Marcação a mercado: como isso impacta os seus investimentos

Tempo de leitura: 4 minutos

informações carteira semanal
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Se você investe em renda fixa prefixada ou híbrida – como CDB, Tesouro Prefixado ou Tesouro IPCA+ – ou possui fundos de investimento, e costuma acompanhar com frequência o extrato das aplicações, já deve ter percebido variações diárias nos valores investidos. Pois bem, isso ocorre por causa da marcação a mercado, um ajuste diário no valor de alguns títulos negociados no mercado.

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Para quem leva a aplicação até o vencimento, esse ajuste não causa nenhum impacto. Porém, se for preciso resgatar determinados títulos antes do prazo, ela pode sacrificar a rentabilidade da operação. Por isso, a marcação a mercado é considerada um dos riscos da renda fixa.

Se você não sabe como isso funciona, continue a leitura a seguir e evite perder dinheiro com esses ajustes!

O que é marcação a mercado?

Marcação a mercado é uma atualização diária que ocorre em títulos de renda fixa, em produtos negociados na bolsa e em cotas de fundos de investimento. Nesse sentido, o ajuste diário pode ocorrer para cima ou para baixo no preço do título. O que definirá a sua direção são alguns fatores que veremos na sequência desse conteúdo.

Como vimos, quem investe em determinados títulos de renda fixa ou possui cotas de fundos de investimentos precisa estar atento à marcação a mercado. Isso porque, se houver um resgate antecipado, é possível que isso sacrifique os ganhos da aplicação.

Mas antes de conhecermos os motivos que levam a esse ajuste diário de preços, vejamos um exemplo para entender na prática como isso funciona.

Exemplo de marcação a mercado

Digamos que hoje você tenha adquirido um título do Tesouro Direto Prefixado com vencimento em cinco anos e taxa anual de 12%. Agora considere que, na data de hoje, a Selic está em 10% ao ano.

Suponha agora que, nos próximos meses, o Banco Central aumente fortemente os juros para conter a disparada da inflação. Quando isso acontecer, os títulos que o Tesouro lançar no futuro terão juros mais altos do que o que você adquiriu.

Em outras palavras, se um investidor comprar um Tesouro Prefixado daqui a um ano, receberá mais do que os seus 12% pelo mesmo título. Ou seja, por causa do aumento dos juros, o seu título ficou menos atraente comparado aos novos lançados pelo Tesouro. Isso é o que significa a marcação a mercado.

Mas entenda que, se você não resgatar antecipadamente o seu título, não importa a que valor ele está sendo negociado diariamente. Isso porque, no vencimento, você receberá os 12% combinados no início do investimento. Você somente terá perda se tiver que colocar o seu título no mercado junto de outros mais atrativos.

No exemplo, utilizamos um título do Tesouro Direto. Mas a marcação a mercado alcança outros títulos de renda fixa (como CDBs, LCIs, LCAs, CRIs, CRAs) e também a renda variável. Perceba o quanto é importante conhecer esse conceito para evitar mexer no seu dinheiro na hora errada. É claro que ninguém está livre de imprevistos financeiros. No entanto, a reserva de emergência serve justamente para dar suporte a esses momentos e evitar que você sacrifique os seus ganhos resgatando investimentos inadequadamente.

Quais os fatores que influenciam na marcação a mercado?

Os principais fatores que influenciam o ajuste diário nos preços dos títulos são o benchmark (tipo de rentabilidade) e a liquidez do mercado. Por exemplo, no caso dos títulos prefixados, a influência será a expectativa do mercado sobre o valor da Selic.

Como vimos, quando há expectativa de alta na curva de juros, o valor atual de títulos prefixados cai. Por outro lado, se a tendência da Selic for de queda, esses títulos terão valorização.

Já a liquidez do título ou cota do fundo tem impacto direto no ajuste diário dos investimentos. Nesse sentido, é provável que o investidor não tenha perdas no resgate antecipado se o ativo for bastante líquido. Isso porque a marcação a mercado, nesse caso, ocorrerá rapidamente, ou no mesmo dia. Porém, quando ele precisa esperar algum tempo depois de solicitar o resgate, isso gera descompasso entre o valor atual e o que efetivamente receberá.

Além dos dois principais fatores, há outros que também impactam na marcação a mercado. Por exemplo, acontecimentos no cenário nacional e no mercado externo podem motivar investidores estrangeiros a comprarem mais ou menos títulos brasileiros.

Outro fator também é a expectativa do mercado quanto à economia. Nesse sentido, os investidores podem procurar ou rejeitar títulos de renda fixa, dependendo do seu grau de confiança no país.

Objetivos da marcação a mercado

No caso dos títulos de renda fixa, a marcação a mercado garante que o título seja negociado pelo valor do dia e não pela taxa negociada no momento da aplicação. Esse ajuste traz o título a valor presente, é importante uma vez que todos os dias há negociações no mercado secundário em diferentes agentes.

Outro importante objetivo desse ajuste é não permitir a transferência de riqueza ou acúmulo de prejuízo dentro de um fundo de investimento. Nesse sentido, ela garante que a remuneração do cotista seja proporcional à sua participação, sem considerar quantas pessoas entraram ou saíram do fundo no período.

Conforme a valorização ou desvalorização dos títulos que formam o fundo, a sua cota é marcada diariamente. Dessa maneira, cada cotista irá arcar somente com a sua participação no patrimônio total do fundo.

A propósito, você sabia que, em 2023, a marcação a mercado será aplicada também a outros títulos de renda fixa? Sim, a partir de janeiro, investimentos como debêntures, CRIs, CRAs e títulos públicos adquiridos pela tesouraria das instituições financeiras. Clique aqui e saiba mais sobre as novas regras.

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