Conheça 6 estratégias para investir em ações

Tempo de leitura: 6 minutos

Gráfico mostra estratégias para investir em ações
Gráfico mostra estratégias para investir em ações

Quem já investe no mercado de capitais, ou está se preparando para dar os primeiros passos na renda variável, deve saber que existem diferentes estratégias para investir em ações. Dependendo do perfil, objetivos financeiros, conhecimento e experiência do investidor e cenário econômico, uma ou outra será mais adequada para cada caso.

Além de conhecer os fundamentos das empresas e saber analisar os seus indicadores financeiros, é preciso traçar uma boa estratégia de investimento. Isso permitirá acompanhar os resultados da carteira e, eventualmente, reavaliar os planos, se necessário. Para auxiliar nessa tarefa, preparamos este conteúdo com seis estratégias utilizadas na renda variável, conforme veremos a seguir.

Buy and hold

O buy and hold é a estratégia clássica de quem investe para se tornar sócio da empresa por muito tempo. Possivelmente o expoente mais famoso da metodologia de “comprar e segurar” (dai vem a expressão buy and hold) seja o megainvestidor Warren Buffett, que turbinou sua fortuna ao manter quase sempre sua participação nas empresas que escolhe.

O holder é o investidor que seleciona as ações aplicando os critérios da análise fundamentalista. Ou seja, ele avalia a solidez dos indicadores financeiros, a consistência dos resultados ao longo do tempo, as perspectivas para o negócio, a experiência e seriedade da gestão, os indicadores macroeconômicos, e assim por diante. Toda essa análise é feita com o pressuposto de que as ações permanecerão na carteira por um longo prazo, a não ser que algo deteriore os fundamentos da empresa, ou que o cenário econômico mude a ponto de o investimento deixar de ser tão interessante.

Quem adota o buy and hold pode ter empresas de diferentes perfis e segmentos. Por exemplo, a carteira pode contemplar tanto as blue chips, que são as gigantes da bolsa, quanto as mid caps ou small caps, que são as companhias ainda não tão consolidadas no mercado mas com um bom potencial de crescimento. Seja qual for a escolha, é importante ter claro que essas ações certamente passarão por momentos de volatilidade, algumas mais e outras menos. Mas se as empresas não se tornarem um mico da bolsa e mantiverem os bons fundamentos, o holder permanecerá com elas, pois a desvalorização pontual não é o principal fator de decisão para a estratégia.

Outro pressuposto do buy and hold é fazer aportes constantes na carteira para potencializar os resultados, como reinvestir dividendos, por exemplo.

Day trade e swing trade

As diferentes estratégias para investir em ações também podem contemplar objetivos de curto prazo, como vemos no day trade e swing trade. Aqui, o funcionamento é exatamente o oposto da metodologia anterior: o interesse do investidor não é permanecer por muito tempo com as ações, mas sim obter ganhos no curto prazo com a volatilidade.

No mercado financeiro, o trader busca tirar proveito dos movimentos rápidos dos preços dos ativos. Para isso, ele fica atento diariamente ao sobe e desce da bolsa, para negociar os títulos assim que se abre uma janela de oportunidade.

Se o holder baseia suas decisões em indicadores fundamentalistas – como vendas, EBITDA, rentabilidade, endividamento, entre outros – o trader avaliará o movimento dos preços nos gráficos. Nesse caso, utilizará indicadores técnicos, como suporte e resistência, média móvel, e assim por diante.

A diferença entre o day trade e o swing trade é somente o prazo no qual as operações ocorrem. No day trade, as negociações iniciam e encerram no mesmo dia. Ou seja, toda a atuação do investidor acontece dentro do mesmo pregão, e isso, inclusive, resulta em uma tributação diferenciada das demais operações.

Já no swing trade, o intervalo de tempo dessas negociações é maior, pois os investidores podem permanecer com os ativos por alguns dias, semanas, ou mesmo meses. Assim como no day trade, o objetivo é ganhar com a diferença entre os preços de compra e venda, não importando o tempo que leve no curto prazo para que isso aconteça.

Quando escolhe fazer swing trade, o investidor tem mais tempo para acompanhar as tendências do mercado. Isso significa que ele pode aproveitar melhor a volatilidade dos ativos e rever o portfólio caso aconteçam mudanças relevantes no mercado.

Value investing

Sabe aquele máxima de “comprar na baixa e vender na alta”? Resumidamente, esse é o propósito do value investing (ou “investimento em valor”).

Assim como o buy and hold, essa estratégia para investir em ações tem um horizonte de longo prazo. No entanto, o seu foco é buscar as ações com os preços mais acessíveis, aquelas que estão descontadas na bolsa.

Na linguagem do mercado, essas ações estão abaixo do seu valor intrínseco, que é o quanto a empresa realmente vale considerando os seus fundamentos e perspectivas de desempenho. Em outras palavras, o value investing não pressupõe simplesmente procurar ações baratas, mas que estejam com o preço menor do que o que valem de fato. E isso não é raro de ocorrer no mercado acionário, pois, de tempos em tempos, movimentos especulativos ou ondas de pessimismo sem aparente justificativa podem jogar para baixo os preços de alguns ativos.

Além disso, os ciclos de mercado também influenciam nas cotações da bolsa. Se estiver atento a esses movimentos e souber avaliar a qualidade das empresas, o investidor consegue encontrar boas oportunidades em momentos como esses.

Dividendos

Uma estratégia para investir em ações também pode contemplar o recebimento de renda passiva com dividendos.

A lei brasileira determina que toda companhia que tem lucro deve distribuir parte desses recursos a seus acionistas. No entanto, nem todas fazem isso com a mesma frequência, pois a distribuição de dividendos dependerá muito do porte, setor de atuação e algumas outras variáveis.

Por exemplo, companhias com operações mais consolidadas e que atual em setores mais tradicionais da economia (financeiro, infraestrutura, serviços básicos) costumam distribuir resultados com mais regularidade do que empresas mais jovens ou de segmentos novos. Isso porque essas últimas ainda estão investindo pesado para abrir mercado e firmar seu nome diante da concorrência, o que lhes dá menos folga de caixa para remunerar o acionista.

Uma dica para quem investe com foco em dividendos é escolher ações preferenciais (PN), pois elas garantem o recebimento de proventos fixos que são, no mínimo, 10% superiores aos das ações ordinárias (ON). Além disso, é importante analisar os indicadores dividend yield e payout, que ajudam a entender se uma empresa é ou não uma boa pagadora de dividendos. Lembrando que a escolha de uma ação nunca deve se basear em um indicador isoladamente, pois uma empresa que não paga dividendos pode crescer e trazer excelentes ganhos ao acionista no futuro.

Long & short

Quem já possui mais conhecimento e experiência no mercado acionário, pode partir para a estratégia long & short, que aposta na alta de um ativo e na queda de outro ao mesmo tempo.

Nesse tipo de operação, o investidor mantém uma posição comprada (long) na ação que ele espera que se valorize, e uma posição vendida (short) no título com expectativa de queda. Dessa forma, ele pode lucrar tanto com a alta da ponta long quanto com a queda da ponta short.

No long & short, o resultado da estratégia não depende do desempenho do mercado acionário, mas sim da correlação entre os dois títulos que o investidor escolheu. Se a correlação for negativa, ou seja, se as duas ações se movimentarem de forma oposta, ele pode ganhar mesmo com o Ibovespa em queda. Por outro lado, se for positiva, poderão ocorrer perdas mesmo quando o índice bate recordes.

Um exemplo de duas ações com correlação negativa são as empresas exportadoras e importadoras. Em momentos de alta do dólar, as exportadoras são beneficiadas, pois suas receitas aumentam e, consequentemente, os seus resultados também. Por outro lado, a moeda estrangeira em alta não favorece as importadoras, pois o custo de produção fica mais alto, o que compromete o resultado. Nessa situação, a ponta comprada (long) da estratégia seria a exportadora, e a vendida (short), a importadora.

Para tentar lucrar com a queda de uma ação ou de outro ativo, o investidor precisa operar no mercado de opções. Clique abaixo e saiba como funcionam essas operações:

Trend following

Como o nome diz, a estratégia trend following busca “acompanhar a tendência” de determinado ativo, aproveitando a sua direção para obter ganhos, seja ela para cima ou para baixo.

O conceito é bastante simples: segundo a estratégia, um ativo que está em tendência de alta tem grandes chances de continuar subindo. Nesse caso, ele é uma boa oportunidade de compra. Já se a sua tendência for de queda, é provável que a desvalorização se mantenha e, portanto, ele passa a ser uma boa oportunidade de venda.

Para que possa se posicionar corretamente, o primeiro passo do investidor é identificar qual a tendência do ativo no mercado. Isso é possível utilizando diferentes indicadores da análise técnica, como médias móveis, bandas de Bollinger, índice de força relativa (IFR), entre outros. Pela simplicidade, essa estratégia é muito utilizada por traders iniciantes, mas alguns cuidados são necessários, principalmente quando não há uma tendência muito clara no mercado. Além disso, há o risco de indicadores baseados em preços passados não reflitam a tendência correta. Se isso acontecer, corre o risco de o investidor entrar no ativo no momento errado.

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