a mão no aperto dos juros, isso poderá ser mais desastroso para o país do que a alta generalizada dos preços.

Tipos de custo de oportunidade

Agora que já conhecemos o conceito de trade-off, é hora de entender como podemos identificá-lo em diferentes situações. Conceitualmente, existem quatro tipos de custo de oportunidade:

Custo escondido

Como o próprio nome diz, esse é o custo que se encontra disfarçado. Ou seja, não dá para saber exatamente o quanto se pode perder em uma tomada de decisão.

Isso acontece, por exemplo, quando existem valores embutidos em determinadas operações. Quando não se consegue separar esses valores do principal investido, não conseguimos mensurar esse tipo de custo.

Custo aberto

Esse tipo de custo é exatamente o oposto do item anterior. Aqui, não existe nenhum valor embutido nas operações, logo não existe camuflagem de custos.

Custo ambiental

Quando falamos em custo de oportunidade ambiental, estamos nos referindo ao máximo que se pode obter de um recurso natural. Por exemplo, quando se utiliza uma área para monocultura agrícola, o quanto se pode perder em relação à biodiversidade, que poderia trazer bons resultados para culturas variadas. Ou seja, o uso dos recursos naturais em uma alternativa pode inviabilizar a sua utilização em outra.

Custo contábil

O custo de oportunidade contábil se aplica no âmbito empresarial. Nesse sentido, ele demonstra o quanto a empresa sacrificou o seu lucro ao ter investido em determinado recurso em detrimento de outro.

Como calcular o custo de oportunidade

Na verdade, não existe uma única fórmula para calcular o custo de oportunidade, pois esse conceito é bastante subjetivo. Basicamente, o que é preciso avaliar é o lucro que se alcançaria com a escolha e com a opção que foi preterida. Para isso, é preciso calcular a taxa de retorno que cada opção traria para os recursos investidos.

Suponha que a sua empresa, depois de pagar os dividendos do exercício, tenha ainda ficado com R$ 500 mil no caixa. Como gestor, você precisa decidir o que fazer com esse dinheiro, de forma que ele gere o maior retorno possível para os acionistas. Se você investir esses recursos em algum título de renda fixa – como CDB, LCI e LCA ou Tesouro Direto, por exemplo – terá um ganho assegurado no vencimento da aplicação.

Outra alternativa poderia ser comprar equipamentos para aumentar a capacidade produtiva de sua empresa. Nesse caso, se você tiver uma boa estratégia para o negócio, certamente isso se refletirá no aumento da receita líquida e do lucro ao longo dos anos. Dessa forma, os dividendos pagos aos acionistas serão maiores, e esse resultado também se refletira no preço das ações.

E nos investimentos, como isso funciona?

Para calcular o custo de oportunidade nos investimentos, é importante entender o conceito de taxa livre de risco. Basicamente, essa taxa representa a rentabilidade que você pode ter em uma aplicação assumindo pouco ou quase nenhum risco.

No Brasil, a taxa livre de risco é a Selic, que serve como referência para as outras taxas de juros praticadas por aqui. A partir da Selic, podemos avaliar a relação entre risco e retorno de um investimento. Na prática, quanto maior for o risco que você estiver disposto a assumir em uma aplicação, maior deverá ser o potencial de retorno.

Quando a Selic está baixa, os investimentos em renda variável se tornam mais interessantes. Isso porque as pessoas têm mais predisposição a assumir riscos em troca de rentabilidade. Porém, com a Selic alta, a análise do custo de oportunidade deve considerar a partir de que patamar a pena trocar a segurança da renda fixa pela bolsa. E essa pergunta é só você que pode responder, pois suas escolhas devem estar baseadas no seu perfil de investidor e em seus objetivos financeiros. Por isso é que se diz que o custo de oportunidade é um conceito bastante subjetivo.

Importância do custo de oportunidade

Avaliar o custo de oportunidade, seja de um investimento ou de qualquer outra situação, nada mais é do que considerar todo o cenário para tomar uma decisão. Fazendo uma analogia com a mercado de capitais, é como se você utilizasse a maior quantidade possível de indicadores fundamentalistas para escolher uma ação. É claro que não estamos livres de erros e nem das reviravoltas do mercado. Porém, conhecer e calcular o trade-off faz com que possamos tomar decisões mais assertivas em todos os momentos.

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