Além de foco e disciplina, um planejamento financeiro de sucesso também precisa ter objetivos bem definidos e distribuídos no tempo. Dependendo do que se deseja alcançar (e quando), será preciso montar diferentes estratégias para investir a curto, médio e longo prazo, a fim de obter as melhores oportunidades de ganhos.
Seja qual for o grau de conhecimento que uma pessoa tenha sobre o mercado financeiro, um dos pontos fundamentais e comuns para todos é definir os prazos dos investimentos. Neste conteúdo, falaremos sobre esse e outros aspectos importantes que devem ser considerados na hora de montar uma estratégia de investimento. Continue a leitura e confira a seguir!
Prazos dos investimentos: por que isso é importante?
O conceito de tripé dos investimentos deixa clara a importância de montar uma estratégia de investimento com prazos e objetivos bem definidos.
Como o nome diz, o tripé dos investimentos considera que existem três principais pilares a serem avaliados na hora de escolher ativos para a carteira: rentabilidade, segurança e liquidez. E, dependendo do perfil e do propósito do investimento, teremos que priorizar um ou outro pilar desse tripé.
Por exemplo, quando o foco é atender a necessidades de curto prazo, a maior preocupação deve ser a liquidez e a segurança. Nesse caso, a rentabilidade do ativo tende a ser menor, justamente porque o investidor tem a garantia de poder sacar os recursos a qualquer tempo sem correr o risco de perdas.
Já quando estamos olhando para um horizonte de médio ou longo prazo, a liquidez deixa de ser o principal aspecto a ser observado e, para investidores mais arrojados, a segurança também. E o motivo é simples: quem pode deixar o dinheiro mais tempo investido, consegue se beneficiar mais do efeito dos juros compostos e de modalidades mais rentáveis, tanto na renda fixa quanto na renda variável, conforme veremos na sequência.
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Investir a curto, médio e longo prazo: como fazer?
Agora que conhecemos a importância de fazer um planejamento que distribua os investimentos ao longo do tempo, é hora de entender como definir essa distribuição para investir a curto, médio e longo prazo. Não existe uma regra fixa que determine esses períodos, mas normalmente eles seguem os prazos que veremos agora. Acompanhe.
Curtíssimo e curto prazo
Aqui, é necessário fazer uma importante distinção entre o curto e o curtíssimo prazo, em função da reserva de emergência, que é o primeiro passo para quem deseja começar a investir.
A reserva de emergência nada mais é do que aquele dinheiro que precisamos guardar para imprevistos e que, na melhor das hipóteses, não teremos que utilizar. Desde pequenos gastos, como um simples conserto doméstico, até os mais preocupantes, como despesas com saúde ou mesmo a perda do emprego, tudo isso deve estar previsto na reserva de emergência, que, por sua vez, contempla um prazo médio de seis meses.
Na prática, o valor dessa reserva dependerá dos gastos pessoais e estilo de vida de cada um. Por exemplo, profissionais autônomos, teoricamente, são mais expostos a oscilações de renda do que quem possui carteira assinada. Por isso, recomenda-se uma reserva de emergência maior no primeiro caso, considerando que essa pessoa não contará com alguns benefícios trabalhistas caso venha a perder algum contrato de trabalho.
Também é preciso considerar gastos com dependentes e outras variáveis na hora de calcular a reserva de emergência. O importante é ter em mente que os investimento de curtíssimo prazo são aqueles com liquidez imediata ou diária, que podem estar na conta assim que precisarmos. Alguns exemplos são os CDBs de liquidez imediata e o Tesouro Selic.
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Saindo do curtíssimo prazo, mas ainda considerando um horizonte próximo de tempo, podemos pensar em títulos de renda fixa com alguma carência – como CDBs de prazos mais longos, LCIs e LCAs – e em alguns fundos de renda fixa mais conservadores. Nesse caso, podemos considerar um período que vai de seis meses a cerca de dois anos.
Normalmente, as LCIs e LCAs possuem carência mínima de 90 dias (algumas superam esse prazo), e um interessante diferencial desses títulos é a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos. Clique abaixo e conheça outras modalidades que também não têm IR:
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Médio prazo
Para fins de investimentos, podemos considerar como médio prazo o período entre dois e cinco anos aproximadamente. Como já não existe uma preocupação tão grande com a liquidez, dá para incluir na carteira a renda fixa de prazo mais longo, como Tesouro Prefixado e CDBs com vencimentos mais estendidos. Dependendo da tolerância ao risco, o crédito privado pode ser uma boa alternativa, como debêntures, CRIs e CRAs até cinco anos.
Na renda variável, os fundos de ações, fundos multimercados, fundos cambiais e ETFs também podem ser boas opções para o médio prazo.
Longo prazo
De acordo com o horizonte de tempo de cada um, também poderíamos usar subclassificação para o longo prazo. Se estamos falando, por exemplo, sobre a aquisição de um bem caro daqui a mais de 5 anos, escolheremos um tipo de investimento. Mas se o propósito é formar reservas para a aposentadoria ou para custear os estudos de alguém ainda bem jovem, haverá modalidades diferentes, entre elas, algumas que podem gerar renda passiva.
Outro aspecto sobre o longo prazo é que pensar na proteção contra a inflação se torna ainda mais importante. Afinal, a economia é feita de ciclos, e países emergentes como o Brasil tendem a sofrer mais diante de volatilidade no cenário econômico. Por isso, é necessário ter na carteira investimentos indexados a índices inflacionários, sendo o exemplo mais conhecido o Tesouro IPCA+.
Por fim, quem tem um perfil mais arrojado, pode agregar aos ativos que vimos anteriormente (no médio prazo) ações, fundos imobiliários, BDRs e demais ativos de menor liquidez mas que ofereçam bom potencial de retorno. Lembrando que, mesmo que um investimento seja de longo prazo, é preciso acompanhar o seu desempenho periodicamente. Isso porque uma ação ou qualquer outro ativo pode ter os seus fundamentos deteriorados com o passar do tempo. Quando isso acontece, é hora de fazer um rebalanceamento da carteira, para evitar perdas e potencializar a rentabilidade.